O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, afirmou, neste domingo (11), que enxerga um “sinal positivo” o fato da Rússia ter começado a considerar o fim da guerra entre os dois países, que já dura mais de três anos.
Em publicação no X, ele também afirmou que o governo ucraniano está pronto para sentar à mesa com Moscou.
“É um sinal positivo que os russos tenham finalmente começado a considerar o fim da guerra… E o primeiro passo para realmente acabar com qualquer guerra é um cessar-fogo”, disse.
“Não faz sentido continuar a matança nem por um único dia. Esperamos que a Rússia confirme um cessar-fogo – total, duradouro e confiável – a partir de amanhã, 12 de maio, e a Ucrânia está pronta para se reunir”, completou.
A Rússia vem demonstrado defender negociações diretas com a Ucrânia antes de considerar uma trégua.
O ditador russo, Vladimir Putin, afirmou que não descarta “chegar a um acordo sobre algum tipo de nova trégua ou cessar-fogo” com a Ucrânia.
No entanto, rejeitou os ultimatos que, segundo ele, os líderes de alguns países estão emitindo, fazendo uma referência ao encontro dos líderes da Alemanha, França, Polônia e Reino Unido ontem com Zelensky em Kyiv.
Maria Zakharova, porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da Rússia, afirmou à agência de notícias russa “TASS”, que “deve haver negociações sobre as causas iniciais (do conflito), e então poderemos falar sobre uma trégua”.
Em encontro, líderes europeus exigiram que Putin aceite cessar-fogo
Confira:
- 1 Em encontro, líderes europeus exigiram que Putin aceite cessar-fogo
- 2 Macron: “A história está nos observando”
- 3 Starmer: “Todos nós estamos desafiando Putin”.
- 4 Merz: Alemanha seguirá “aumentando a pressão sobre a máquina de guerra da Rússia”.
- 5 Tusk: “A Rússia está esperando que as sanções sejam suspensas”
- 6 Kremlin: Declarações de líderes europeus tem carácter “confrontacional””
Em encontro com Zelensky, realizado em solo ucraniano, Keir Starmer, Emmanuel Macron (presidente da França), Friedrich Mertz (Chanceler da Alemanha) e Donald Tusk (premiê da Polônia) apoiaram a proposta do presidente americano Donald Trump e exigiram que o ditador Vladimir Putin aceite um cessar-fogo completo na Ucrânia até a próxima segunda-feira (12) para que seu país não sofra novas sanções.
Em comunicado conjunto antes da viagem, eles afirmaram que irão “aumentar a pressão” sobre a Rússia até que Putin aceite a trégua.
“Estamos prontos para apoiar as negociações de paz o mais rápido possível, para discutir a implementação técnica do cessar-fogo e nos preparar para um acordo de paz completo”, disseram.
Após o encontro, os cinco líderes fizeram uma videochamada com o presidente americano, Donald Trump.
Macron: “A história está nos observando”
Antes de pousar em solo ucraniano, o presidente francês, Emmanuel Macron compartilhou uma postagem no X, onde afirmou que a resposta contra a Rússia “deve ser coletiva”.
Na publicação, ele também compartilha três mensagens principais:
“Primeiro, a paz. Uma paz justa e duradoura começa com um cessar-fogo completo e incondicional”.
Em seguida, “o acordo de paz a ser construído deve garantir sua segurança”.
“Finalmente, o futuro”, diz Macron, “uma Ucrânia livre, forte, próspera e europeia: essa é a nossa visão”.
“A história está nos observando”, conclui.
Macron desembarcou na Ucrânia junto do primeiro-ministro britânico Keir Starmer e chanceler alemão Friedrich Merz. Já em Kyiv, o líder francês afirmou que existe uma unanimidade entre cerca de 20 países sobre uma proposta de cessar-fogo, e que segue aguardando uma resposta russa.
Para Macron, nos dias atuais, a Ucrânia é “o coração pulsante da Europa” e declarou que sua principal razão em apoiar Zelensky é “o futuro dos nossos princípios e da segurança coletiva”.
Starmer: “Todos nós estamos desafiando Putin”.
Enfático contra Putin, Starmer afirmou que a viagem dos quatro líderes à Ucrânia e o movimento de apoio aos ucranianos representa “a Europa se manifestando” e pediu sanções contra a Rússia em caso de uma negativa para a paz.
“Todos nós aqui, junto com os EUA, estamos desafiando Putin”, disse. Ele acrescenta ainda dizendo que se o líder russo está “levando a sério a paz”, ele, agora, tem mais uma oportunidade de demonstrar, fazendo alusão a pausa do Dia da Vitória na Europa, que poderia ser convertida em uma trégua incondicional de 30 dias. “Sem ‘sem’, nem ‘mas’”, afirmou.
“Há apenas um país que iniciou esse conflito ilegal, que foi a Rússia, e há apenas um país que está entre a paz, que é a Rússia”, disse.
Merz: Alemanha seguirá “aumentando a pressão sobre a máquina de guerra da Rússia”.
Pela primeira vez na Ucrânia desde que se tornou chanceler alemão, Friedrich Merz também alinhou os discursos a pedidos direcionados à Putin, para que acene à paz, aceitando inicialmente a trégua de 30 dias proposta pelos americanos.
Merz afirmou que quase todos os membros da coalização dos dispostos (grupo dos países europeus que apoiam a Ucrânia) estão comprometidos a impor sanções à Rússia.
Antes de viajar para Kyiv, ele havia publicado que a Alemanha seguirá “aumentando a pressão sobre a máquina de guerra da Rússia”.
“Reafirmamos nosso apoio ao apelo do Presidente Trump por um acordo de paz. A Rússia é chamada a parar de atrapalhar os esforços para alcançar uma paz duradoura”.
Tusk: “A Rússia está esperando que as sanções sejam suspensas”
Seguindo os mesmos pedidos para um cessar fogo imediato, o líder polonês foi enfático ao afirmar, mais de uma vez, que as sanções impostas contra a Rússia estão dando frutos.
“Se não fossem as sanções, a situação seria comparativamente pior. A Rússia está esperando ativamente que as sanções sejam suspensas”, afirmou.
Tusk seguiu na linha de que a Rússia reiteradamente recusa um cessar-fogo e vira as costas para a paz e definiu como “simbólico” o fato de Zelensky ter aceito o cessar-fogo mesmo após tantos bombardeios sofridos.
Após a reunião, ele publicou no X uma foto dos cinco líderes em uma videochamada com o presidente americano, Donald Trump.
Kremlin: Declarações de líderes europeus tem carácter “confrontacional””
Em resposta às declarações dos líderes europeus em solo ucraniano, o Kremlin afirmou que as afirmações são “contraditórias” e tem carácter “confrontacional”.
“Ouvimos muitas declarações contraditórias da Europa. Geralmente, são de natureza confrontacional, em vez de tentar reavivar nossas relações. Nada mais”, disse o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov.
A Rússia havia se posicionado a favor do cessar-fogo de 30 dias proposto pelos americanos mas com a consideração de “nuances”. Na última sexta-feira (9), Peskov também afirmou que o tema já havia sido apresentado pelos ucranianos.
“Este tema foi apresentado há muito tempo pelo lado ucraniano…”, disse Peskov, segundo a agência de notícias TASS.
“E assim que foi apresentado pelo governo americano de Donald Trump, foi apoiado pelo presidente Vladimir Putin, com a ressalva de que é muito difícil discutir isso em detalhes se não forem encontradas respostas para um grande número de nuances em torno da noção de cessar-fogo”.