Nas últimas semanas, veículos de imprensa têm destacado os altos gastos envolvidos na preparação para a COP30conferência climática da Organização das Nações Unidas (ONU), marcada para novembro, em Belém (PA).
Notícias recentes mostram o “investimento” de R$ 263 milhões para a compra de leitos em navios de cruzeirouma das medidas encontradas pelo governo Luiz Inácio Lula da Silva para atender à demanda de hospedagens para o evento.
Porém, a compra de leitos não é o único absurdo. A COP30 já é marcada por bizarrices. Entre elas, obras financiadas com dinheiro do BNDES e da Itaipu Binacional que só devem ficar prontas em 2027 — dois anos depois da conferência. E, para completar a ironia, medidas que impactam diretamente o meio ambiente já estão sendo colocadas em prática para viabilizar justamente um evento climático.
- Rodovia com desmatamento na Amazônia: para melhorar o tráfego durante a COP30, o governo vai cortar 13 quilômetros de floresta para construir uma nova rodovia “sustentável”, projeto antes rejeitado sob a justificativa de impactos ambientais. Com a proximidade do evento, propostas de “melhorias” são aprovadas com velocidade.
- Árvores artificiais viram “jardins suspensos”: em meio à Amazônia, estruturas metálicas com trepadeiras foram instaladas em Belém para simular árvores durante a COP30. Elas são inspiradas nas Supertrees de Singapura — mas não oferecem nenhum dos recursos ecológicos ou tecnológicos do modelo original.
Na Edição 266 da Revista OesteCarlo Cauti e Rachel Díaz discorrem sobre as polêmicas em torno da conferência, que já é classificada como “caótica” pela imprensa internacional.
Leia um trecho do artigo de Carlo Cauti e Rachel Díaz sobre os absurdos da COP30
““Apesar das árvores artificiais e do super-hotel para as lideranças, enquanto discursava em um evento em 13 de fevereiro, o presidente Lula afirmou que, mesmo com os problemas de Belém, ele não “enfeitaria” a cidade e tampouco tiraria a população pobre das ruas.
Alguns dias depois, no fim de fevereiro, o governo Lula decidiu entregar para a Organização dos Estados Ibero-Americanos (OEI) o direito de preparar a COP de Belém. Sem licitação. Sem trâmite legal. Sem justificativa. Sem nada.
Um contrato de quase R$ 480 milhões que, em teoria, não poderia ser investigado pelo Tribunal de Contas da União (TCU), já que a OEI é uma entidade internacional. Sobre a qual, em tese, o tribunal não teria jurisdição.
Além do valor já reservado à OEI, o governo Lula fez doações voluntárias que somam cerca de R$ 100 milhões. Os repasses vieram de diversos ministérios — principalmente Educação, Empreendedorismo, Igualdade Racial e Secretaria-Geral da Presidência. Em comparação com a combinação do que foi doado durante os governos Dilma, Temer e Bolsonaro, o valor representa um aumento de aproximadamente 390%.
O governo só pôde entregar o megacontrato para a OEI sem passar pelos canais licitatórios normais graças a uma série de decretos assinados pelo presidente Lula entre março e setembro de 2024. Que, de brinde, aumentaram de 5% para 10% os ganhos da organização com taxas de administração. Até mesmo o aval da Agência Brasileira de Cooperação (ABC) foi eliminado, para favorecer a celeridade do processo.
Uma atitude que seria estranha por si só. Mas é ainda mais esquisita considerando que, no início de 2023, logo no começo do mandato presidencial do petista, a OEI criou um cargo especialmente para a primeira-dama, Janja da Silva.““

Augusto Miranda/Agência Pará
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