Dois meses depois de anunciar parceria para criação do Centro de Pesquisa em Inteligência Artificial na USP (Universidade de São Paulo), a IBM lançou nesta terça-feira (3) um programa de mentoria para scale-ups brasileiras — startups maduras que crescem em ritmo acelerado: o IBM Open Ventures. Dentro da estratégia de inovação da empresa, o projeto tem como objetivo dar escala a negócios que possam solucionar demandas de parceiros da gigante norte-americana.
De acordo com Tonny Martins, presidente da IBM Brasil, 12 scale-ups já foram selecionadas por um grupo de executivos de diversas áreas da companhia, entre elas a Growth Tech, do setor jurídico, a Tangerino, de recursos humanos, e a TNS, de nanotecnologia. A cada seis meses, 25 novas startups serão escolhidas. “Avaliamos o impacto no mercado, o papel do negócio para a sociedade e o potencial de escalabilidade do projeto”, explicou ele.
Ao
contrário de um programa de aceleração, a IBM não vai aportar dinheiro nas
scale-ups selecionadas, mas poderá contratá-las e indicá-las para clientes.
“Tudo depende do caso”, disse Martins. Os parceiros, inclusive, vão participar
do programa e, em alguns casos, também darão mentoria às startups. “Quatro
empresas [escolhidas] foram indicadas pelos parceiros”, acrescentou o
executivo, sem revelar os nomes.
Martins destacou que as startups poderão trabalhar nos ambientes de cocriação da IBM e no próprio centro de inteligência artificial da USP, além de espaços determinados pelos parceiros. “As scale-ups terão acesso a mais de 190 aplicações na nuvem, além de serviços como o IBM Watson”, detalhou.
Questionado sobre os
benefícios do programa para a IBM, o presidente da gigante norte-americana foi
enfático: “Não vemos scale-ups vendendo produtos IBM. Os parceiros, sim, levam
o projeto e a tecnologia da IBM ao mercado. A inovação só acontece quando a dor
de um cliente é solucionada.”