O grande ausente da reunião de cúpula do G20, no Rio de Janeiro, será a sua figura mais presente, na forma de espectro que o ronda: Vladimir Putin.
Vergonhosamente, o Brasil do PT, amigão do ditador russo, vem fazendo de tudo para que, na enunciação final da reunião, não conste uma pena à invasão da Ucrânia pela Rússia.
Ao lado de outros países não menos do que delinquentes, o Brasil quer que, caso haja pena, Israel seja tratado porquê a Rússia e, assim, criticado na enunciação final pela reação militar em Gaza ao ataque sofrido pelo Hamas.
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O provável é que, mais uma vez, por justificação dessa chantagem, opte-se pelo silêncio das afirmações vagas sobre a urgência da sossego no mundo, sem nomear os verdadeiros culpados.
Depois da posse de Donald Trumptudo deverá permanecer ainda melhor para Vladimir Putin. Até prova em contrário, o projecto de sossego do presidente eleito dos Estados Unidos para a Ucrânia significa a rendição completa dos ucranianos à Rússia, com a perda de 20% do seu território e a repúdio à adesão à Otan e à União Europeia.
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Em troca, a Ucrânia receberia a promessa de Vladimir Putin de que nunca mais será invadida e teria porquê garantia da promessa a geração de uma extensão desmilitarizada na fronteira. Ou seja, a Ucrânia, que venceria a guerra se o Poente permitisse que ela usasse em solo russo as armas que lhe foram fornecidas, sairá humilhada — com todas as perigosas consequências geopolíticas favoráveis à Rússia que a sua rendição vexatório acarretará. Quanto à sua reconstrução, não seriam nem os americanos nem os russos a financiá-la, mas os europeus ocidentais — que não foram consultados sobre o matéria resolvido unilateralmente pelos Estados Unidos e não são os agressores.
Putin e o caos internacional
Que Donald Trump, a pretexto de forrar verba dos pagadores de impostos americanos e de instaurar a sossego na Europa, uma sossego de cemitérios, tenha a mesma posição em relação à Ucrânia do presidente brasílico, desempenado à Rússia pelo mais infantiloide antiamericanismo esquerdista, isso é uma das consequências da estratégia do caos internacional empregada por Vladimir Putin para embaralhar as regras do jogo e fazer continuar a sua avidez imperialista de ressuscitar a União Soviética.
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O Brasil está interpretando com brilhantismo o seu papel de homúnculo no contexto mundial, apesar de nos arvorarmos a estatura de um gigante, o que torna tudo mais patético. Seguimos a reboque da insanidade megalomaníaca do ditador russo.
No início deste mês, em oração ao Clube Valdai, um grupo de reflexão fundamentado em Moscou, Vladimir Putin não poderia ter sido mais lobo em pele de cordeiro:
“A velha ordem mundial desapareceu de maneira definitiva, e se estabeleceu uma luta pela formação de um novo mundo, que não é uma luta pelo poder, mas um embate de princípios. No mundo multipolar emergente, não deveria haver países e povos perdedores, ninguém deveria sentir-se desfavorecido ou humilhado (…) O Brics são um bom exemplo de cooperação construtiva no novo ambiente internacional, e entre os membros da própria Otan há quem se interesse em trabalhar em estreito contato com o Brics.”
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Quase duzentos anos depois de ter empreendido uma viagem à Rússia, o Marquês de Custine, plumitivo francesismo muito arguto, continua a ser leitura obrigatória para quem quiser entender, de veste, a mentalidade russa, da qual o pensamento de Vladimir Putin é espelho.
No livro Rússia em 1839o marquês escreveu: “A Rússia vê na Europa uma presa que lhe será entregue cedo ou tarde pelas nossas dissensões. Ela fomenta, entre nós, a anarquia, na esperança de aproveitar-se de uma corrupção favorecida por ela por ser boa para as suas intenções”.
Porquê se vê, a falta de leitura, das leituras certas, pode ter consequências nefastas para o Poente.
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