Teve início na terça-feira (5), no Espírito Santo, a nona edição do Simpósio do Papaya Brasílio – Papaya Brasil 2024, considerado o principal fórum técnico-científico devotado à calabouço produtiva do mamão no país. Com o tema “Produção Sustentável com Qualidade”, o evento é realizado no auditório do Sesi de Linhares, município integrante do polo de produção e exportação da fruta no Estado.
Organizado pelo Instituto Capixaba de Pesquisa, Assistência Técnica e Extensão Rústico (Incaper) e pelo Núcleo de Desenvolvimento do Agronegócio (Cedagro), em parceria com a Associação Brasileira dos Produtores e Exportadores de Papaya (Brapex) e outros parceiros, o simpósio reúne representantes de instituições de pesquisa e profissionais dos setores de comercialização e exportação, para troca de conhecimentos científicos, tecnológicos e de mercado.
Na lisura do evento, o secretário de Estado da Lavoura, Enio Bergoli, enalteceu a relevância do IX Simpósio do Papaya Brasílio para o desenvolvimento sustentável do agronegócio capixaba. Segundo ele, o evento está em risco com as diretrizes do Projecto Estadual de Desenvolvimento da Lavoura (Pedeag 4).
“O Espírito Santo, como principal exportador de mamão do Brasil, tem o compromisso de liderar iniciativas que promovam a qualidade e a sustentabilidade na produção. O Papaya Brasil 2024 é um exemplo disso”, afirmou Bergoli.
O diretor-geral do Incaper, Antonio Elias Souza da Silva, destacou que o evento apresentará os mais recentes resultados de pesquisas científicas voltadas à cultura do mamoeiro, produzidos por diversas instituições brasileiras.
“Os conhecimentos para aumentar a produtividade das lavouras, melhorar a qualidade e a conservação dos frutos vêm sendo gerados em diversas instituições de Ensino, Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação do País, e devem ser socializados no meio científico e repassados para os setores de produção, comercialização e exportação, para serem adequadamente incorporados às boas práticas agrícolas utilizadas na produção e na pós-colheita do mamão”, frisou Antonio Elias.
A programação técnica do evento foi iniciada com duas conferências. O presidente da Sociedade Brasileira de Fruticultura (SBF), Henrique Belmonte Petry, falou sobre “O agronegócio da fruticultura”. Já o gerente de projetos da Associação Brasileira dos Produtores Exportadores de Frutas e Derivados (Abrafrutas), Jorge de Souza, abordou o tema “Oportunidades e desafios na produção e comercialização de mamão no Brasil e no mundo”.
Lançamento de livro do Incaper
A lisura do evento também foi marcada pelo lançamento do livro “Recomendações Técnicas para o Cultivo do Mamoeiro”. A publicação do Incaper reúne e atualiza resultados de pesquisas científicas para facilitar o aproximação e a consulta de informações técnicas para produção da fruta. O livro pode ser baixado gratuitamente pelo site da Livraria Rui Tendinha (clique para minguar).
Programação até sexta-feira (8)
A programação do Papaya Brasil 2024 segue até sexta-feira (8), com painéis e palestras com especialistas do País e do exterior, que irão discutir as demandas do setor, o mercado interno e extrínseco, e as soluções tecnológicas para o cultivo do mamoeiro. Os destaques são as inovações em melhoramento genético, sexagem de mudas, uso de bioinsumos e biofertilizantes e práticas para o manejo de doenças viróticas.
Ao todo, serão apresentados 80 trabalhos técnico-científicos de instituições de pesquisa de todo o país, com resultados de estudos nas áreas de biotecnologia, insectologia, fitopatologia, fisiologia de produção e pós-colheita, regadura, melhoramento genético, propagação e socioeconomia.
O evento também conta com estandes de empresas ligadas à calabouço produtiva do mamão, que exibem produtos e tecnologias, além de uma visitante técnica a uma grande empresa produtora e exportadora de mamão.
Seag apresenta estudos inéditos sobre a calabouço produtiva do mamão
Durante o evento, a Secretaria de Lavoura, Provimento, Aquicultura e Pesca (Seag) apresentará dois trabalhos técnico-científicos que traçam um quadro detalhado da calabouço produtiva do mamão capixaba e projetam o porvir do setor.
Um dos estudos, intitulado “Análise dos Macros Indicadores Socioeconômicos da Cadeia Produtiva do Mamão Capixaba de 2018 a 2023”, oferece uma visão abrangente dos principais indicadores econômicos e sociais que influenciaram a calabouço produtiva nos últimos cinco anos. Já o “Plano Estratégico de Desenvolvimento da Cadeia do Mamão do Espírito Santo até 2032” apresenta diretrizes e ações estratégicas para impulsionar o desenvolvimento sustentável do setor, alinhando-se às metas do Pedeag 4.
Trabalhos do Incaper e Anais do simpósio
O Incaper também já publicou os Anais do simpósio, com resumos de todos os trabalhos aprovados para apresentação. A publicação pode ser baixada no site da Livraria Rui Tendinha (clique para minguar).
Pesquisadores do Instituto apresentarão três trabalhos no simpósio: “Uso de indutores de resistência e os reflexos nos atributos fisiológicos em mudas de mamoeiro”, “Formigas cortadeiras associadas a cultura do mamoeiro na região norte do estado do Espírito Santo” e “Características biométricas de mamoeiros jovens em função de doses de nematicidas químicos aplicado no solo”.
Produção capixaba de mamão
Em 2023, o Espírito Santo produziu 352 milénio toneladas de mamão, em extensão colhida de aproximadamente 6 milénio hectares. O valor da produção de fruta alcançou R$ 1,1 bilhão, representando 4,85% do Valor Bruto de Produção capixaba do ano pretérito. Vinte e cinco municípios capixabas produzem mamão, sendo Pinheiros, Serra e Linhares os maiores produtores.
O Estado é o maior exportador de mamão do Brasil. A fruta foi o 5º resultado da taxa de exportação do agronegócio capixaba em 2023, gerando 21 milhões de dólares em divisas. Neste ano, até setembro, foi registrada subida de 38,9% nas exportações. Os dados foram levantados pela Gerência de Dados e Análises da Seag.