No sábado 28, o diretor-geral da Organização Mundial da Saúde, Tedros Adhanom, divulgou um vídeo mostrando sua fuga durante um bombardeio no aeroporto de Sanaa, Iêmen.
O ataque, atribuído a Israel, ocorreu na quinta-feira 26, enquanto ele aguardava para embarcar em uma missão solene. A capital iemenita está sob o domínio do grupo extremista houthi.
Obrigado a todos os meus amigos, colegas e a todos que me desejaram ventura durante a provação dos últimos dias.
Estou mormente grato aos colegas e funcionários do aeroporto, que foram altruístas enquanto tentavam me proteger.
Enfrentamos um ataque muito perigoso, mas meu @UN… pic.twitter.com/hGsA8J9XCI
-Tedros Adhanom Ghebreyesus (@DrTedros) 28 de dezembro de 2024
Tedros compartilhou nas redes sociais imagens capturadas por uma câmera de segurança no momento do ataque. Em entrevista à BBC, ele afirmou que ainda enfrenta zumbidos nos ouvidos devido às explosões.
“O barulho foi ensurdecedor. A sala de embarque ao lado foi atingida. Se o míssil tivesse desviado um pouco, poderia ter caído sobre nós”, disse ele.
Conforme relatado por Tedros, o aeroporto foi mira de quatro explosões, sendo uma delas extremamente próxima de onde aguardava o embarque.
“As pessoas corriam em pânico. Eu realmente pensei que não iria sobreviver. Qualquer leve mudança poderia ter nos atingido diretamente”, relatou o diretor-geral.
Ele permaneceu retido no aeroporto por muro de uma hora, enquanto drones sobrevoavam a região. Entre os destroços, ele e sua equipe encontraram fragmentos de mísseis. “Não havia abrigo algum. Estávamos completamente expostos”, afirmou Tedros.
Israel aumenta bombardeios aos houthis no Iêmen
Israel realizou, na quinta-feira 26, bombardeios que atingiram uma série de infraestruturas do grupo Houthi perto dos aeroportos de Hodeida e da capital iemenita, Sana’a.
Os Estados Unidos, que já vinham atacando alvos houthis desde 2023, estavam cientes dessa ação israelense.
Depois de hostilizar o Hamas, o Hezbollah, responder aos ataques do Irã e entrar na Síria, Israel iniciou uma ação mais potente contra uma novidade frente, em território iemenita.
A operação, feita por meio de aeronaves de combate, causou duas mortes, segundo o O Posto de Jerusalém. Foi uma resposta aos ataques dos houthis a Israel em solidariedade ao atendado terrorista do Hamas em 7 de outubro.
Pela primeira vez, as Forças de Resguardo de Israel (FDI) intensificaram os ataques ao território iemenita, submetido pelo grupo Houthi, organização terrorista que controla o Iêmen desde 2014.
Em julho, um ataque de drone dos houthis a Tel-Aviv matou um social israelense, o que já havia levado Israel a realizar ataques de retaliação no Porto de Hodeida, controlado pelos rebeldes.
Desta vez, no entanto, o objetivo de Israel, segundo seu governo, é dar perpetuidade às ações para desmantelar a infraestrutura do grupo.
O primeiro-ministro Benjamin Netanyahu garantiu que Israel continuará atacando o “braço terrorista” do Irã até “concluirmos o trabalho”.
O ministro da Resguardo, Israel Katz, reiterou: “Vamos caçar todos os líderes houthis; ninguém conseguirá escapar do longo braço de Israel.”
As FDI declararam em nota: “O regime terrorista dos houthis é uma parte central do eixo iraniano de terror, e seus ataques a navios e rotas de transporte internacional continuam a desestabilizar a região e o mundo em geral. O regime terrorista Houthi opera como um grupo terrorista autônomo enquanto depende da cooperação e financiamento iranianos para realizar seus ataques.”
E completaram: “As FDI não hesitarão em operar a qualquer distância contra qualquer ameaça ao Estado de Israel e seus cidadãos”.
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