“Temos liberdade de expressão na Alemanha, só não aceitamos o apoio a posições de extrema-direita” – Olaf Scholz, chanceler socialista teuto. Sorte dele que tutorar direitos humanos somente para os ‘humanos direitos’ já virou tarifa da esquerda.
“É esse o meu pagamento por ter te eleito?” – Jair Bolsonaro, questionando candidatura de Marcos Pontes (PL-SP) à presidência do Senado, contrariando seu esteio a Davi Alcolumbre (União-AP). É mais fácil ir ao espaço sideral do que entender as alianças da política brasileira.
“É como a antiga revista Playboy; vocês têm artigos escritos pelo equivalente moderno de Gore Vidal e William F. Buckley Jr.?” – Samuel Alito, juiz da Suprema Galanteio americana, questionando o teor de sites pornográficos durante julgamento de lei que exige verificação de idade para entrada. Imagine a TV Senado, mas com um pouquinho de decoro e diálogos mais edificantes.
“Devemos expandir a consciência até as estrelas, para que possamos entender melhor as maravilhas da criação!” – Elon Musk. Ou as maravilhas do amontoamento instintivo de átomos, se você for ímpio.
“O Sebrae vai deixar de publicar conteúdos no X. Comprometida com a democracia, a instituição segue ativa em outras redes sociais” – perfil do Sebrae no X. Será levante o início do término para o poderio de Elon Musk?
“Relógio de Dom João VI restaurado após 8/1 vai para gabinete de Lula” – título de reportagem da Folha de S.Paulo. Daqui a pouco o relógio aparece decorando o sítio de qualquer colega por aí.
“A gente foi pro Egito agora e eu conheci a esfinge da única faraona (sic) que tem” – Janja Lula da Silva, em mais uma de suas viagens. Porquê diria o poeta, ao misturar o Brasil com o Egito, tem que ter charme pra fazer bonito. Senão, dá vexame.
Em Procura do Governo Perdido
Confira:
“Tivemos dois anos difíceis que tivemos que concertar (sic) muita coisa” – perfil solene da EBC, conduto de TV solene do governo. Já para os amantes da língua portuguesa, são dois anos de tortura.
“Governo parece perdidinho da Silva” – Eliane Cantanhêde, jornalista, sobre resposta do governo à repercussão do monitoramento do Pix. Estarem “perdidinhos” é ótimo, o problema seria se ainda estivessem “achadinhos”.
“Não tem muita coisa pra fazer” – Fernando Haddad, ministro da Herdade, sobre porquê o governo pretende mourejar com o endividamento público. Agora ele já não acha tão engraçado ter pretérito na faculdade colando…
“Daqui para a frente, a gente não pode mais inventar nada” – Lula, sobre o estado de seu governo. No dia seguinte, lá foram eles querer liberar a venda de vitualhas vencidos…
“A entidade vê com inaudito espanto a presidência do IBGE lançar combustível sobre uma crise que resvala naquela que é o maior patrimônio do IBGE, sua credibilidade” – nota do Assibge-SN, sindicato dos trabalhadores do IBGE. Muito-vindos à extrema-direita, sindicalistas do funcionalismo público!
“Lula deveria ousar e chamar para comandar a Secom o responsável pela propaganda do Hamas. Uma organização que, além de valentia e heroísmo, é capaz de turbinar o mundo com suas imagens de combate e afeto” – Breno Altman, jornalista. O marqueteiro do Hamas teria recusado o invitação, lembrando que não nenhum dos seus companheiros que se associaram ao PT sobreviveu para racontar a história.
“É urgente retomar a esperança. Premido pela onda obscurantista e pela crise internacional, o governo Lula ruma para o colapso” – editorial da Folha de S.Paulo. Uma grata surpresa, o Rubinho Barrichello assinando editorial na Folha.
“Dois mil e vinte e seis já começou. Queremos eleger governo para continuar processo democrático do país. Não queremos entregar esse país de volta ao neofascismo, neonazismo, autoritarismo” – Lula, sempre em campanha. Já que estamos em 2026 mesmo, que tal antecipar o término do procuração também?
