A gastronomia de Curitiba está de luto neste domingo (3) com a morte do chef Dirceu Félix. Referência no ensino da cozinha clássica francesa, Dirceu foi professor do Centro Europeu por quase duas décadas.
O chef, que teve passagem pela cozinha de diversos hoteis no Rio e em São Paulo, também atuou em outras instituições de ensino da cidade. De forma que não é exagero dizer que muitos dos cozinheiros e chefs de cozinha que atuam hoje em Curitiba e no Paraná passaram pela sala de aula de Dirceu Félix.
“Arrisco dizer ter sido o Dirceu, ao lado de José Serra, o grande bastião da guinada da gastronomia local, avançando além da timidez de pratos e misturas mais básicas.
Por mais que estivesse afastado das lides gastronômicas do dia a dia, era fonte de consulta permanente de chefs e cozinheiros. Fará falta, mas deixou um legado que permitiu a ascensão de muitos talentos que hoje se firmam e se consolidam na proposta dos melhores sabores para nós todos” , declarou o jornalista e colunista do Bom Gourmet, Luiz Augusto Xavier.
Afastado das atividades docentes há cerca de seis anos, Dirceu era um discípulo da escola francesa clássica. “Os manuais dele eram Escoffier e Carême. Eu brincava dizendo que a segunda bíblia dele eram os livros desses autores”, comentou Rogério Gobbi, diretor do Centro Europeu.
Uma das mais antigas escolas de gastronomia de Curitiba, o Centro Europeu homenageou Dirceu em 2013, quando batizou a sua principal cozinha pedagógica com o nome do chef professor. “Ele conquistava os alunos de forma muito simples e esses sempre nutriram um carinho e uma consideração muito grande pelo Dirceu”, conta Gobbi.
Dirceu Félix tinha 82 anos e morreu em Blumenau (SC). O sepultamento está marcado para as 17h deste domingo no Cemitério Vertical, em Curitiba.