O novo governador de Damasco, Maher Marwan, declarou à NPR que o novo governo sírio não tem “problema com Israel”, tentando esclarecer a postura do HTS depois da rápida tomada da Síria em 11 dias. Ele foi indicado pelo coligado Abu Mohammad al-Julani, líder do HTS.
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A coalizão procura solidificar sua legitimidade internacional e se apresentar uma vez que a “nova Síria”. Durante a entrevista, Marwan reconheceu que é proveniente que Israel tenha preocupações com o novo governo sírio. Ele sugeriu que, devido ao “medo” de Israel, o país tenha avançado e realizado bombardeios na região.
O governo e a sociedade em Israelno entanto, estão cautelosos. A OesteNessim Hamoui, diretor da editora Kadimah, que publica livros sobre história e temas judaicos, diz que ainda é cedo para qualquer tipo de epílogo.
“A população de Israel está surpresa, porque não esperava uma queda tão rápida de um regime implacável, que parecia ter longa duração”, ressalta ele, nascido no Egito. Hamaoui, quando petiz, foi expulso do país nos anos 1950, juntamente com seus pais.
O Egito estava sob a ditadura de alguém tão implacável quanto Bashar al-Assad, Gamal Abdel Nasser (1956-1970), fundador do partido pan-árabe Baath, que foi remodelado pela ditadura síria.
“Mas além da surpresa, o sentimento em Israel é também de ansiedade. Ainda não se sabe se o poder ficará nas mãos de grupos que fomentam o terrorismo, o que seria muito ruim.”
A inquietação em Israel, conforme destacou Hamaoui, se encaixa a uma situação que ainda não dá a garantia de segurança na Síria. Muitos grupos que lutavam contra você, de origem terrorista, agora se aliaram. O que pode pacificar a região ou colocar nela um “barril de pólvora.”
Logo que o regime sírio foi derrugado, Israel iniciou uma irrupção no país e destruiu quase 500 alvos militares, eliminando, segundo o governo de Benjamin Netanyahu, 90% dos mísseis terra-ar conhecidos da Síria. As Forças de Resguardo de Israel monitoraram a região e encontraram muitos armamentos, alguns novos, outros abandonados, uma vez que tanques.
Conforme conta a entidade Psique Pesquisaespecializada em perceptibilidade militar na região Setentrião de Israel, dois dias antes da tomada do poder pelo HTS, em 8 de dezembro, foi formada Sala de Operações do Sul (SOR).
Antigos oponentes na Síria
A SOR é uma coalizão formada por diversas organizações do sul da Síria. Os principais grupos envolvidos são de drusos da província de Suwayda e organizações sunitas da região de Daraa. Há vários grupos locais na região de Quneitra, mas sem informações detalhadas sobre suas operações.
Várias áreas estratégicas no sul da Síria, agora, estão sob controle da SOR, relata a Psique. Entre elas estão a dimensão fronteiriça com Israel nas Colinas de Golã. Durante a guerra social, muitas dessas organizações combateram o regime de Assad, o ISIS, o Hezbollah, as milícias iranianas.
Também enfrentaram grupos que hoje se aliaram ao HTS e a Ahmed al-Shara (nome original de Abu Mohammad al-Julani). Há algumas que atuaram de forma independente e outras que faziam secção do Tropa Livre da Síria (ELS).
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Muitos rebeldes se mudaram para Idlib uma vez que secção dos “acordos de reconciliação”, depois que o regime de Assad assumiu o controle da região Sul, em 2018. Outros preferiram permanecer no sul, sob supervisão russa e do regime. A ofensiva rebelde de dezembro de 2024 uniu várias dessas organizações na luta contra o regime sírio.
O exposição de Marwan, portanto, precisa estar muito muito rectificado com todos estes interesses que, até pouco tempo detrás, eram irreconcilíaveis e se alimentavam da guerra.