UM Federação Estadual das Cooperativas Médicas (Unimed Ferj), que assumiu a carteira de clientes da Unimed-Rio em 2024, está com os pagamentos a médicos, hospitais, laboratórios e clínicas procrastinado. A empresa divulgou a informação nesta segunda-feira, 6.
O tardança gerou uma dívida estimada em R$ 400 milhões, segundo a Associação dos Hospitais do Estado do Rio de Janeiro (AHERJ). Ao somar com os débitos herdados, o passivo totalidade com prestadores de serviços de saúde chega a R$ 2 bilhões.
UM Oestea Unimed Ferj confirmou o tardança de pagamentos aos médicos e prestadores de serviço. A empresa informou que houve um problema no fluxo de caixa do término de ano e deve regularizar as dívidas em breve.
“De acordo com o cronograma vigente, a produção de novembro foi apresentada em dezembro, sendo paga em duas datas: a primeira parcela foi quitada integralmente, enquanto a segunda teve 40% de seu valor pago”, informou a empresa. “A Unimed Ferj está empenhada em readequar a nova data para o pagamento.”
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Antes de ser transferida para a Ferj, a Unimed-Rio possuía uma dívida de R$ 1,6 bilhão com hospitais, clínicas e laboratórios, que foi renegociada para pagamento em 36 meses. Todavia, de convenção com a AHERJ, a federação não tem respeitado os termos do convenção.
Marcus Camargo Quintella, presidente da AHERJ, disse ao jornal Valor Econômico que há hospitais que não recebem há quase um ano do convênio.
“Nossa estimativa é que o débito total seja de R$ 2 bilhões”, disse Quintella. “O problema é que em um mês eles pagam parte da dívida antiga, no mês seguinte, os honorários atuais, mas tem estabelecimento que não recebe há praticamente um ano.”
Unimed tem 500 milénio usuários no Rio de Janeiro
A Ferj, que administra uma carteira com 500 milénio usuários de planos de saúde há somente oito meses, enfrenta dificuldades para realizar os pagamentos. Inicialmente, recebeu benefícios, porquê a possibilidade de parcelar dívidas com estabelecimentos de saúde e reajustar planos individuais em 21,89%, sem assumir passivos fiscais e trabalhistas da Unimed-Rio.
Na semana passada, médicos cooperados foram informados de que receberiam somente 35% dos honorários, sem cronograma simples para regularização dos pagamentos dos meses de novembro e dezembro.
Vários hospitais têm cancelado contratos com a Unimed Ferj por temor de calote. A Rede D’Or, um dos principais grupos hospitalares do Brasil, descredenciou oito hospitais no Rio de Janeiro a partir de meados de fevereiro. A ação ocorreu depois da empresa tentar retirar garantias financeiras dos acordos.
A Rede Lar, dona de 12 hospitais no Rio e principal prestadora de serviços hospitalares da Unimed Ferj, está com três contas em tardança, o que soma R$ 70 milhões. Ainda há uma dívida de R$ 100 milhões da Unimed-Rio, que levou 13 anos para aglomerar, enquanto os R$ 70 milhões com a Ferj acumularam em somente oito meses.
Hospitais avaliam se mantém atendimento a clientes do projecto de saúde
Segundo o Valentiacircularam no mercado comunicados que os hospitais São Lucas Copacabana e Nossa Senhora do Carmo deixariam de atender clientes da Unimed Ferj. No entanto, ambos afirmaram que o atendimento continua, e a Unimed os indicou porquê alternativas aos hospitais da Rede D’Or.
A Associação dos Hospitais do Rio de Janeiro notificou o Ministério Público em dezembro. O órgão ameaçou a suspensão universal dos atendimentos hospitalares à Unimed Ferj por culpa de atrasos nos pagamentos.
“Estamos aguardando uma reunião com o presidente interino da Agência Nacional de Saúde”, afirmou Quintella. “Queremos fazer um TAC (termo de ajustamento de conduta) para acertar a dívida.”
Além dos contratos hospitalares cancelados, há resistência entre médicos em continuar a atender clientes da Unimed Ferj. A equipe de obstetrícia e neonatologia da maternidade Egaz Moniz, no Rio, suspendeu o atendimento desde segunda-feira 1º, até que as contas sejam acertadas.
A Unimed Ferj comentou as dívidas assistenciais herdadas da Unimed-Rio. A empresa informou que iniciou o processo de renegociação das pendências e deve estrear os pagamentos em breve.
“Até o momento, mais de 65% do montante assumido já foi renegociado, com as respectivas repactuações devidamente assinadas e em dia”, afirmou a Oeste. “É importante destacar que, após a assunção da carteira de beneficiários, houve uma melhora no valor da consulta recebida pelos cooperados.”
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