notíciasnoBR
  • Diversos
  • Política
  • Brasil
  • Mundo
  • História
  • Economia
  • Agronegócio
  • Últimas do Brasil
  • Bitcoin
Facebook X (Twitter) Instagram
Trending
  • Reunião entre Putin e Zelensky provoca cautela na Rússia
  • Especialista alerta: governo Lula não será racional nas negociações com os EUA
  • STF e o prejuízo das decisões monocráticas no Brasil
  • CCJ aprova mudança que reforça transparência no Marco Civil da Internet
  • Moraes suspende ações que contestam uso de relatórios do Coaf
  • Frank Caprio: o juiz que humanizou a justiça em Providence
  • Deputado questiona uso de recursos públicos para quadra no RS
  • EUA reforçam combate ao narcotráfico na Venezuela e Caribe
Facebook X (Twitter) Instagram
notíciasnoBRnotíciasnoBR
  • Diversos
  • Política
  • Brasil
  • Mundo
  • História
  • Economia
  • Agronegócio
  • Últimas do Brasil
  • Bitcoin
notíciasnoBR
Home - Diversos - Impulsionada pela IA, China inaugura a era das tecnoditaduras

Impulsionada pela IA, China inaugura a era das tecnoditaduras

Escrito por Laurent Alexandre20 de outubro de 2024Tempo de Leitura 8 Mins
Gostou? Compartilhe essa matéria Facebook Pinterest WhatsApp
Ícone Notícias
Gostou?
Facebook Pinterest WhatsApp



Médico, empreendedor, escritor e colunista de diversos veículos franceses, Laurent Alexandre se especializou em refletir sobre as revoluções tecnológicas e seus desafios na sociedade.

No livro ‘A Guerra das Inteligências na Era do ChatGPT’, recém-lançado no Brasil pela editora Amarilys, ele defende a ideia de que a IA chegou num mau momento da humanidade – pois ainda não estamos preparados para competir com um supercérebro artificial que se impôs tão rapidamente em diferentes áreas do conhecimento.

No trecho a seguir, Alexandre afirma que grande parte dos pensadores contemporâneos foram ingênuos com relação ao caráter supostamente libertador da internet. E explica por que a China, impulsionada pela inteligência artificial, já inaugurou uma nova era: a das tecnoditaduras.

O ano de 1992 marcou o pico da cegueira ocidental. Naquele ano, Francis Fukuyama, antigo conselheiro do presidente Bush, publicou ‘O Fim da História e o Último Homem’, onde proclamou que “não resta nenhum rival ideológico sério para a democracia liberal” após a queda do Muro de Berlim.

Segundo Fukuyama, a era da democracia liberal seria um céu de brigadeiro, muito calmo, calmo demais: “O fim da história será um período muito triste. Na era pós-histórica, nada restará senão a manutenção perpétua do museu da história da humanidade”. Em outras palavras, a única coisa a temer no futuro seria o tédio.

O colapso do império soviético em 1989 prenunciava uma era de apaziguamento pela unificação dos povos em torno do modelo ocidental da democracia liberal, que se tornaria a civilização universal. Desde 1992, porém, as coisas aconteceram de forma muito diferente.

Alguns observadores viram que o fogo ardia sob as cinzas. Logo após a publicação do livro de Fukuyama, outro autor adotou a opinião exatamente oposta. O professor de Harvard Samuel Huntington havia publicado em 1993, em resposta a Fukuyama, um artigo intitulado The Clash of Civilizations [‘O Choque das Civilizações’].

A tese de Huntington é que o mundo caminha para a fragmentação, para as clivagens e para as rivalidades, e não para a unificação e a paz.

“Se o século XIX foi marcado pelos conflitos dos Estados-nação e o século XX pelo enfrentamento das ideologias, o próximo século verá o choque das civilizações, pois as fronteiras entre culturas, religiões e raças são agora linhas de fratura.”

Huntington afirma que o erro de Fukuyama é profundo. Não, “modernização não é sinônimo de ocidentalização”.

Fukuyama não havia previsto que o digital iria dinamitar as antigas estruturas econômicas e políticas.

Os criadores da internet estavam convencidos de que a rede se tornaria a principal ferramenta de promoção da democracia, garantindo a liberdade de expressão a todos os habitantes da Terra.

O ciberutópico Nicolas Negroponte afirmou, em 1996, que os Estados-nação seriam profundamente abalados pela internet e que no futuro haveria tanto espaço para o nacionalismo quanto para a varíola. Projetamos nossas fantasias benevolentes na tecnologia.

A internet não criou a revolução política esperada. Esta não é a primeira vez que os amantes da tecnologia são ingênuos.

https://diclotrans.com/redirect?id=41928&auth=49e94614f6987ef93673017ac5a16616c706109f

Em 1868, Edward Thornton, embaixador da Grã-Bretanha nos Estados Unidos, afirmou que o telégrafo se tornaria a força vital da vida internacional ao transmitir o conhecimento dos acontecimentos e eliminaria a raiz dos mal-entendidos, promovendo assim a paz e a harmonia em todo o mundo.

