O aniversário do general Walter Braga Netto, ex-ministro da Defesa e ex-candidato a vice-presidente na chapa de Jair Bolsonaro em 2022, foi marcado por manifestações de apoio de figuras políticas da direita.
Detido preventivamente desde dezembro de 2024, Braga Netto recebeu homenagens públicas da ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro e do deputado federal Nikolas Ferreira (PL-MG), ambos pedindo justiça para o militar. Ele completou 68 anos nesta quarta-feira, 12.
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Nikolas expressou sua indignação com a detenção do general e criticou a condução do caso. “Hoje é aniversário do General Braga Netto, e ele passará o dia na prisão”, lamentou em publicação nesta quarta-feira.
Ele destacou que a prisão preventiva já dura 84 dias e mencionou que a detenção ocorreu sob a acusação de obstrução da Justiça, por supostamente buscar detalhes da delação do ex-ajudante de ordens Mauro Cid — que hoje é pública.
Hoje é aniversário do General Braga Netto, e ele passará o dia na prisão. Preso preventivamente há 84 dias, foi detido sob a acusação de obstrução da Justiça ao tentar entender detalhes da delação de Mauro Cid. No entanto, descobriu que apenas a imprensa e os aliados de Lula…
— Nikolas Ferreira (@nikolas_dm) 11 de março de 2025
Nikolas ressaltou uma suposta discrepância no acesso às informações do caso e insinuou que membros do governo Lula e jornalistas tiveram privilégios negados à defesa do general. “No entanto, descobriu que apenas a imprensa e os aliados de Lula poderiam ter acesso às informações”, criticou.
Para o deputado, essa situação reflete uma “República comandada por Alexandre de Moraes”, em referência ao ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), responsável pelo inquérito que resultou na prisão de Braga Netto.
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Michelle Bolsonaro pede que “Justiça seja feita”
A ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro também se pronunciou sobre a prisão do general e adotou um tom mais emocional em sua homenagem. Em uma mensagem direcionada a Braga Netto, Michelle lamentou sua ausência no aniversário e demonstrou solidariedade à sua família.
“Hoje é o seu aniversário, e o senhor está longe de sua família e do seu Jack, que tanto ama”, escreveu, em referência ao cachorro do general. Ela ainda fez um apelo por justiça e expressou sua esperança de que a situação seja revertida.
“Oro a Deus para que a Justiça seja feita e, em breve, o senhor esteja conosco”, disse a ex-primeira-dama, que concluiu sua mensagem com um desejo positivo ao general. “Que as bênçãos do nosso amado Deus estejam sobre sua vida, trazendo saúde, paz e amor. Obrigada por tudo, Braga!”
Braga Netto foi preso no inquérito da suposta trama golpista
A Polícia Federal prendeu Braga Netto em um sábado, 14 de dezembro de 2024. Ele foi indiciado no inquérito que investiga uma suposta trama golpista. Durante a operação, agentes realizaram buscas em sua residência.
A prisão ocorreu em Copacabana, na zona sul do Rio de Janeiro. Depois de ser detido, ele foi encaminhado ao Comando Militar do Leste, onde permanece sob custódia do Exército. Em sua defesa, o general nega as acusações e declara que nunca se tratou de golpe, “muito menos de plano de assassinar alguém”.
Segundo o relatório da Polícia Federal, Braga Netto tentou obter informações sobre o acordo de colaboração de Mauro Cid. De acordo com a PF, essa tentativa ocorreu por meio dos pais do ex-ajudante de ordens.

O relatório final da investigação, que indiciou Bolsonaro, Braga Netto e outras 35 pessoas, afirma o seguinte: “Outros elementos de prova demonstram que Braga Netto buscou, por meio dos genitores de Mauro Cid, informações sobre o acordo de colaboração”.
Em mensagens trocadas, o general Mario Fernandes, também indiciado no caso, relata que os pais de Mauro Cid teriam entrado em contato com Braga Netto e com o ex-ministro Augusto Heleno para negar o conteúdo da delação.
“Sobre a suposta delação premiada do Cid: a mãe e o pai dele ligaram para o Braga Netto e para o Augusto Heleno, informando que é tudo mentira!”, escreveu Fernandes ao coronel reformado Jorge Luiz Kormann, em 12 de setembro. A mensagem foi enviada três dias depois de Moraes homologar a delação de Mauro Cid.
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