O Brasil conheceu os melhores cafés especiais produzidos na safra 2024, em cerimônia de premiação realizada em Franca (SP), no dia 2 de novembro, da 25ª edição do Cup of Excellence 2024, principal concurso de qualidade do mundo para o produto, que é realizado, dentro do projeto “Brazil. The Coffee Nation”, pela Associação Brasileira de Cafés Especiais (BSCA) em parceria com a Agência Brasileira de promoção de Exportações e Investimentos (ApexBrasil) e a Alliance for Coffee Excellence (ACE).
Com perfil sensorial que remete a cachaça, “suco de café”, frutas vermelhas, baunilha e manga, o café arábica da variedade Arara, produzido na M&F Coffee, em Campos Altos (MG), na Região do Cerrado Mineiro, pela Bioma Café (foto acima), foi o campeão da categoria Experimental (grãos fermentados), com 93,14 pontos na escala de zero a 100 da competição.
Ronaldo da Silva (foto acima), produtor de arábica Catucaí Amarelo, com retrogosto de chocolate, frutas tropicais e silvestres maduras, flores, vinho tinto e acidez complexa, no sítio Santa Luzia, em Cristina (MG), na Mantiqueira de Minas, ocupou o primeiro lugar na categoria Via Seca (grãos naturais) com a nota 92,32.
Já o café arábica Topázio Amarelo, com perfil sensorial bem estruturado de flores de laranjeira, pessegueiro e jasmim, cultivado por Vitor Marcelo Queiroz Barbosa, (foto acima) na Fazenda Sobro e Bonito de Cima – DBarbosa Coffee, em Coromandel (MG), no Cerrado Mineiro, obteve 91,93 pontos e foi eleito o melhor café especial produzido por via úmida (cereja descascado, despolpado ou desmucilado).
A presidente da BSCA, Carmem Lucia Chaves de Brito, celebra o fato de, em um ano com tantas adversidades climáticas, os cafeicultores e cafeicultoras brasileiros terem entregado cafés com muita qualidade e excelência.
“Recebemos amostras de diversas regiões produtoras de café do Brasil e nove delas, ou 25% do total das origens cafeeiras do país, foram premiadas. Como produtora, vivi este ano acordando todos os dias e pensando como atravessar esses desafios que estamos vivendo, principalmente os climáticos, que se estendem dos últimos anos. Mesmo assim, com todas as adversidades existentes, os produtores colocaram nas mesas do Cup of Excellence 2024 os cafés mais incríveis e com mais excelência que o Brasil conseguiu fazer nesses 25 anos de história”, exclama.
A comemoração da presidente da BSCA, popularmente conhecida como “Ucha”, vem ao encontro do fato de 13, das 27 amostras vencedoras das três categorias do principal concurso de qualidade para café no mundo – confira a lista no site da BSCA -, terem sido consideradas “presidenciais” na safra 2024, recebendo notas superiores a 90 pontos.
Além de Cerrado Mineiro e Mantiqueira de Minas, o Cup of Excellence também premiou cafés especiais das regiões da Canastra (MG), Montanhas do Espírito Santo (ES); Matas de Minas (MG), Chapada de Minas (MG), Chapada Diamantina (BA), Região Vulcânica (SP) e Sul de Minas (MG).
“Tivemos grandes, médios e pequenos produtores… famílias ganhando premiações aqui. Após 25 anos, é isso que nos motiva a continuar realizando o CoE, com o apoio importante da ApexBrasil. A BSCA tem em seu motivo de existir a entrega desses grandes cafés, produzidos por essas pessoas especiais, para todo o mundo. A gente quer que o mundo venha até aqui, como no Cup of Excellence, descobrir a variedade e a qualidade dos nossos cafés, e queremos sempre mais levar esses cafés para o mundo. As taças de excelência produzidas no Brasil vão, ano a ano, safra a safra, deixando os compradores internacionais cada vez mais apaixonados por aquilo que produzimos em nosso país”, conta Ucha.
Para o hedge judge da competição, o provador mexicano Jesus Salazar, se fosse necessário resumir em apenas uma palavra os cafés do Brasil, participantes do Cup of Excellence 2024, essa seria sofisticação.
“Sensorialmente, vocês (cafeicultores) produzem cafés sofisticados. São cafés que falam ao mundo, cafés que inspiram o mundo e cafés que têm a qualidade para estar no mesmo nível de qualquer outro café do mundo. Essa sofisticação que hoje vemos dos cafés brasileiros não seria possível sem 25 anos de história. Os cafés que têm produzido são resultado e uma homenagem a todos os 25 anos de trabalho desde a criação do CoE. Produtores, vocês nos entregaram maravilhas de café”, salienta.
PRÓXIMO PASSO
Todos os 27 vencedores do Cup of Excellence 2024 serão ofertados em concorrido leilão virtual, no dia 10 de dezembro, quando os principais compradores de todo o mundo disputarão os melhores cafés do Brasil. Devido à excelência desses produtos, os preços chegam a valores muito acima do mercado. Como exemplo, no leilão das amostras vencedoras da competição em 2023, o maior lance dado foi ao campeão da categoria Via Seca, produzido na Fazenda Rainha, em São Sebastião da Grama (SP), que recebeu o equivalente a R$ 84,5 mil por uma saca (60 kg), pago pela empresa Sarutahiko Coffee, do Japão, que se tornou o maior valor da história por um café natural brasileiro.
VENCEDORES NACIONAIS
Além dos vencedores do CoE 2024, a competição também teve nove “vencedores nacionais”, que são os cafés que chegaram à Fase Internacional, pontuaram acima de 86 pontos, mas que não integrarem a lista dos 27 “CoE Winners”. Esses lotes representam as Denominações de Origem Café da Canastra, Região do Cerrado Mineiro e Mantiqueira de Minas; as Indicações de Procedência Matas de Minas e Campo das Vertentes (MG) e a região da Chapada Diamantina. Eles ficarão disponíveis para aquisição de compradores de todo o mundo em uma plataforma virtual, entre os dias 2 e 12 de dezembro.
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