Políticos brasileiros foram às redes sociais repercutir a decisão do ministro do Tribunal Supremo Federal (STF) Alexandre de Moraes, dada nesta terça-feira, 25, sobre a relação de extradição entre o Brasil e a Espanha. Na visão deles, a ação é insensata e esdrúxula, entre outros adjetivos.
O juiz interrompeu o processo de devolução à {{aqui}} espanhola do traficante Vasil Gergiev Vasilev. Trata-se de um cidadão búlgaro que responde a acusações por transportar 52 quilos de cocaína em Barcelona, na Espanha, em outubro de 2022.
A decisão de Moraes ocorreu depois de o país europeu não enviar ao Brasil o jornalista Oswaldo Eustáquio, por entender possível motivação política no pedido. O ministro, por sua vez, entendeu que o ato configura suposta violação do princípio de reciprocidade no tratado de extradição entre os países. Mais cedo, Oeste noticiou o entendimento de alguns juristas sobre o caso.
Opinião de políticos sobre decisão de Moraes
Para o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), “Moraes faz mal à democracia e puxa todo o STF para o seu buraco negro de insensatez”.
Alexandre de Moraes soltou um traficante internacional de drogas porque a Espanha não mandou de volta para o Brasil um espanhol acusado de “crime de opinião”.
Alexandre faz mal à democracia e puxa todo o STF pro seu buraco negro de insensatez. https://t.co/ASP7wTnFPl– Flavio Bolsonaro (@flaviobolsonaro) 16 de abril de 2025
Também em publicação no X, o senador Sergio Moro (União-PR) questionou se o “Brasil vai virar refúgio para corruptos ou traficantes de drogas de outros países”.
O Brasil vai virar refúgio para corruptos ou traficantes de drogas de outros países? Já não temos o suficiente dos nossos por aqui?
– Sergio Moro (@sf_moro) 16 de abril de 2025
Já o deputado federal Marcel van Hattem (Novo-RS) classificou o episódio como um “vexame internacional” de Moraes.
O vexame internacional de Moraes aumenta: quer exigir dos espanhois a troca de um criminoso búlgaro hoje preso no Brasil, pego em Barcelona com 52 kg de cocaína – CINQUENTA E DOIS QUILOS de C-O-C-A-Í-N-A – por um de seus perseguidos políticos que está na Espanha. Não tem limite. https://t.co/dj7m7W1krp
– Marcel van Hattem (@MarcelVanhattem) 16 de abril de 2025
O deputado federal Carlos Jordy (PL-RJ) comparou as ações do traficante búlgaro e do jornalista brasileiro e concluiu que a decisão de Moraes é “bizarra”.
Moraes acaba de negar à Espanha a extradição de um Búlgaro foragido do Brasil alegando que o País violou o princípio da reciprocidade ao negar a extradição de Oswaldo Eustáquio. O primeiro transportou 52 quilos de cocaína para Barcelona; o segundo criticou o STF. Realmente, há… pic.twitter.com/edvtlulvdl
– Carlos Jordy (@carlosjordy) 16 de abril de 2025
Assim como Jordy, a vereadora da cidade de São Paulo Janaína Paschoal (PP) questionou a paridade entre as decisões de Brasil e Espanha. Além disso, criticou a decisão de Moraes de pedir explicações do embaixador espanhol sobre o caso.
Até onde sei, quem tem poder para convocar Embaixador é o Presidente da República. Já estamos em uma situação delicada com os Estados Unidos, não me parece prudente criar uma crise também com a Espanha. A reciprocidade só existe quando os dois países consideram criminosa a…
— Janaina Paschoal (@JanainaDoBrasil) 16 de abril de 2025
A candidata à Prefeitura de São Paulo pelo Partido Novo, nas eleições de 2024, Marina Helena, também criticou o entendimento de Moraes.
A Justiça espanhola apontou motivação política no pedido de Moraes para extraditar Oswaldo Eustáquio e negou.
Moraes suspendeu a extradição e mandou para casa um traficante, colocando brasileiros em risco, para dar o troco aos espanhóis.
Agora, a Espanha tem certeza.
– Marina Helena (@marinahelenabr) 16 de abril de 2025
Por fim, o ex-deputado-federal e operador do Direito Deltan Dallagnol classificou a ordem do ministro brasileiro como “esdrúxula”.
O ministro Alexandre de Moraes, em decisão esdrúxula, inexplicável e que viola tudo o que se conhece de direito internacional, mandou intimar o embaixador da Espanha no Brasil a dar explicações em 5 dias, porque a Espanha se negou a extraditar Oswaldo Eustáquio.
Se a Espanha…
— Deltan Dallagnol (@deltanmd) 16 de abril de 2025
