Elizabeth Schmidt (União), prefeita reeleita de Ponta Grossa (PR), movimentou o meio político na última semana. Em entrevistas concedidas em seguida a vitória em segundo vez, uma enunciação chamou atenção: de conformidade com ela, verbas prometidas pelo governo do estado não teriam sido liberadas e obras estariam paradas em função disso.
À Jornal do Povo, a prefeita de Ponta Grossa contou que perguntou ao governador do Paraná, Ratinho Junior (PSD), se havia qualquer rumor na relação. “Perguntei e ele afirmou que não, que o que havia sido assumido seria cumprido. A questão está mais no ajuste do orçamento mesmo, para que os R$ 160 milhões que vão ser destinados à pavimentação sejam enviados”, disse.
Ela pretende usar esse valor para uma das promessas de campanha mais ousadas da prefeita reeleita: 100% das ruas de Ponta Grossa asfaltadas até o termo de 2025. “Para que isso se cumpra, é preciso que os valores sejam liberados imediatamente”, cobrou.
De conformidade com dela, a questão está próxima de ser resolvida, o que incluiria uma agenda com o governador marcada para os próximos dias. “Pretendo ir a Curitiba para pedir a liberação do dinheiro que vai servir para asfaltar a Vila Borato [bairro de Ponta Grossa], mas também irei com uma pasta de projetos para serem avaliados. A esperança é conseguir mais parcerias”, afirmou Elizabeth.
A prefeita reeleita falou também à reportagem da Jornal do Povo sobre os compromissos feitos durante a campanha que deu à ex-professora mais um procuração primeiro do Executivo da maior cidade da região dos Campos Gerais paranaense. A eleição foi disputada e Schmidt ficou com pouco mais dos 53% dos votos válidos – isso, para ela, é secção do jogo democrático.
Elizabeth Schmidt disse que tem o compromisso de governar para todos. “Essa abordagem é essencial para garantir um diálogo aberto com a população”, afirmou.
O Governo do Paraná, porém, afirmou em nota enviada à reportagem que nunca recebeu solicitação de liberação de verbas para pavimentação asfáltica em Ponta Grossa. A nota ainda reforça que “o suposto valor pleiteado é quase o dobro do investimento feito pelo Estado em pavimentação em Curitiba desde 2019″. Confira a íntegra da nota do Governo ao final da reportagem.
Meio médico, polícia municipal e mais creches: as promessas da gestão Elizabeth Schmidt
A prefeita reeleita de Ponta Grossa rerafirmou compromissos para os próximos quatro anos de gestão. Elizabeth Schmidt disse que um Meio de Saúde Municipal vai ser construído no lugar do macróbio Mercadão Municipal. “Vamos levar o nosso laboratório central para lá, além do Centro de Especialidades Odontológicas, e também vamos contar com consultas oftalmológicas”, detalha.
O projeto de concentrar diversos serviços de saúde em um único espaço faz secção do planejamento voltado para questões de ESG ({sigla} em inglês para ambiental, social e governança). Segundo a prefeita, a proposta atende a extensão da governança, já que a Instauração Municipal de Saúde também funcionaria nesse ponto meão da cidade. Além deste, outro projeto que Elizabeth Schmidt promete tirar do papel é o de transformar o Hospital Amadeu Puppi em um hospital-dia, onde seriam feitas cirurgias eletivas de baixa complicação.
Outros projetos que constam na meta do Executivo de Ponta Grossa estão ligados à extensão da segurança pública. A ideia é contratar 350 guardas municipais nos próximos quatro anos. “Eu penso lá na frente. Quando for aprovado o projeto dizendo que nós podemos nos transformar em polícia municipal, eu quero que Ponta Grossa seja o projeto-piloto de tudo isso”, planeja.
