Ao refletirmos sobre 2024, é precípuo analisarmos os fatos que moldaram o cenário político em diversos âmbitos, com importantes vitórias da direita, tanto nas eleições municipais quanto nas disputas ocorridas pelo mundo afora. Os partidos de direita e centro-direita consolidaram sua força, conquistando 82% das 5.519 prefeituras, incluindo 11 das 26 capitais, impondo uma roteiro significativa à esquerda. Ou seja, em 2024, a esquerda brasileira sofreu um grande revés.
Ratinho Jr. (PSD), governador do Paraná, foi o que mais elegeu prefeitos no Brasil. Isso mostra que os governos de direita têm se realçado, com 81% de aprovação, segundo pesquisa realizada em dezembro pela Quaest e Genial Investimentos. A novidade vaga de incremento da direita na política em 2024 também foi sentida em uma das principais potências mundiais. Donald Trump (Republicano) voltou ao poder nos Estados Unidos com uma vitória esmagadora no Escola Eleitoral e no voto popular, além de obter a maioria na Câmara e no Senado. Segundo a própria prensa norte-americana, foi uma vitória poderosa e sem precedentes.
A política nos ensinou, neste ano, que o Congresso permanece influenciado pelo governo Lula, que reforçou uma agenda de esquerda, ampliou o tamanho do Estado e priorizou programas assistencialistas, ignorando a premência de reformas estruturais
Não podemos deixar de evidenciar os episódios que marcaram a Parlamento Legislativa do Paraná, principalmente as controvérsias envolvendo Ademar Traiano, as ocupações do plenário e as votações conturbadas. Esses acontecimentos ressaltam a valia do parlamento e o modo uma vez que a população enxerga leste poder diante dos eventos que ali ocorrem. Em seguida 10 anos sob uma mesma gestão, a Parlamento Legislativa finalmente se renova e terá um novo presidente: Alexandre Curi.
A troca de comando ocorre posteriormente um escândalo envolvendo a presidência atual, com a confissão de prática de devassidão, que culminou em um tratado de transação penal com o Ministério Público, cujos termos permanecem não revelados até hoje. Apesar de toda a repercussão midiática, das manifestações de entidades de classe, uma vez que a OAB, e dos insistentes pedidos de repúdio feitos, inclusive diretamente da tribuna da Vivenda de Leis, na prática, os efeitos foram (quase) nulos.
Uma vez que uma fadiga direta ao regimento interno, ainda vimos prazos serem atropelados a término de antecipar a eleição para presidir a Percentagem de Constituição e Justiça (CCJ), um dos cargos mais estratégicos do Legislativo, responsável pela estudo preparatório de todos os projetos de lei. Episódios uma vez que esse não somente mancham a imagem do Legislativo, mas reforçam a dificuldade da Parlamento Legislativa em se distanciar das velhas práticas políticas e reconquistar a crédito da sociedade.
O que deveria ser um espaço de debate qualificado acaba se convertendo, com frequência, em um palco de interesses escusos e alheios à vontade da população paranaense. Em 2024, presenciamos cenas lamentáveis na Vivenda de Leis, provocadas por uma ação orquestrada da esquerda, apoiada pela APP-Sindicato, que, sob o pretexto de resistência, impediu os deputados de exercerem o recta democrático de votar o projeto “Parceiros da Escola”.
A verdade é que vândalos travestidos de professores deixaram um saldo caótico: portas de vidro quebradas, confronto com a Polícia Militar e a premência de uso de gás de pimenta e bombas de gás lacrimogêneo. A pergunta que fica é: os responsáveis por essa invasão serão julgados com o mesmo rigor aplicado aos envolvidos nos atos de 8 de janeiro? É evidente que não.
A política nos ensinou, neste ano de 2024, que o Congresso permanece influenciado pelo governo Lula, que reforçou uma agenda de esquerda, ampliou o tamanho do Estado e priorizou programas assistencialistas, ignorando a premência de reformas estruturais tão aguardadas por nós, brasileiros. A Reforma Tributária não aliviou a fardo tributária que sufoca trabalhadores e empresários, enquanto o novo tórax fiscal flexibilizou as regras de controle de gastos, ampliando o espaço para irresponsabilidades fiscais.
2024 nos ensinou que a direita voltou a se unir e a mostrar resistência na política. Prova disso foram as manifestações no 7 de setembro. Os atos trouxeram à tona um fenômeno inédito que nos enche de esperança com a união da direita em torno de um único objetivo: o impeachment do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federalista (STF). Por término, as explosões no STF, em novembro, foram mais do que um ato só: simbolizaram o esgotamento da paciência de muitos brasileiros diante dos abusos percebidos na atuação do STF, principalmente do ministro Alexandre de Moraes.
Esse incidente reforça a urgência de uma reforma que restabeleça o estabilidade entre os poderes e devolva à sociedade a crédito nas instituições. O ano de 2024 nos deixou uma mensagem clara: a política só será verdadeiramente democrática quando recolocar a população no meio de suas decisões. Uma vez que muito disse o professor João Vieira Caldas: “Pode-se fazer política com ética e respeito ao cidadão. Para tal, basta ter decência e caráter”.
Fabio Oliveira é profissional em Gestão Pública e deputado estadual no Paraná.
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