“A Ma’aden, braço operacional no setor de mineração [da Arábia Saudita], vai se instalar em São Paulo; falaram em torno de R$ 8 bilhões para mapeamento geológico no Brasil” – Alexandre Silveira, ministro das Minas e Força, anunciando vultuosos investimentos sauditas. Parece que estão de olho no mais valioso recurso oriundo do Brasil: a inexaurível paciência do votante, sempre pronta para ser explorada.
“Não há nada vindo da gente” – nascente do governo saudita, desmentindo o ministro. E o ministro achando que ia passar a perna em quem vende areia no deserto.
“Equívoco de comunicação” – Paulo Teixeira, ministro do Desenvolvimento Agrário, sobre intenção do governo em intervir no preço dos vitualhas. Na atual ensejo, o governo querer se exprimir já é um equívoco.
Quotidiano da Galanteio
“A hipótese de interferência do presidente dos EUA em decisões de Cortes superiores do Brasil não pode ser vista senão como uma piada” – glosa de um misterioso Ministro do STF ao jornalista Josias de Souza. Bom lembrar que, para a galanteio levar a piada a sério, só se ela proporcionar o réu.
“O que parecia piada está acontecendo no Brasil: a Justiça está devolvendo dinheiro roubado aos corruptos. E entrega lavado!” – Transparência Internacional, no X/Twitter. Agora, só falta acomodarem o verba diretamente nas cuecas e malas de nossos parlamentares.
“Uma regulação que impeça que o mundo desabe em um abismo de incivilidade, de mentiras, de desinformação” – Luís Roberto Barroso, ministro do STF, sobre a influência da exprobação às redes sociais. O Brasil pode estar à ourela de um caimento, mas, se depender do Barroso, vamos dar um passo adiante.
“A polarização, que caracteriza o mundo contemporâneo, impediu que o senso comum prevalecesse” – Luís Roberto Barroso. Esta semana, o ilustre ministro esteve em Davos buscando instruções diretamente com o tal do “Senso Comum”.
Negócio da China
“A gente está vivendo um momento distópico do mundo, né? Um momento apocalíptico, de muito medo. A ideia de que um governo como um ‘pai autoritário’ – que talvez ponha ordem na casa – cresce” – Fernanda Torres, atriz lulista. Ela deixou no ar se acha isso bom ou ruim.
“Os EUA deixam também um vácuo político muito grande na governança climática. O que a gente vê é a China tendo que ocupar esse lugar” – Ana Toni, secretária de Mudanças Climáticas do Ministério do Meio Envolvente. Com a China cuidando do clima, a Rússia da segurança e o Brasil da justiça e transparência, a democracia global não poderia estar em melhores mãos.
“A China, por incrível que pareça, tem um ditador, mas virou meio que um ‘adulto na sala’, de uma espécie de mesura (sic) de forças, uma queda de braços no melhor estilo da Macholândia” – Daniela Lima, apresentadora de TV, sobre o realinhamento global. Não sei onde ela assiste a esses campeonatos de queda de braço da Macholândia, mas não me soa um programa adequado para uma mulher casada.
Diálogo Sobre a Meritocracia
“Quando um presidente nega essa política [identitarismo], ele beneficia um grupo que Donald Trump representa e adula: os homens brancos e héteros” – Flávia Oliveira, comentarista da GloboNews.
“A conclusão do que você falou é que qualquer político que seja contra políticas identitárias será um supremacista branco. É complicado isso” – Demétrio Magnoli, jornalista, em resposta à colega.
O Termo da América
“Trump articula construção de nova ordem e coloca mundo em tensão máxima” – Jamil Chade, jornalista, em pilar no UOL sobre posse de Trump. Se Trump espirrar, capaz de ser culpado de redirecionar as correntes estratosféricas para gerar um anticiclone tropical.
“Lula é um alvo de baixo custo para ataques de Trump” – Brian Winter, ‘brasilianista’ americano. De “baixo custo” porque não é você quem paga a conta do cartão corporativo.
“Não é festa de batizado, é a posse da maior democracia do mundo” – Jair Bolsonaro, em seguida perder a posse de Trump por ter liberação de passaporte negada pelo STF. Pelo tanto que chorou, mais parecia conúbio de filha caçula.
