Na Bolívia, o dólar se tornou um muito tão disputado quanto necessário. A crise cambial, que força os poupadores a sacar depósitos em moeda sítio com uma desvalorização próxima a 40%, tornou-se um símbolo da fragilidade econômica do país. A escassez de divisas não é somente um problema financeiro, mas também social, afetando desde grandes empresários até trabalhadores do dia a dia.
Depósitos em Dólares, prejuízos em Bolivianos
Confira:
A legislação boliviana permite que depósitos em moeda estrangeira sejam devolvidos em bolivianos caso não haja disponibilidade em dólares. O Código de Transacção estabelece que as obrigações devem ser pagas na moeda estipulada “quando legalmente possível”. Mas, essa “possibilidade legal” é somente teórica no atual cenário econômico.
A ASFI (Poder de Supervisão do Sistema Financeiro) confirmou que os bancos estão devolvendo os depósitos de forma “parcial ou totalmente em bolivianos” e afirma que há audiências de conciliação para tratar reclamações de clientes. Apesar disso, os poupadores têm de concordar a taxa solene de 6,96 bolivianos por dólar, enquanto no mercado paralelo a moeda americana é cotada entre 10,50 e 12 bolivianos. Esse queda na conversão faz com que os clientes percam quase metade de seus recursos ao retirarem seus fundos.
Raízes da crise: reservas esgotadas e colapso do petróleo
Segundo Gabriel Espinoza, crítico econômico e ex-diretor do Banco Medial da Bolívia (BCB), a crise começou em 2023, quando o banco médio deixou de fornecer dólares ao sistema financeiro por falta de reservas internacionais líquidas. A queda na produção e nos lucros da indústria petrolífera, que historicamente financiava boa secção da economia do país, foi o gatilho inicial para o colapso.
Desde logo, os bancos passaram a comprar dólares diretamente de exportadores a taxas mais altas, transferindo os custos para os consumidores. As medidas restritivas, porquê limites para saques e transferências internacionais, criaram uma esfera de neve que deprime a economia e aumenta a subordinação do mercado paralelo. Espinoza alerta que em 2025 a situação pode piorar devido à crescente demanda por dólares, à inflação e à redução da produção agrícola.
Impacto cotidiano: produtos importados e viagens ao exterior
A crise cambial não afeta somente os poupadores, mas também a vida cotidiana da população boliviana. Medicamentos e outros produtos importados se tornaram mais caros, e a escassez é uma veras em vários setores. A viralização de relatos porquê o de uma empresária que não conseguiu sacar seus depósitos em dólares reflete a insatisfação generalizada.
Para os bolivianos que precisam de dólares para viagens ou transações no exterior, o cenário é ainda mais restritivo. Bancos limitam saques a valores irrisórios, entre 100 e 200 dólares por mês, insuficientes para revestir necessidades básicas em outros países. A ASFI limitou-se a regulamentar comissões máximas para transações internacionais, sem oferecer soluções reais para o problema.
A economia de milagre a crise
A Bolívia, outrora aclamada porquê um exemplo de segurança econômica, agora enfrenta dificuldades de incremento e controle inflacionário. Em maio de 2024, a Associação de Bancos Privados da Bolívia (Asoban) declarou que as exportações se tornaram a única natividade de dólares para o país, e que as reservas bancárias de moeda estrangeira são insuficientes para revestir todos os depósitos.
As projeções não são animadoras: as importações de combustíveis são cada vez mais caras, a inflação pressiona os preços internos e a queda nas exportações agrícolas reduz a ingresso de dólares. “Tudo indica que em 2025 a situação será ainda pior(…) a demanda por dólares vai subir e a oferta vai cair”, afirmou Espinoza.
Crise de crédito e porvir incerto
Além da crise econômica, a Bolívia enfrenta uma crise de crédito. Bancos, governo e instituições financeiras são mira de críticas pela falta de transparência e eficiência em mourejar com o problema. A desvalorização do boliviano e a subordinação do mercado paralelo alimentam o ciclo de incerteza.
Enquanto isso, a população vê seus recursos e expectativas de melhora se desvanecerem. Um país que antes era chamado de “milagre econômico” enfrenta agora um longo caminho para virar a situação, e os especialistas concordam: as soluções não serão rápidas nem fáceis.
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