Nos dez primeiros meses deste ano, as divisas geradas com as exportações do agronegócio no Espírito Santo somaram mais de US$ 2,9 bilhões (ou R$ 16,8 bilhões). Esse valor obtido de janeiro a outubro superou todo o valor gerado com o negócio exterior do agro capixaba desde o início da série histórica para os anos completos. Esse resultado representa um desenvolvimento de 71%, em relação ao mesmo período de 2023 (US$ 1,7 bilhão).
O desenvolvimento no valor de exportações do Estado foi consideravelmente superior em relação aos dados nacionais, nos quais o índice do Brasil teve desenvolvimento de 0,3% no valor comercializado e desenvolvimento de 0,7% em volume. Mais de 2,2 milhões toneladas de produtos do agro capixaba foram embarcadas para o exterior, representando um desenvolvimento médio de 4,6% em volume.
As maiores variações positivas no valor comercializado foram para moca cru em grãos (+132,5%), mesocarpo bovina (+50,3%), mamão (+37,4%), celulose (+36,5%), moca solúvel (+35,4%), chocolates e preparados com cacau (+27,1%), álcool etílico (+21,2%), gengibre (+6,7%), pescados (+4,7%) e pimenta-do-reino (+1,1%).
Em relação ao volume comercializado, houve variações positivas para moca cru em grãos (+92,3%), mesocarpo bovina (+60,0%), gengibre (+41,5%), mamão (+38,6%), álcool etílico (+26,6%), chocolates e preparados com cacau (+16,3%) e moca solúvel (+16,2%).
“O agro segue ampliando a participação no comércio exterior. Mantivemos o melhor desempenho da série histórica para o acumulando do ano e, em apenas dez meses, superamos em 38% todo o valor comercializado em 2023. Os preços internacionais continuam bons para boa parte dos nossos produtos, o que levou a um aumento expressivo no valor comercializado pelo Espírito Santo. O café continua com volumes recordes exportados, principalmente o conilon, que se consolida como o principal produto da nossa pauta de comércio exterior do agro”, comemora o secretário de Estado da Lavra, Provisão, Aquicultura e Pesca, Enio Bergoli.
Os três principais produtos da tarifa das exportações do agronegócio capixaba – multíplice cafeeiro, celulose e pimenta-do-reino – representaram 95% do valor totalidade comercializado de janeiro a outubro de 2024.
No amontoado do ano, nossos produtos foram enviados para 123 países. Os Estados Unidos se destacam uma vez que principal parceiro mercantil, com 22% do valor comercializado. Ou por outra, a participação relativa do agronegócio nas exportações totais do Espírito Santo de janeiro a outubro foi de 32,6%. “Esses dados mostram como estamos avançando com competitividade no cenário internacional e isso é fruto de muito trabalho e resiliência dos produtores e das agroindústrias do Espírito Santo, que conseguem atingir mercados em todos os continentes com produtos de qualidade e sustentáveis”, pontua o secretário Enio Bergoli.
De janeiro a outubro deste ano, dez produtos se destacaram em geração de divisas. O multíplice cafeeiro ficou em primeiro lugar com US$ 1,7 bilhão (58,5%), seguido por celulose com US$ 893,1 milhões (30,8%), pimenta-do-reino com US$ 134,5 milhões (4,6%), gengibre com US$ 31,4 milhões (1,1%), mesocarpo bovina com US$ 23,7 milhões (0,82%), mamão com US$ 23,3 milhões (0,80%), chocolates e preparados com cacau com US$ 16,9 milhões (0,58%), álcool etílico com US$ 12,1 milhões (0,42%), mesocarpo de frango com US$ 5,7 milhões (0,20%) e pescados com US$ 5,2 milhões (0,18%). O conjunto de outros diversos produtos do agronegócio somou US$ 28,9 milhões (1,0%).
Moca segue em primeiro lugar
Na tarifa de exportação do ano pretérito, o multíplice cafeeiro passou a ocupar o primeiro lugar, impulsionado pelo moca conilon que mais que triplicou o volume de sacas exportadas no último ano. De janeiro a outubro de 2024, foram exportadas, aproximadamente, 6,49 milhões de sacas de conilon, sendo 5,06 de conilon cru em grãos e 430,8 milénio sacas de equivalente de solúvel. Ou por outra, foram exportadas murado de 597,7 milénio sacas de arábica, que somadas ao conilon, dá um totalidade de 7,09 milhões de sacas de moca capixaba exportadas em dez meses neste ano.
“O complexo cafeeiro segue com destaque das exportações do agronegócio, já consolidado como principal arranjo produtivo agrícola em geração de divisas, superando e muito as exportações de celulose. E o café conilon, grande responsável por alavancar esses resultados, teve crescimento de 123% no comércio exterior, saindo de 2,7 milhões de sacas exportadas entre janeiro e outubro do ano passado para 6,06 milhões de sacas no mesmo período deste ano. O conilon passou a fazer parte das negociações na B3, um passo fundamental como ferramenta de gestão de riscos, especialmente em períodos de oscilações de preço, o que proporciona maior proteção para o patrimônio dos nossos cafeicultores e suas famílias. É bom lembrar que o conilon está presente em cerca de 50 mil propriedades rurais capixabas”, complementa Bergoli.
De janeiro a outubro, o Espírito Santo também foi o maior exportador entre os estados brasileiros de gengibre, pimenta-do-reino e mamão, com participação em relação ao totalidade vernáculo de 63%, 59% e 44%, respectivamente. Ou por outra, superou o Estado de São Paulo na comercialização do multíplice cafeeiro, envolvendo moca cru em grãos, solúvel e torrado/moído, conquistando a segunda posição no ranking vernáculo das exportações totais de moca e derivados.
Salvaguarda acerca dos dados
A Secretaria de Lavra, Provisão, Aquicultura e Pesca do Espírito Santo, por meio da Gerência de Dados e Análises (GDN/SEAG), realiza mensalmente um levantamento detalhado das exportações do agronegócio capixaba, a partir dos dados originais do Agrostat/Planta e do Comexstat/MDIC.
Em estudo dos dados nas bases oficiais, notou-se uma inconsistência nos dados de exportações do agronegócio do Espírito Santo referentes aos meses de fevereiro e março de 2024, especificamente relacionada ao resultado “Açúcar de cana”, com código NCM 17011400.
De contrato com os registros disponíveis, constatamos que houve uma notável disparidade entre os valores e volumes de exportação do referido resultado nos mencionados meses em verificação, com dados históricos e informações fornecidas pelas indústrias sucroalcooleiras do Estado. Os valores registrados, sendo US$ 10,2 milhões em fevereiro e US$ 11,1 milhões em março, juntamente com os volumes de 19,8 toneladas e 21,6 toneladas, respectivamente, destoam significativamente das médias históricas de exportação do resultado pelo Estado, principalmente considerando que esses dados são referentes unicamente ao primeiro trimestre de 2024.
Em seguida consultas realizadas junto às indústrias sucroalcooleiras e ao Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Transacção e Serviços, levantou-se a suspeita de que tais números possam ter sido inflados devido a possíveis erros no lançamento de notas fiscais ou ações de empresas de trading que atuam no Espírito Santo. Portanto, os dados de açúcar fora da curva foram desconsiderados nas nossas análises. A Seag está em contato com as entidades responsáveis para sanar a inconsistência.