A senadora Damares Alves (Republicanos-DF) entrou com uma ação na Justiça Federalista de Brasília nesta terça-feira, 24, para impedir a publicação de uma solução do Recomendação Vernáculo dos Direitos da Petiz e do Juvenil (Conanda) sobre monstro no Quotidiano Solene da União (DOU).
Damares argumenta que houve irregularidades na votação, pois um pedido de vista feito por um mentor, que deveria protelar a estudo da proposta, foi rejeitado pela presidente do Conanda, Marina De Pol Poniwas.
A solução, aprovada por 15 votos a 13 em uma reunião extraordinária na segunda-feira 23, estabelece que, em casos de gravidez, crianças ou adolescentes poderiam optar pela interrupção da prenhez sem a autorização dos pais.
Ou por outra, não seria necessária ação judicial ou boletim de ocorrência para identificar o abusador em casos de violência sexual ou gravidez de menores de 14 anos.
A decisão também autoriza a realização do monstro em qualquer estágio da prenhez, inclusive até os 9 meses.
Em casos de prenhez avançada, é aplicada a técnica da assistolia, que consiste em injetar uma substância no feto, sem anestesia, para provocar a paragem cardíaca antes de sua retirada.
Votação sobre monstro desrespeitou regimento, argumenta Damares
A senadora argumenta que a votação desrespeitou o Art. 54 da Solução nº 217/2018 do Conanda, que garante o recta de qualquer mentor pedir vistas, adiando a discussão para a próxima reunião ordinária.
“Como se vê, qualquer Conselheiro possui a prerrogativa de pedir vistas de matéria ainda não votada e a discussão deve ser suspensa automaticamente, no entanto, de modo arbitrário, a Requerida ignorou a previsão regimental e deu continuidade ao procedimento de discussão da matéria e a aprovou”, afirma Damares.
Damares pede à Justiça a suspensão da publicação da medida no DOU, a anulação da votação e a realização de uma oitiva com os representantes do governo envolvidos no processo.
Solução do Conanda também ignora orientações para adoção
O texto validado também retirou a secção que previa oferecer à moça prenhe informações sobre a possibilidade de manter a prenhez e entregar o bebê para adoção. Essa selecção, defendida por movimentos antiaborto, buscava preservar o recta à vida do feto.
Na primeira versão da proposta, divulgada pelo jornal Publicação do Povo em outubro, não havia menção à adoção. Depois de críticas de setores do governo, do Congresso e da sociedade, o texto final incluía orientação sobre a “entrega protegida”, recta previsto no Regime da Petiz e do Juvenil (ECA), que permite à gestante entregar o bebê para adoção de forma voluntária e informada.
Porém, essa secção foi retirada sob a justificativa de que o tema não se encaixava na solução, que trata especificamente do monstro. Segundo o texto, incluir essa opção poderia “naturalizar a gravidez na infância e adolescência”.
A solução determina que profissionais informem as adolescentes somente sobre o monstro, apresentado uma vez que a opção mais segura para a saúde física, psicológica e social da gestante. Isso gerou críticas sobre o risco de persuasão ao monstro.
O mentor Carlos Frederico dos Santos defendeu a exclusão da entrega protegida, alegando que misturar os temas enfraquece as políticas de prevenção à violência sexual e à proteção integral.
Segundo ele, oferecer a adoção nesse contexto poderia ser usado uma vez que estratégia para desviar vítimas de violência sexual do chegada ao monstro lítico, contrariando os direitos das crianças e adolescentes.
+ Leia mais notícias de Política em Oeste