Cuba acusou os Estados Unidos nesta quinta-feira (24) de causarem, através das suas sanções econômicas contra a ilha, o massivo apagão que deixou todo o país sem eletricidade nos últimos dias.
No seu discurso na 16ª cúpula do Brics, na cidade russa de Kazan, o ministro das Relações Exteriores do regime comunista da ilha, Bruno Rodríguez, criticou o que chamou de “medidas extremas de guerra econômica” aplicadas por Washington contra seu país, que é acusado por entidades de perseguir opositores e violar os diretos humanos.
Para o chanceler cubano, as sanções dos EUA impediram Cuba de ter acesso ao “abastecimento de combustível, e itens e peças para a manutenção técnica e o investimento” das centrais termoelétricas que geram a maior parte da energia da ilha.
Rodríguez afirmou também que os EUA “em um só ano paralisaram 53 embarcações e 27 empresas” que enviariam combustível a Cuba para abastecer seus sistemas elétricos.
“A privação de recursos financeiros e os impedimentos às nossas transferências bancárias devido ao bloqueio e à [inclusão da ilha na] lista de supostos países patrocinadores do terrorismo, bem como [as] difíceis condições climáticas […] geraram as condições” para o colapso do sistema elétrico ocorrido na última sexta-feira (18), disse o diplomata.
Cuba anunciou no início de outubro que havia solicitado formalmente a adesão ao Brics, bloco inicialmente formado por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul, em carta enviada ao ditador russo, Vladimir Putin, atual chefe do grupo.
Fontes do Ministério das Relações Exteriores cubano explicaram que o acesso ao grupo como sócio é um “passo essencial” para posteriormente conseguir a “adesão como membro pleno”.
No último mês de junho, durante sua visita à Rússia, o chanceler do regime cubano anunciou o interesse do país em aderir ao Brics, ao qual se juntaram este ano a Arábia Saudita, o Irã, o Egito, a Etiópia e os Emirados Árabes Unidos, na primeira expansão desde a sua criação.
Nos últimos anos, Cuba e Rússia promoveram a sua relação bilateral para tentar restabelecer a estreita cooperação que mantiveram até o fim da União Soviética em 1991.