“Engraçado, nunca me enviaram uma dessas por contribuir para os Democratas” – Sam Altman, CEO da OpenAI, em seguida receber missiva do Senado dos Estados Unidos questionando doações para a campanha de Trump. Parece que o americano está começando a aprender o que acontece quando se deixa de remunerar o arrego.
“Nós não queremos briga, queremos paz” – Lula, sobre relação com Donald Trump, em seguida chamá-lo de “nazista” e concordar sua rival. Na campanha é tigrão, mas depois da posse vira tchutchuca.
“Milei perde duplamente, porque ainda dá ao Brasil e a Lula a chance de mostrar como um presidente da República deve agir” – Tales Faria, colunista do UOL, sobre aproximação entre Milei e Trump. O UOL precisa se resolver: ou o Milei é irrelevante ou ele merece uma manchete novidade por dia.
“O discurso de Trump foi um espetáculo de chauvinismo, xenofobia, militarismo e imbecilidade, mas, em especial, a transfobia e o machismo chamaram a atenção” – César Calejon, jornalista. Poxa, César, só ficou faltando invocar o Trump de “fascista” para eu lucrar o bingo do escritório!
“Eles precisam muito mais de nós do que nós precisamos deles. Na verdade, não precisamos deles, e o mundo todo precisa de nós” – Donald Trump, respondendo à pergunta sobre porquê será a relação com o Brasil e a América Latina. Trump se confundiu: a enorme globo laranja de quem o Brasil realmente precisa é o Sol, não ele.
“Agora só existem dois gêneros: masculino e feminino” – Donald Trump, durante seu oração de posse. O mais chocante foi ver que ninguém evaporou depois disso.
“[Trump] defendeu um discurso abertamente anticientífico e homofóbico ao dizer que agora os americanos só vão poder se identificar com os gêneros masculino ou feminino” – Raquel Landim, colunista do UOL. Ainda muito que ele não defendeu que a grama é verdejante, senão teria gente fazendo greve de rafa para não se alinhar com o fascismo.
“Sou graduada em História e o clima nos EUA é parecido com o da Alemanha nazista” — Estelita Borges, graduada em história. Agora está simples por que ela parou na graduação.
“Muito cuidado ao tirar fotos ou gravar vídeos e fazer gestos com as mãos. Dependendo do gesto você pode ser assassinado pelo PCC ou pela imprensa brasileira” – Gustavo Gayer, deputado federalista (PL-GO), sobre histerismo da prensa quanto à suposta “saudação nazista” de Elon Musk. Pelo lado positivo, talvez conseguisse uma audiência no Ministério da Justiça e, quem sabe, um carguinho no governo.
“Trump volta ao poder com uma agenda que ameaça os direitos humanos, a diversidade e o próprio futuro do planeta. É hora de partir para a ofensiva e coordenar uma resistência global” – Érika Hilton, membro da Câmara dos Deputados (PSOL-SP). Quem imaginaria que a “resistência global” começaria por Carapicuíba e adjacências?
“Confesso que passei a noite em claro pensando o que será do mundo” – Eliane Cantanhêde, jornalista. Passou a noite em simples… será que ela finalmente achou o disjuntor?
“O Lula não é relevante e não será um interlocutor de Trump” – Volodymyr Zelensky, presidente da Ucrânia, sobre a participação do Brasil no processo de silêncio. O projecto de resolver tudo na mesa de bar até que era bom, pena que o Trump é abstêmio.
Cantinho do Pix
“Nikolas Ferreira, Gustavo Gayer e Flávio Bolsonaro poderão ser acusados de propagar desconfiança sobre o Pix!” – Lindbergh Farias, deputado federalista (PT-RJ). E tem um patente ‘lindinho’ da lista da Odebrecht que poderia ir junto, já que propagou que as blusinhas não seriam taxadas.
“Esquerda quer ganhar no tapetão” – Pablo Ortellado, jornalista, sobre a judicialização da polêmica ao volta do Pix. E eu achando que quem era chegado em um tapete era o Aladim e não o Ali Babá. “Vídeo viral de Érika Hilton sobre Pix tem imprecisões sobre taxa das blusinhas e isenção do IR” – informa a Folha de S.Paulo. “Imprecisão” deve ser uma fake news que se identifica porquê pequeno deslize.