Uma criptomoeda lançada na última segunda-feira, 20, no Twitter/X, por meio de uma postagem na conta do deputado federalista Marco Feliciano (PL-SP), gerou lucro de US$ 1,3 milhão para um único investidor e lesou milhares.
O parlamentar nega ter feito a publicação e afirma que não tem nenhum vínculo com o criptoativo. Diz, ainda, que vai acionar a polícia para investigar um provável ataque hacker em seu perfil.
A criptomoeda divulgada na rede social do deputado é uma memecoinnome oferecido a ativos relacionados a uma marca ou personalidade.
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Nesta semana, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e a primeira-dama Melania também lançaram suas memecoins. Eles já lucraram quase US$ 9 bilhões.
No caso da $BRAZIL — nome oferecido à moeda divulgada no perfil de Feliciano —, os dados públicos sobre as movimentações na plataforma Explosivo divertidaem que a moeda foi comercializada, indicam uma ação coordenada, segundo o jornal O Mundo.
A movimentação inclui a geração, o proclamação da moeda no perfil do parlamentar no Twitter/X, a valorização expressiva e, em seguida, uma queda abrupta, que começou aproximadamente no mesmo período em que a postagem foi removida da página de Feliciano.
Esse tipo de operação é divulgado no mercado uma vez que “bomba e despejo” (“inflar e largar”, em tradução livre), uma prática frequentemente utilizada para aumentar o valor de um ativo, lucrar ao vender tudo de uma vez e deixar os últimos compradores no prejuízo.
Desde logo, diversos prints da publicação têm sido compartilhados, principalmente por investidores que acusam o deputado federalista, cada um com uma referência de horário dissemelhante. “Sou vítima”, declarou Feliciano. “Não publiquei nada, esses prints são montagens, notícias falsas.”
Memecoin derreteu em unicamente meia hora
Segundo a cronologia do ativo na plataforma, que é baseada na blockchain Solana, a $BRAZIL foi criada na última segunda-feira, 20, às 15h03.
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Às 15h04, um grupo de carteiras digitais adquiriu simultaneamente 747 milhões de fichas da $BRAZIL por um preço inicial de US$ 0,00005 cada um. Apesar de os dados serem públicos, as carteiras digitais são identificadas unicamente por sequências aleatórias de letras e números, o que impossibilita a identificação dos verdadeiros donos.
Às 15h05, o post no perfil de Feliciano no Twitter/X foi publicado: “Hoje marca um passo histórico para o Brasil em abraçar o futuro das finanças”, afirma o texto. “Estou orgulhoso de lançar $BRAZIL, a criptomoeda oficial da comunidade brasileira na Solana, abrindo caminho para maior inclusão financeira e inovação.”
O link para a postagem ainda existe, mas o tuíte foi sumido.
A partir das 15h06, o valor da moeda começou a subir e, às 15h21, atingiu a cotação de US$ 0,005 dólar — um aumento de 9,9 milénio por cento em relação ao preço inicial. No totalidade, 12 milénio investidores participaram das transações.
Em qualquer momento nesse pausa, o post na página de Marco Feliciano foi excluído.
Depois das 15h22, identificou-se um movimento coordenado de carteiras digitais que começaram a vender a moeda, provocando uma queda brusca no preço.
Uma estudo na Pump Fun localizou século carteiras que não compraram o ativo inicialmente, mas receberam fichas das primeiras carteiras compradoras, venderam em sequência e acumularam um lucro totalidade de US$ 1,3 milhão.
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Essas carteiras transferiram todo o verba imediatamente para um único destinatário, também identificado por uma sequência alfanumérica, sem significado aparente.
Às 15h34, a cotação da $BRAZIL já havia despencado para US$ 0,0002. Desde logo, praticamente não houve mais transações com a memecoinque perdeu liquidez e tornou-se um mico.
Dos 12 milénio investidores que negociaram a moeda, 2,4 milénio não conseguem mais vendê-la devido à falta de liquidez.
Investidores criticam Feliciano
Depois do ocorrido, o deputado passou a ser escopo de críticas no Twitter/X. Ele foi denunciado de realizar um “puxar tapete”, termo que, traduzido literalmente, significa “puxar o tapete”, e se refere à prática de quem adquire grandes blocos de fichas e os vende depois de inflar seu valor para atrair investidores.
Inclusive, perfis que não têm nacionalidade verificada, mas publicam exclusivamente conteúdos sobre criptomoedas em inglês, têm criticado o deputado brasiliano, chegando até a apelidá-lo de “Marco Feliscammeriano” – uma referência à termo inglesa “golpista”, que significa “golpista”.
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Feliciano acionou o jurisconsulto criminalista Rafael Novaes para registrar queixa na Delegacia de Crimes Cibernéticos de São Paulo nesta sexta-feira, 24. “Vamos pedir uma investigação”, afirmou o jurisconsulto. “Iremos acionar também a plataforma que permitiu a venda desse ativo.”
Outrossim, o deputado compartilhou uma notícia sobre um golpe sofrido em junho pelo rapper norte-americano 50 Cent, que teve sua conta no Twitter/X hackeado para o lançamento de uma memecoin. “Eles fizeram a mesma coisa com 50 Cent no ano passado”, disse ele. “Mesma coisa. Idêntico.”
