O Espírito Santo é o maior exportador de pimenta-do-reino do Brasil, respondendo por mais de 60% da produção pátrio e também das receitas geradas pela comercialização dessa especiaria a outros países. Por conta desse protagonismo, o estado capixaba sediou, nessa quinta-feira (7), o 1º Fórum Pátrio da Pimenta-do-reino. O evento foi realizado pela Brazilian Spice Association (BSA) no município de Jaguaré e a programação abordou temas nas áreas de tecnologia, inovação e desafios no mercado de exportação.
A pimenta-do-reino é o terceiro resultado no ranking das exportações da agropecuária capixaba, tendo movimentado US$ 117,8 milhões entre janeiro e setembro deste ano.
A Secretaria da Cultura, Provimento, Aquicultura e Pesca (Seag) contribuiu com a programação técnica do evento, a partir da participação do secretário da Cultura, Enio Bergoli. Para o gestor, a pimenta-do-reino é o maior caso recente de sucesso da lavra capixaba.
“Nos últimos 10 anos, crescemos 10 vezes a produção, saindo de menos de 8 mil toneladas para quase 80 mil toneladas produzidas por ano. Isso é fruto da capacidade empreendedora dos produtores, da geração de conhecimento e tecnologia e do acesso à assistência técnica. Toda essa estrutura depende da cooperação entre associações e cooperativas do setor, secretarias municipais de Agricultura e o Instituto Capixaba de Pesquisa, Assistência Técnica e Extensão Rural (Incaper)”, declarou Bergoli.

O presidente da BSA, Frank Moro, entende que o fórum fortalece a procura por um porvir sustentável para a prisão produtiva. “Para continuar melhorando a qualidade da pimenta-do-reino capixaba, precisamos levar informação qualificada para o maior número de produtores possível”, ressalta Moro.
“Foram adquiridas, recentemente, no Espírito Santo duas máquinas esterilizadoras para eliminar a possibilidade de contaminação por salmonela e isso faz com que nossos produtos possam chegar a mercados mais exigentes, como os Estados Unidos e os países da Europa”, explica.
Além da participação do secretário Enio Bergoli, a Seag marcou presença com a palestra do subsecretário de Estado de Desenvolvimento Rústico, Michel Tesch Simon, que situou o setor da pipericultura capixaba no cenário global, além de abordar o quadro atual, os investimentos do Governo do Estado, os principais desafios e as oportunidades.
“A realização deste fórum foi um sucesso, com a presença de mais de 800 participantes entre produtores, exportadores e técnicos. Nosso Estado é o maior produtor e exportador dessa especiaria no Brasil. Para termos uma idéia mais concreta, se o Espírito Santo fosse um país, seria o terceiro maior produtor do mundo”, comparou. “Temos conhecimento, tecnologia e capacidade empreendedora para colocar o Estado como o produtor da melhor pimenta-do-reino do mundo”, concluiu Michel Tesch.
O Espírito Santo se tornou o maior exportador de pimenta-do-reino do Brasil em 2018, superando o Pará. A movimentação mercantil para o exterior continua crescendo e a produção capixaba pode atingir as 78,8 milénio toneladas em 2024, ligeiramente superior ao registrado em 2023, que foi de 77,6 milénio toneladas. Na última dezena, essa produção já cresceu 10 vezes.
De janeiro a setembro de 2024, o valor médio da comercialização internacional aumentou 37% em relação ao mesmo período do ano pretérito, saindo de US$ 3,01 o quilograma para US$ 4,13. Isso causou aumento de 3% nos valores das divisas que somaram US$ 117,8 milhões. A produção capixaba alcançou mercados de 60 países somente nascente ano, sendo os principais compradores o Paquistão, os Emirados Árabes Unidos e o Senegal.
Nos últimos 10 anos, a espaço em que é cultivada a pimenta-do-reino no Espírito Santo cresceu expressivamente (mais de sete vezes), saltando de 2.665 para 19.635 hectares.
Ao todo, o Estado possui mais de 11 milénio estabelecimentos rurais que produzem pimenta-do-reino, distribuídos por 44 municípios, com destaque para o setentrião capixaba.
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