A iniciativa à qual ela se refere é a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 57/2023, que tramita na Câmara dos Deputados e que, em núcleo, dá poder de polícia a guardas municipais. A PEC altera os artigos 40 e 144 da Constituição Federalista e pretende dar um papel mais ativo a esses agentes, no contexto da segurança pública.
Além dessas áreas prioritárias, elencadas durante as consultas públicas feitas com a população de Ponta Grossa, a prefeita Elizabeth Schmidt falou dos planos para a extensão da ensino. Além da construção de creches, duas delas feita por meio de um convênio recentemente assinado com a Secretaria de Desenvolvimento Social e Família do Paraná, ela pretende fazer o que labareda de Escola 4.0.
“É uma escola com educação infantil e ensino fundamental, além de ginásio e piscina para uso da comunidade. Quero fazer imediatamente uma, licitar já no início do ano e, até o fim da gestão, fazer mais três ou quatro do mesmo porte”, explica.
“Dinheiro não tem cor partidária”, diz prefeita de Ponta Grossa sobre parcerias com deputados estaduais
Elizabeth Smith também evidenciou que pretende trabalhar a relação com os deputados estaduais com representatividade na cidade. “Quero trabalhar com todos os deputados de Ponta Grossa, independentemente de suas escolhas. A política deve ser uma ferramenta para o bem comum. Precisamos buscar recursos e emendas juntos. O dinheiro que vem para Ponta Grossa não tem cor partidária”, respondeu.
A prefeita acredita que a colaboração entre o governo municipal e os deputados estaduais é necessária para promover melhorias na cidade. “Cada deputado tem um papel importante em garantir que nossos projetos sejam viabilizados. E eu sei que eles podem fazer muito mais do que vinham fazendo”, afirmou.
Governo diz nunca ter recebido solicitação de verbas para pavimentação em Ponta Grossa
Em nota enviada à Jornal do Povo, o Governo do Paraná afirma que “a administração estadual nunca recebeu uma solicitação de R$ 160 milhões da prefeitura de Ponta Grossa para pavimentação”.
O Palácio Iguaçu ainda reforça, na nota, que segue desobstruído para dialogar sobre demandas de todos os prefeitos eleitos, mas aponta que “discussões de interesse da cidade devem ser feitas na esfera adequada, diretamente nas secretarias de Estado, não no calor de uma recente disputa eleitoral”.
Confira a íntegra da nota
“A administração estadual nunca recebeu uma solicitação de R$ 160 milhões da prefeitura de Ponta Grossa para pavimentação. O suposto valor pleiteado é quase o dobro do investimento feito pelo Estado em pavimentação em Curitiba, uma cidade de quase 2 milhões de habitantes, desde 2019 (R$ 91 milhões).
Além disso, discussões de interesse da cidade devem ser feitas na esfera adequada, diretamente nas secretarias de Estado, não no calor de uma recente disputa eleitoral. O Governo do Paraná está aberto a dialogar demandas de todos os prefeitos eleitos.
É importante ressaltar que a Secretaria das Cidades liberou R$ 63 milhões (R$ 53 milhões a fundo perdido) para o município para pavimentação de vias urbanas desde 2019. O Governo do Estado ainda deliberou a transferência de mais R$ 21,5 milhões para o município, também via Secretaria das Cidades, mas até o momento o repasse não foi efetivado em função da falta de projetos e/ou certidão liberatória.
Além disso, o Governo do Estado já disponibilizou, via Secretaria de Infraestrutura e Logística, R$ 11 milhões para a cidade, recursos utilizados em uma ciclofaixa próxima da rotatória do campus UEPG e pavimentação poliédrica da Estrada Municipal Arichernes Carlos Gobo.
Esse último convênio, inclusive, com obras aquém do ideal. O cronograma inicial tinha como conclusão o prazo final de 28 de julho, mas a prefeitura solicitou prorrogação de um ano, levando a conclusão para julho de 2025. A obra deveria estar com 30% de execução, mas apenas 6,08% foi concluído”.