O empresário Antônio Vinícius Lopes Gritzbach, assassinado a tiros no Aeroporto Internacional de Guarulhos na última sexta-feira, 8, revelou um esquema de prevaricação envolvendo policiais civis de São Paulo. A delação sugere manipulação de inquéritos por secção dos agentes para proteger integrantes do Primeiro Comando da Capital (PCC).
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Essas proteções teriam ocorrido em troca de subornos, entre pagamentos em quantia e transferências de propriedades. O secretário da Segurança Pública do Estado de São Paulo, Guilherme Derrite, anunciou, em entrevista coletiva nesta segunda-feira, 11, que afastará os agentes presentes nas denúncias de Gritzbach de suas funções.
A Corregedoria da Polícia Social abriu três inquéritos para aprofundar as investigações com base nas informações fornecidas por Gritzbach. Homologada em abril deste ano, a delação é composta por seis anexos, nos quais o empresário reuniu depoimentos gravados, mensagens e documentos, conforme informação do jornal O Estado de S. Paulo.
Câmeras de segurança do Aeroporto de Guarulhos, em São Paulo, registraram o momento em que Antonio Vinicius Lopes Gritzbach foi executado nesta sexta-feira, 8. O empresário delatou esquemas de lavagem de quantia do Primeiro Comando da Capital (PCC). pic.twitter.com/woX7mMaL5J
— Revista Oeste (@revistaoeste) November 9, 2024
Esses documentos estão sob a custódia do Grupo de Atuação Próprio de Repressão ao Delito Organizado (Gaeco). Entre as denúncias, Gritzbach mencionou policiais do Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic), do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) e dos 24º e 30º Distritos Policiais.
Gravação do empresário e acusações sobre o PCC
As acusações incluem prevaricação passiva, concussão e formação de associação criminosa. Em um dos anexos, um áudio de quase cinco minutos gravado por Gritzbach revela uma conversa entre um investigador do Departamento Estadual de Investigações sobre Narcóticos (Denarc) e o jurisperito Ahmed Hassan.
Hassan tem suposta relação com lideranças do PCC. A gravação sugere que a recompensa pela morte de Gritzbach iria de R$ 300 milénio para R$ 3 milhões. Outrossim, Gritzbach destacou que uma das propinas pagas no esquema teria conseguido R$ 70 milhões.
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As denúncias também indicam que a compra de imóveis em áreas uma vez que Tatuapé teria relação com a lavagem de quantia do tráfico de cocaína. Nas investigações do DHPP, outros nomes uma vez que Rafael Maeda Pires, o Nipónico do PCC, e Danilo Lima de Oliveira, o Tripa, tiveram menção pelo pagamento de subornos para evadir de acusações criminais.
Conexões pessoais e investigação
Gritzbach, que conheceu o traficante Anselmo Becheli Santa Fausta, o Rosto Preta, enquanto trabalhava na construtora Porte Engenharia, alegou ser branco de conspiração. Ele afirmou que não tem relação com o homicídio de Rosto Preta, ocorrido em dezembro de 2021, pelo qual sofria criminação.
As investigações teriam influência em pagamentos ilegais aos policiais. O delegado-geral da Polícia Social, Artur Dian, prometeu apurar as denúncias do empresário nos três inquéritos abertos pela Corregedoria.
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“Vamos verificar o que ele disse nos três inquéritos que foram abertos na Corregedoria em razão das declarações para saber as circunstâncias e acusações”, disse Dian.