O Ministério da Justiça reforçou a equipe da Força Pátrio no Paraná depois que quatro indígenas do povo avá-guarani ficaram feridos durante um ataque a tiros na noite da última sexta-feira, 3, em uma espaço que é níveo de disputa de terras, localizada entre Terreno Roxa e Guaíra, no oeste paranaense. Uma muchacho estaria entre os alvejados.
As vítimas foram atendidas pela Secretaria Privativo de Saúde Indígena (Sesai) e encaminhadas para uma Unidade de Pronto Atendimento (UPA), segundo o Ministério da Justiça e Segurança Pública (MJSP). Ainda não há informações sobre o estado de saúde dos feridos.
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Em nota, o ministério afirmou que agentes da Força Pátrio deslocaram-se, ainda na noite de sexta-feira, para concordar a situação e que há equipes de prontidão para substanciar o patrulhamento e proteger a comunidade.
O caso é investigado pela Polícia Federalista, que afirmou que os disparos foram realizados por volta das 21 horas. O níveo foi uma comunidade indígena instalada nas proximidades do bairro Eletrosul, em Guaíra. “Forças de segurança pública federais, estaduais e municipais estiveram no local a fim de evitar a ocorrência de novos episódios de violência”, disse.
Caso é investigado pela Polícia Federalista
A Polícia Federalista informou ainda que “iniciou investigações para apurar a autoria e responsabilidade criminal dos envolvidos”. Na manhã de sábado 4, peritos criminais federais realizaram perícia no sítio do conflito. Ninguém foi recluso até o momento.
A Pronunciação dos Povos Indígenas do Brasil (Apib), a Percentagem Guarani Yvyrupa (CGY) e o Parecer Indigenista Pregador (Cimi), em nota publicada junto a outras entidades, afirmaram que os avá-guarani vêm sofrendo ataques na região de Guaíra pelo menos desde o dia 29 de dezembro.
![Polícia Federal](https://noticiasnobr.com.br/wp-content/uploads/2024/10/1729891713_Policia-Federal-deflagra-operacao-contra-grupo-suspeito-de-beneficiar-ilegalmente.jpg)
“Neste período, todas as noites, homens armados invadiram a comunidade Yvy Okaju (antigo Y’Hovy), na Terra Indígena (TI) Tekoha Guasu Guavirá, queimaram barracos, dispararam com pistolas, espingardas e rifles e lançaram bombas contra os indígenas, que estão aguardando pela conclusão da demarcação de suas terras”, acusaram.
Ao menos seis indígenas já teriam sido feridos por disparos de armas de incêndio ao longo desses últimos sete dias, incluindo uma muchacho de 4 anos, afirmou a nota. As entidades também disseram que tem havido queima de casas dos avá-guarani e da vegetação da região. Segundo o pronunciamento, os ataques têm sido cometidos por homens encapuzados.
Força Pátrio é destacada para atuar em terreno indígena no Paraná
Em meio a essa situação, o MJSP determinou o aumento de 50% no efetivo da Força Pátrio de Segurança Pública na espaço. “O reforço está em deslocamento e estará totalmente operacional ainda neste sábado”, afirmou.
As investigações para identificar os autores dos disparos efetuados nesta sexta são conduzidas pela Polícia Federalista, enquanto o policiamento ostensivo é realizado em conjunto pela Polícia Militar do Paraná e a Força Pátrio de Segurança Pública.
“Diante do risco de novos ataques, equipes de prontidão e sobreaviso foram acionadas para intensificar o patrulhamento na área, reforçando a segurança e auxiliando na relocação de moradores para áreas mais protegidas dentro da aldeia”, disse o ministério.
Equipes da Guarda Municipal e da Instalação Pátrio dos Povos Indígenas (Funai) também estiveram na unidade de pronto atendimento para concordar as ações de proteção e monitoramento.
“O MJSP reafirma seu compromisso com a mediação pacífica e a prevenção de conflitos. As ações adotadas já restabeleceram a ordem, e medidas preventivas estão em curso para evitar a escalada de tensões”, disse a pasta.
O Ministério dos Povos Indígenas condenou os atos de violência contra o povo avá-guarani. “O MPI acompanha a situação junto aos indígenas por meio do seu Departamento de Mediação e Conciliação de Conflitos Fundiários Indígenas e está em diálogo com o Ministério da Justiça e Segurança Pública para a investigação imediata dos grupos armados que atuam na região”, disse a pasta, em nota.