A Incisão Interamericana de Direitos Humanos emitiu, nesta quinta-feira, 23, uma decisão que responsabiliza o Estado da Nicarágua por violações dos direitos políticos e das garantias judiciais no contexto das eleições presidenciais de 2011.
A sentença foi proferida no caso Gadea Mantilla vs. Nicarágua, que envolve o portanto candidato oposicionista Fabio Gadea Mantilla, que denunciou irregularidades flagrantes no processo eleitoral, que culminaram na reeleição do ditador Daniel Ortega.
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A Incisão concluiu que houve “violação aos direitos políticos, às garantias judiciais e à proteção judicial” de Mantilla e ressalta que o processo eleitoral careceu de integridade, o que favoreceu Ortega.
Segundo o tribunal, as decisões da Incisão Suprema de Justiça e do Parecer Supremo Eleitoral “mostraram parcialidade e não garantiram um recurso judicial efetivo para revisar as decisões que questionavam irregularidades no processo”.
A sentença destacou que o processo de reeleição presidencial de Ortega foi viabilizado por meio de manobras jurídicas que desrespeitaram a Constituição nicaraguense.
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Em 2009, a Incisão Suprema de Justiça de Nicarágua declarou inaplicáveis os artigos constitucionais que proibiam a reeleição consecutiva para presidente, decisão que, segundo a Incisão Interamericana, teve porquê objetivo “permitir a permanência do presidente Daniel Ortega no poder”.
O tribunal classificou a decisão porquê “abuso jurisdicional especialmente grave”, já que violava diretamente a limitação constitucional que deveria prometer alternância no poder.
Nicarágua é acusada de fraudar eleições
As eleições de 6 de novembro de 2011, marcadas por diversas irregularidades, foram outro ponto mediano na decisão. Observadores internacionais relataram que o processo eleitoral não contou com “transparência nem imparcialidade”, o que afetou a isenção do pleito.
A Incisão afirmou que o Parecer Supremo Eleitoral e os conselhos regionais atuaram de forma parcial e beneficiaram diretamente o partido governista. “A falta de imparcialidade na administração eleitoral comprometeu profundamente a integridade do processo eleitoral”, destacou o tribunal.
A Incisão determinou que a Nicarágua violou os artigos que garantem direitos políticos, dão garantias judiciais e proteção judicial da Convenção Americana sobre Direitos Humanos. Essas violações, segundo o órgão, “comprometeram o direito coletivo dos nicaraguenses de elegerem livremente seus representantes”.
![daniel ortega ditador](https://noticiasnobr.com.br/wp-content/uploads/2025/01/Corte-de-Direitos-Humanos-condena-Nicaragua-por-fraude-eleitoral.jpg)
Porquê medidas reparatórias, a Incisão ordenou que a Nicarágua adapte sua legislação para impedir reeleições infinitas, prometer a imparcialidade e independência do Parecer Supremo Eleitoral e implementar um recurso judicial que permita questionar decisões eleitorais que violem direitos humanos.
A Incisão Interamericana de Direitos Humanos (Incisão Interamericana) é um órgão judicial autônomo da Organização dos Estados Americanos (OEA), criado em 1979. Sua principal função é interpretar e utilizar a Convenção Americana sobre Direitos Humanos, também conhecida porquê Pacto de San José da Costa Rica.
A Nicarágua enfrenta um governo dominador sob Daniel Ortega, que tem reprimido opositores, restringido liberdades civis, fechado organizações independentes e concentrado poder, o que caracteriza um regime ditatorial.
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