O empresário Jorge Gerdau disse que tem “profundas angústias” com relação à instrução brasileira e, em peculiar, acredita que deveria possuir uma valorização maior do ensino profissionalizante.
“Para poder ir para o ensino superior, deveria ser obrigatório ter um curso profissionalizante”, afirmou em evento na última sexta-feira, 6, organizado pelo Movimento Brasil Competitivo (MBC), na Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp).
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Atualmente, só um em cada dez estudantes do país cursa a instrução profissional e tecnológica. Em países da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), o índice médio é de muro de 40%. Pesquisas mostram que o ensino técnico, feito junto com o médio, é uma forma de tornar a instrução mais interessante para os jovens e ainda se aproximar do mundo do trabalho.
Apesar do estigma que o ensino técnico muitas vezes carrega, especialistas sustentam que ele não deve ser visto uma vez que um término — muitos dos alunos se sentem até mais motivados para ingressar no ensino superior.
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Gerdau, que é um dos fundadores do “Todos pela Educação” e também presidente do juízo do MBC, falou ainda da sua preocupação com a formação dos brasileiros para o porvir do trabalho.
“Se não conseguimos nem resolver a educação básica, como vamos nos capacitar nesse novo cenário de IA”, questionou. “Nada é mais importante que educação, mas especialmente a educação básica, é como uma casa, as bases precisam estar bem construídas.”
Ensino profissionalizante é valorizado em países ricos
Estudos mostram que países com notas mais altas em avaliações internacionais e inferior índice de desistência da escola investem fortemente para que os alunos cursem o ensino profissional e tecnológico junto com o médio. Na Finlândia, 68% dos estudantes estão nessa modalidade, na Alemanha, 49%.
Em relatório do MBC, com participação de representantes do empresariado, da indústria, do Congresso e do governo, e que foi entregue recentemente em vários ministérios, o ensino técnico foi assinalado uma vez que um investimento crucial para que o país esteja pronto para o porvir do trabalho — com uma economia digitalizada.
![Estudante de curso profissionalizante](https://noticiasnobr.com.br/wp-content/uploads/2024/12/Ensino-profissionalizante-deveria-ser-obrigatorio-diz-Gerdau.jpg)
Outra pesquisa, feita pelo Insper, indicou um desenvolvimento do PIB brasílico se o país expandisse a quantidade de alunos em cursos de ensino médio técnico. O impacto positivo seria entre 1,34% e 2,32%, em longo prazo, quando a verosimilhança de conseguir uma vaga na instrução profissional e tecnológica vinco ou triplica. A epílogo é a de que esses alunos formados geram maior produção para a economia.
Nesta semana, os resultados da prova Trends in International Mathematics and Science Study (TIMSS) mostram que mais da metade (51%) dos estudantes brasileiros de nove anos não conseguem fazer contas básicas de matemática e medidas simples. Isso inclui, por exemplo, multiplicação de números com um unicamente um dígito — uma vez que 4 x 5 ou 3 x 8 — ou medir comprimentos com uma régua.
+ Maioria dos estudantes não sabe fazer contas de matemática
Em ciência, os resultados são um pouco melhores, mas só 31% das crianças sabem que a sisudez puxa as coisas para inferior.
O desempenho dos alunos do 4º ano deixou o país na 55ª posição entre 58 países em Matemática, na frente unicamente de Marrocos, Kuwait e África do Sul. O Brasil fica detrás, por exemplo, de Irã, Bósnia e Cazaquistão.
Redação Oeste, com informações da Filial Estado