A Instalação Pontifícia da Igreja Católica Ajuda à Igreja que Sofre (ACN, na {sigla} em inglês) divulgou um relatório apontando um aumento da perseguição contra cristãos em 18 países.
O levantamento, feito com base em dados públicos e de igrejas locais, coletados entre agosto de 2022 e junho deste ano, monitorou casos de discriminação, prisão, deslocamento forçado e homicídio por motivo da fé.
Segundo a lista, das 18 nações analisadas, Nicarágua, China, Burkina Faso, Nigéria, Eritréia, Moçambique, Iraque, Irã, Paquistão, Índia e Sudão registraram uma piora no nível de segurança a cristãos, enquanto Arábia Saudita, Egito, Coreia do Setentrião, Síria, Mianmar, Turquia foram categorizadas uma vez que “sem mudanças significativas na situação”. Já no Vietnã, houve uma pequena melhoria nos índices de perseguição religiosa.
O documento mostrou que, em mais de 60% dos países consultados, a violação dos direitos humanos aumentou desde a última edição 2020-2022. Também foram pontuados os fatores que explicam por que a perseguição e a vexação pioraram, não só em países, individualmente, mas em continentes.
Transmigração da violência extremista do Oriente Médio para a África
Apesar de algumas regiões do Oriente Médio permanecerem ameaçadas pela atuação de grupos terroristas, uma vez que a Síria, o terror extremista se mostrou responsável pelo aumento da intolerância religiosa na África.
O relatório denunciou a geração de “califados oportunistas” no continente, que se tornaram a maior preocupação da ACN em relação à liberdade religiosa dos cristãos em 2024.
A violência jihadista foi mais visível na África Subsaariana, na região do Sahel que compreende Burkina Faso, Máli, Níger, Nigéria e Moçambique.
Os constantes ataques extremistas contra religiosos os forçou a deixarem suas casas e, consequentemente, a perderem seus direitos, levantando preocupações sobre sobrevivência a longo prazo de famílias nos países alvos de perseguição.
Ainda de convénio com o documento, outro ponto de destaque que explica o aumento da violência por motivo da fé é a ameaço estatal contra cristãos, uma vez que ocorre na China, Eritreia, Índia e Irã.
Esses países aumentaram a vigilância e incentivaram outras medidas repressivas em nome do “nacionalismo religioso”, uma vez que em Teerã, ou em nome do comunismo ou secularismo do Estado, uma vez que fez Pequim, que procura cada vez mais impor sua ideologia dentro das instituições religiosas.
As ações incluem punições mais graves para violações ou insultos contra a ideologia do Estado, confisco de bens e locais de luminar, aumento das penas de prisão, entre outras formas de violação.
Mas a perseguição não está presente exclusivamente na Ásia ou África. Pela primeira vez em 18 anos, a ACN acrescentou a Nicarágua ao relatório, país que vive sob o regime de Daniel Ortega, responsável por uma vaga de repressão contra autoridades religiosas no último ano.
Cresce número de sequestros e violência sexual contra mulheres
De convénio com o levantamento, evidências coletadas nas 18 nações em estudo sugerem um aumento das violações aos direitos das mulheres, incluindo crianças com idades próximas aos 10 anos.
Algumas formas de violência contra as vítimas são sequestros, violência sexual, casamentos forçados e tentativa de conversão forçada.
Nesse quesito, o Paquistão foi um dos países onde o alerta se mostrou mais presente, com crescentes registros de jovens mulheres de minorias religiosas, uma vez que as cristãs, sendo sequestradas. O Egito também foi denunciado nesse sentido pelo relatório.
População cristã cai drasticamente em países do Oriente Médio
No Irã, a comunidade cristã está entre os grupos mais perseguidos do país. Essa política estatal de repressão se deve principalmente porque eles são visto uma vez que “aliados do Ocidente”, em um momento de poderoso instabilidade regional.
Muitos cristãos precisam viver sua fé de forma clandestina, a término de evitarem prisões injustas e condenações exageradas, visto que a evangelização é proibida nacionalmente.
Na Síria, onde conflitos armados entre o regime de Bashar al-Assad e rebeldes islâmicos têm buliçoso novamente a guerra interna, os cristãos têm poucos alternativas a não ser deixar o país.
Desde 2011, quando a guerra social síria teve início, a população formada por cristãos caiu de 1,5 milhão para 250 milénio, aproximadamente.
O Iraque sofreu o mesmo processo depois que o Estado Islâmico ocupou secção do território, nos últimos anos, apesar de sua força ter sofrido uma poderoso queda em meio a atividades antiterroristas lideradas pelos EUA no Oriente Médio.