O terceiro procuração de Lula na Presidência da República chega à metade, e os indicadores econômicos registrados ao termo desses dois anos – mesmo aqueles que em outras circunstâncias mereceriam comemoração efusiva – apresentam um quadro que, infelizmente, apontam para um horizonte bastante turbulento. Com um desenvolvimento fundamentado principalmente no incitação ao consumo e a irresponsabilidade fiscal uma vez que regra, os resultados se fizeram notar de forma mais contundente na escalada da inflação, dos juros e do câmbio ao longo das últimas semanas.
O ano que agora termina foi marcado pela desmoralização definitiva do tórax fiscal revalidado em 2023. O mesmo governo que propôs a âncora fiscal e conseguiu sua aprovação no Congresso tratou de transformá-la em ficção em velocidade recorde. Um texto que já nasceu muito fraco, incapaz de frear o aumento do gasto público, com metas medíocres de resultado primitivo, foi torpedeado com políticas uma vez que a valorização real (supra da inflação) de vários benefícios sociais e do salário mínimo. Em abril, o governo propôs a redução das metas para 2025 e 2026, que passaram a ser de déficit zero e superávit primitivo de 0,25% do PIB, respectivamente. Enquanto isso, outras despesas eram colocadas à segmento do cômputo, em uma maquiagem orçamentária legalizada. Não foi suficiente, já que o ritmo desvairado do aumento da despesa governamental continuou ameaçando o cumprimento da meta já desidratada. O ano terminou com o proclamação de um pacote fiscal frustrante, que, em vez de trinchar gastos, somente reduzia a velocidade com que o gasto público aumentaria.
A disparada do câmbio, a inflação supra do limite sumo de tolerância da meta e a escalada dos juros são mera consequência do descaso fiscal de Lula e do PT
Uma vez que resultado, um dos indicadores que o ministro Fernando Haddad mais apontava uma vez que prova do resultado do tórax também está escapando totalmente do controle. Quando apresentou o tórax, em março de 2023, Haddad afirmava que ele garantiria a estabilização da dívida pública a partir de 2026. Isso não ocorrerá – pelo contrário, a tendência é de que ela siga crescendo e atingindo níveis mais alarmantes que os atuais. A Instituição Fiscal Independente (IFI), vinculada ao Senado, prevê que a Dívida Bruta do Governo Universal feche 2024 em 78,3% do PIB e termine 2026 em 86,3% do PIB. Para que a dívida pública fique seguro no mesmo nível de 2023 (73,8%), seria preciso que o país tivesse uma sequência de superávits primários de 2,4% do PIB ao ano – alguma coisa inimaginável para um governo que não consegue entregar nem mesmo um resultado zerado depois dois anos.
A disparada do câmbio, a inflação supra do limite sumo de tolerância da meta e a escalada dos juros, com a promessa de ao menos dois novos aumentos substanciais nas primeiras reuniões do Copom em 2025, são mera consequência do descaso fiscal. A suspicácia no Brasil – o que fez do real a moeda mais desvalorizada entre as 20 mais negociadas em todo o mundo no ano que agora termina – não é mitigada nem mesmo por dados uma vez que os do PIB, que deve crescer muito supra do que se previa no início deste ano; isso porque os dados mais detalhados indicam que esse desenvolvimento é movido, em boa segmento, pelo incitação ao consumo do governo e das famílias, repetindo a estratégia da Novidade Matriz Econômica lulopetista. O padrão gestado no termo do segundo procuração Lula e que ganhou força totalidade nos mandatos de Dilma Rousseff levou o Brasil à pior recessão de sua história depois também ter entregue bons resultados no curtíssimo prazo, incluído aí o índice de desemprego, que teve o menor número da série histórica no trimestre encerrado em novembro.
O estrago feito somente nesses dois anos já é grande o suficiente para exigir uma longa reconstrução – basta lembrar que, quando a pandemia atingiu o mundo em 2020, o Brasil ainda estava no quarto ano de recuperação da catástrofe petista. No entanto, Lula e o PT ainda têm mais dois anos para seguir destroçando a economia brasileira enquanto colocam a culpa em todos os demais, da “Faria Lima” a memes de internet – somente o Banco Mediano deve lucrar qualquer consolação, agora que será presidido por um indicado de Lula. Quanto mais tempo o governo passar aprofundando a irresponsabilidade e fechando os olhos para suas consequências, mais trabalhoso e dolorido será o conserto.