A espalhamento da tecnologia gerada nos centros de pesquisa é fundamental para o desenvolvimento econômico e social de qualquer sociedade, e consequentemente, das nações. Através da transferência de conhecimento, o progresso científico sai das esferas acadêmicas e alcança diretamente a população, trazendo benefícios tangíveis que melhoram a qualidade de vida e impulsionam setores uma vez que saúde, cultura, pujança e ensino.
Não é incomum nos depararmos com diversos conteúdos de produção científica e acadêmica subutilizados, ou perdidos em gavetas, armários e HDs. Devemos incentivar cada vez mais o movimento de espalhamento das tecnologias geradas nos centros de pesquisas, laboratórios e centros acadêmicos, pois ainda existe muita introspecção no envolvente de produção de teor acadêmico-científico, no sentido de ser baixa a espalhamento dos métodos e resultados. Ainda, quando realizada, na maioria das vezes ocorre de forma ineficaz, não abrangendo a segmento da população que mais deveria se beneficiar com os resultados alcançados com o melhoramento contínuo de métodos e meios.
A preço dessa espalhamento pode ser observada em diversas áreas. No campo da saúde, por exemplo, inovações tecnológicas resultantes de pesquisas avançadas são essenciais para o desenvolvimento de novos medicamentos, tratamentos e vacinas. O entrada a essas inovações permite diagnósticos mais precisos e tratamentos mais eficazes, prolongando a vida e melhorando o bem-estar da população.
Na cultura, abrangendo toda a extensa enxovia do agronegócio, a transferência de tecnologias geradas em centros de pesquisa tem sido determinante para aumentar a produtividade e a sustentabilidade. Ferramentas uma vez que sensores de solo, drones para monitoramento de plantações, técnicas avançadas de rega, cultivo protegido, Integração Lavoura, Pasto e Floresta (ILPF), são alguns exemplos de uma vez que a ciência pode ser aplicada para maximizar a produção agrícola, minimizando o uso de recursos naturais e o impacto no meio envolvente. Outrossim, essas inovações podem ser fundamentais para combater os efeitos das mudanças climáticas e asseverar a segurança cevar.
No setor energético, a disseminação de tecnologias voltadas para energias limpas, uma vez que a solar, a eólica, e a pujança nuclear, ajuda a reduzir a submissão de combustíveis fósseis e promove a sustentabilidade. A pesquisa em novas formas de armazenamento de pujança, uma vez que baterias de longa duração, também tem potencial para transformar a infraestrutura energética global, com reflexos diretos e indiretos na economia e no meio envolvente.
Entretanto, o sucesso dessa espalhamento tecnológica depende de uma rede de colaboração eficiente entre governos, universidades, centros de pesquisa e o setor privado. É necessário que as inovações saiam do envolvente restrito dos laboratórios e sejam transformadas em soluções práticas e acessíveis à população. Políticas públicas eficientes de incentivo à inovação e mecanismos de financiamento, são ferramentas essenciais para promover essa integração. Neste sentimento, surge uma novidade no Rio de Janeiro, o PITec Agro.
O Rio de Janeiro uma vez que “hub” de tecnologia no Agronegócio
O PITec Agro, é um “hub” de espalhamento de tecnologia liderado pela Embrapa, por meio da Embrapa Solos, que contou com recursos da FAPERJ para o seu planejamento. Visa produzir e reunir conhecimento contínuo, para difundir e impulsionar a inovação tecnológica no setor agropecuário do Rio de Janeiro. Com sede física e uma plataforma online em desenvolvimento, o projeto conecta pesquisadores, empresas, “startups”, investidores, agricultores e pecuaristas, buscando soluções inovadoras para as demandas produtivas.
Coordenado pela Embrapa Solos, com pedestal de diversas instituições e órgãos públicos, o projeto integra esforços para revolucionar o setor agropecuário fluminense. Recentemente ganhou musculatura com a ingressão da Secretaria de Estado de Desenvolvimento Econômico, Indústria, Negócio e Serviços – SEDEICS e da Secretaria de Estado de Cultura, Pecuária, Pesca e Provimento do RJ – SEAPPA, através de um convenção de cooperação técnica e a geração de um grupo de trabalho multidisciplinar.
A iniciativa da formalização do Grupo de Trabalho – GT em uma reunião promovida pela SEDEICS e SEAPPA no Palácio Guanabara no dia 13 de setembro, envolveu “startups”, profissionais diversos da enxovia do agronegócio, representantes do Ministério da cultura e Pecuária, da EMBRAPA, de Secretarias Municipais de Cultura, representantes da Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro – Firjan, Universidade Federalista Rústico do Rio de Janeiro – UFRRJ, todos envolvidos na troca de experiência e o fortalecimento do Polo de Inovação Tecnológica no Rio de Janeiro, em perpetuidade à estratégia pátrio do Ministério da Cultura para gerar polos tecnológicos pelo Brasil, em parceria com outros ministérios.
O projeto procura facilitar o entrada das empresas e produtores a tecnologias e inovações, conectando necessidades do campo com soluções científicas. A plataforma tecnológica do PITec visa promover práticas sustentáveis, otimizando processos produtivos, reduzindo desperdícios e minimizando impactos ambientais. A transferência de tecnologia é fundamental, levando inovações diretamente aos produtores e empresas da enxovia do agronegócio, fomentando uma agropecuária mais eficiente e sustentável.
Divulgação e Capacitação
Além da espalhamento das tecnologias geradas, a capacitação da força de trabalho para operar e aprimorar as tecnologias transferidas é imprescindível. A formação de profissionais qualificados é um pilar importante para que as inovações não unicamente cheguem à sociedade, mas sejam muito implementadas e gerem o impacto desejado. As políticas públicas de capacitação profissional no envolvente do agronegócio, vem crescendo nos últimos anos.
A espalhamento da tecnologia é, portanto, um vetor importante de desenvolvimento e aumento dos níveis de qualidade de vida e melhoria social. Quando conduzida de forma estratégica e integrada, tem o poder de reduzir desigualdades, promover o prolongamento econômico sustentável e gerar sociedades mais justas e resilientes. O papel dos centros de pesquisa vai muito além da geração do conhecimento, são potenciais vetores de transformação de vidas e, consequentemente, alavancam nações.
Por:
Felipe Oceânico Masid, Perito em Gestão e Estratégias em Agronegócios pela UFRRJ. Gestor de Empresas, Gestor Público e Mestrando em Controladoria e Gestão Pública.