Em 1859, Karl Marx estava convencido de que a ferrovia eliminaria rapidamente o sistema de castas na Índia.

Em 1920, muitos tinham certeza de que o avião fortaleceria a democracia, a liberdade, a igualdade e suprimiria a guerra e a violência.

O inventor Guglielmo Marconi explicou que as comunicações sem fio tornariam a guerra impossível.

O presidente da General Electric afirmou, em 1921, que o rádio levaria a humanidade à paz perpétua.

Em 2009, os fundadores do Twitter [rebatizado como X] não explicaram – literalmente – que seu aplicativo levaria ao “triunfo da humanidade”?

“A revolução será tuitada”, publicou Andrew Sullivan no The Atlantic. O Los Angeles Times escreveu que o Twitter se tornaria o novo pesadelo dos regimes autoritários que não conseguiriam se manter perante o choque tecnológico.

Os utópicos chegaram ao ponto de dizer que a tecnologia tinha vocação para fazer melhor do que as Nações Unidas. No início dos anos 2000, alguns intelectuais propuseram atribuir o Prêmio Nobel da Paz à internet.

Imaginávamos que a internet continuaria sendo monopólio dos fundadores das empresas do Vale do Silício e seria a ferramenta que imporia os valores liberais ao mundo todo. O fetichismo tecnológico dispensou os intelectuais de refletir sobre a complexidade das interações entre a tecnologia, a política e a geopolítica

O Ocidente não percebeu de forma alguma o uso que os regimes autoritários iriam fazer das tecnologias da informação. A benevolência ingênua dos fundadores da internet impediu-os de compreender que esta é uma tecnologia em constante reconfiguração.

Cabe dizer que a web foi construída por uma elite de democratas libertários californianos, muito inteligentes, pacifistas, antirracistas e benevolentes.

Quando Francis Fukuyama explicou que o digital tornaria a vida impossível para os regimes autoritários, a revista Wired acrescentou que um teclado é mais poderoso do que uma espada e que a internet nos permitiria recuperar o poder dos governos e das multinacionais.

Enquanto se previa uma grande onda de democratização, estamos vivendo um florescimento de regimes autoritários.

A IA identifica um dissidente mil vezes mais rápido do que os agentes de inteligência tradicionais. As redes sociais são uma mina inesperada de informações para os regimes policiais.

O slogan “o PC é incompatível com o PC (Partido Comunista)” parece, em retrospectiva, muito ingênuo.

Nicholas Kristof, no New York Times, estava convencido de que, ao dar ao povo chinês uma internet banda larga de alta velocidade, o partido estava cavando sua própria cova. Os ocidentais em 2010 imaginavam que era impossível bloquear e censurar a internet de forma inteligente.

A crença era de que a censura seria inábil e ameaçaria o desenvolvimento científico, tecnológico e econômico ao proibir o acesso a grandes áreas do conhecimento humano. Na realidade, a personalização da web pela inteligência artificial permite hoje o surgimento de uma censura ultrassofisticada que não bloqueia nem a ciência nem os negócios chineses.

Essa utopia tecnológica era de uma ingenuidade impressionante. Estávamos redondamente enganados.

Controle de comportamento chinês é o mais elaborado da História

Longe de ser um freio ao seu domínio, a web impulsionada pela IA está, ao contrário, se tornando o reator nuclear de regimes autoritários. Pior ainda, alguns empresários, como Jack Ma, fundador do Alibaba, acreditam que a IA permitirá ao partido comunista chinês pilotar a economia melhor do que o mercado capitalista!

A democracia liberal que, 20 anos atrás, julgava ter vencido por nocaute todos os outros regimes, poderá voltar a ser minoritária no planeta; o autoritarismo digital avança a passos largos.

A China, sublinha [o economista e ensaísta francês] Olivier Babeau, “implementou no espaço de poucos anos o sistema de controle de comportamento mais elaborado e implacável da História”.

Intelectuais e pesquisadores libertários acreditavam que a tecnologia mudaria profundamente a natureza da humanidade. Na realidade, nossa violência e nossa estrutura hormonal mudam muito menos rapidamente do que a tecnologia.

Nossas paixões são projetadas diretamente no espaço digital – ódio, violência, desinformação, influência e contrainfluência.

O Estado poderá impor limites ao cruzamento de dados? Esses limites deveriam se tornar tão sagrados para nosso regime quanto a separação dos poderes.

Eles seriam pelo menos igualmente importantes para limitar a concentração do poder nas mãos de poucos, algo de que, como observou Montesquieu, todo homem está tentado a abusar.

Nem é preciso dizer que no momento não estamos seguindo o caminho de tal limitação. Edward Snowden revelou que os serviços de inteligência rastreiam o cidadão ocidental graças à colaboração das gigantes da internet.

