Por Eduardo Berbigier Todo ano, no mês de abril, o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra
(MST) intensifica suas ações e mobilizações em defesa do modelo de reforma agrária idealizado por seus organizadores: o chamado “Abril Vermelho”. Trata-se do período onde o dito “movimento social” intensifica os ataques às propriedades rurais sob o guarda-chuva da reforma agrária — com o cumprimento das invasões criminosas. Celebram, também, o Dia Nacional de Luta pela Reforma Agrária a partir de um decreto assinado pelo ex-presidente Fernando Henrique Cardoso.
Apesar do “crime anunciado”, quem deveria impedir essas ações, entretanto, age na contramão do direito de propriedade e da segurança jurídica. O governo federal demonstra conivência com as práticas ilegais e disposição em atender às reivindicações desses grupos.
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Recentemente, representantes do agronegócio e parlamentares manifestaram preocupação com o número elevado de invasões promovidas pelo MST durante o “Abril Vermelho” de 2025, alertando para os riscos dessas ações.
A onda de invasões do MST
Mesmo antes do início oficial do conhecido “Abril Vermelho”, o país já registrava propriedades invadidas, produtores rurais expulsos de suas terras e um cenário preocupante de incertezas sobre a responsabilização dos envolvidos. Só entre os dias 14 e 17 de março foram registradas mais de 70 ações, protestos e invasões em várias regiões do Brasil.
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Toda a tensão gerada aos produtores rurais e ao agronegócio é causada principalmente pelo uso político da reforma agrária, que conta com o apoio e o favorecimento de decretos, portarias e recursos do governo, que, de algum modo, legitimam as ações do movimento.
Importante relembrar a invasão do MST à Embrapa Semiárido, na madrugada de 16 de abril de 2023, ocorrida em terras destinadas à agricultura e à preservação da Caatinga. A ocupação resultou em prejuízos significativos para produtores e agricultores da região atendida pela instituição.
Como se não bastassem as inúmeras e nefastas ações do MST, recentemente assistimos à manifestação do presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, que, no dia 7 de março, durante cerimônia realizada em Campo do Meio, Minas Gerais, diante de integrantes do movimento, defendeu a reforma agrária e disse: “Todo mundo sabe que tenho um lado”.
Também tivemos, em 2023, o Decreto nº 11.637, que modificou as regras para seleção, permanência e titulação de famílias beneficiadas pela reforma agrária no Brasil. A norma dá prioridade a famílias acampadas, envolvidas em invasões, em vez daquelas que aguardam legalmente o acesso à terra. Medida que enfraquece os direitos dos produtores rurais e incentiva ocupações irregulares.


Lula é apoiador do MST | Foto: Reprodução/MST
A reação da bancada do agro UM Frente Parlamentar da Agropecuária
(FPA) alertou, recentemente, sobre o perigo da escalada das invasões no campo, já antes de o mês de abril começar. A FPA também apontou ações coordenadas por movimentos como o MST, que já realizou cinco invasões somente nos primeiros meses de 2025.
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Vale destacar que o MST não quer terras de difícil cultivo. Não quer fazer o que os grandes produtores rurais, que seus membros hoje chamam de latifundiários, fizeram há décadas. Esses pioneiros do agronegócio e da produção rural enfrentaram condições extremas em regiões remotas e inóspitas, lidando com malária e outras doenças, encarando desafios inimagináveis em Estados como Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Pará, Tocantins, Rondônia e Goiás, isso há 50 ou 60 anos. Moravam em barracas, sem energia elétrica, sem água potável, sem nada. Semeavam e cultivavam a terra sem sequer saber se ela seria produtiva. Sem garantia de que o cerrado serviria para o cultivo da soja, por exemplo. Foi com muito sacrifício, martírio e sofrimento, aliado ao trabalho da Embrapa, que muitas destas regiões fizeram com que o Brasil se tornasse, hoje, o celeiro do mundo.
As táticas de guerrilha
https://www.youtube.com/watch?v=cqm2qpuv2-a
Importante lembrar que o setor que produz, alimenta, sustenta a economia brasileira e se mantém como o principal pilar social do país recebeu negativas sequenciais do governo Lula para obter o básico e dar tranquilidade aos produtores rurais.
https://www.youtube.com/watch?v=4cmkvqz2xga
Sabemos que o objetivo da iniciativa da FPA é estimular a segurança jurídica da propriedade rural, endurecer penalidades e facilitar a reintegração de posse, visando a consolidar o Brasil como uma potência agrícola global.
Para concluir, é importante destacar que o agronegócio também tem um lado: fortalecer o Brasil como celeiro do mundo. Eduardo Berbigier
é advogado tributarista, especialista em agronegócio, integrante dos Comitês Juridico e Tributário da Sociedade Rural Brasileira e CEO do Berbigier Sociedade de Advogados.
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