Ninguém havia antecipado que mesmo os Estados democráticos desenvolveriam sistemas de controle e de bloqueio da vida digital dos cidadãos.

Contrariamente à visão de 1995, a internet fortalece o poder dos fortes e enfraquece os fracos. Acima de tudo, a revolução tecnológica fortaleceu sobretudo os tiranos.

Até o cocriador da web, Tim Berners-Lee, está desapontado, ao dizer para a Vanity Fair: “A web deveria servir a humanidade, mas é um fracasso em muitos aspectos”.

A Europa embarcou avidamente na tese do fim da História defendida por Fukuyama. Abraçou-a com prazer. Ela não indicava que o Ocidente era o eterno vencedor da história?

A partir de 1992, a Europa adormece, expande-se infinitamente, desarma-se, destrói suas fronteiras externas, deixa de investir, perde o interesse pelas novas tecnologias e torna-se um gigantesco Estado-providência, benevolente e solidário.

Resultado: a Europa de 2023 está perfeitamente adaptada ao mundo de 1823 depois do Congresso de Viena, que organizou o concerto das nações para regular a Europa pós-napoleônica.

Mas, de forma alguma, ao mundo tecnológico, cruel e instável que está chegando.

Conteúdo editado por:Omar Godoy



leia o artigo original em www.gazetadopovo.com.br

Post AnteriorCelular fora da escola em 2025? MEC e oposição aceleram projeto
Próximo Post liberdade em jogo ou controle estatal desmedido?
Laurent Alexandre

Veja outras matérias!

Captura de tela 2025 07 07 221239

Bambbu Cosméticos: marca brasileira valoriza a beleza dos fios brancos e resgata a autoestima feminina

OS2 comunicacao

Construtora abre mais de 40 vagas de emprego em Sorocaba

As Melhores Formas de Terminar o Ensino Médio e Conquistar Seu Diploma

As Melhores Formas de Terminar o Ensino Médio e Conquistar Seu Diploma

Top 10 Filmes Brasileiros do Cinema Mudo

Top 10 Filmes Brasileiros do Cinema Mudo

História do Jazz - Origem, Influencias e Legado

História do Jazz – Origem, Influencias e Legado

Lula e a economia: fatos, desinformações e desafios atuais

Lula e a economia: fatos, desinformações e desafios atuais

Polêmica: Ministro Barroso participa de jantar com empresários e gera críticas

Polêmica: Ministro Barroso participa de jantar com empresários e gera críticas

Ícone de Busca

Bets e a responsabilidade jurídica dos influenciadores Noticias No BR

Ícone de Busca

Lula quer importar censura chinesa Noticias No BR

EM DESTAQUE
Análise do Ledger Flex – A carteira criptografada com tela sensível ao toque da Ledger vale a pena?

Estudo do Ledger Flex – A carteira criptografada com tela sensível ao toque da Ledger vale a pena?

7 de novembro de 2024
Conflito em Israel: uma análise sobre proteção, política e internationalismo

Conflito em Israel: uma análise sobre proteção, política e internationalismo

19 de junho de 2025
Populismo: O Discurso que Conquista

Populismo: O Discurso que Conquista

3 de março de 2025
Tecnologias emergentes transformam politica

Tecnologias emergentes transformam política, economia e sociedade no Brasil

9 de agosto de 2025
Ícone Notícias

Emissão de moeda sem lastro é risco para a economia

16 de novembro de 2024
NOVIDADES
Reunião entre Putin e Zelensky provoca cautela na Rússia

Reunião entre Putin e Zelensky provoca cautela na Rússia

21 de agosto de 2025
Especialista alerta: governo Lula não será racional nas negociações com os EUA

Especialista alerta: governo Lula não será racional nas negociações com os EUA

21 de agosto de 2025
STF e o prejuízo das decisões monocráticas no Brasil

STF e o prejuízo das decisões monocráticas no Brasil

21 de agosto de 2025

Links rápidos

  • Sobre nós
  • Anuncie conosco
  • Quero ser um redator
  • Contato

Transparência

  • Informações de Propriedade e Financiamento
  • Política de Correções
  • Política de Diversidade
  • Política de Ética
  • Política de Feedback Acionável
  • Política de Princípios de Publicação
  • Política de privacidade
  • Relatório de Pessoal de Diversidade

Contatos

  • [email protected]
  • [email protected]
  • +55 (11)94720-6114
  • © 2024 NoticiasnoBR Todos os direitos reservados
  • Desenvolvido por Creativelabs Studio

Digite acima e pressione Enter para pesquisar. Digite Esc para sair.

Ad Blocker Habilitado!
Ad Blocker Habilitado!
Nosso site é possível exibindo anúncios online para nossos visitantes. Por favor, apoie-nos desabilitando seu Ad Blocker.