A série documental O Caso Robinho, que explora a investigação criminal que resultou na condenação do ex-jogador a nove anos de prisão em regime fechado pelo crime de violência sexual em grupo, será lançada nesta quarta-feira, 30.
A vítima, que até agora nunca havia se pronunciado publicamente sobre o caso, compartilhou sua experiência naquela madrugada de 22 de janeiro de 2013 com a equipe da obra.
Formado por quatro episódios, o documentário traz depoimentos detalhados da investigação que condenou o ex-jogador. Além disso, mostra entrevistas com autoridades envolvidas no processo, que culminou na prisão de Robinho no Brasil, em março deste ano. No episódio de estreia, a vítima relembra os eventos daquela noite e o começo da investigação policial.
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Sua narrativa de sofrimento contrasta com as conversas de Robinho e seus amigos, captadas em gravações telefônicas realizadas pela polícia italiana. A equipe de produção obteve mais de 10 horas de áudios, revelados pela Justiça italiana, nos quais Robinho comenta o ocorrido.
Com o rosto preservado ao longo da série, a vítima concedeu à produção uma entrevista de 1 hora e 44 minutos na Albânia. No segundo episódio, o enredo avança ao destacar o momento em que Robinho percebe que as evidências contra ele se acumulam. Um vestido vermelho, usado pela vítima naquela noite, se torna um elemento central da investigação.
O terceiro episódio aborda o pedido da procuradoria pela prisão e o julgamento em primeira instância que condena Robinho e Ricardo Falco, enquanto os outros quatro envolvidos nunca foram julgados.
Depois da condenação, Robinho segue sua carreira no Brasil, China e Turquia até o anúncio de sua volta ao Santos, o que provocou uma forte reação negativa da torcida e da mídia. Isso impediu sua estreia no clube.
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O quarto e último episódio cobre os julgamentos em segunda e terceira instância e como a equipe do portal UOL teve acesso aos áudios das conversas, o que resultou em um podcast sobre o caso.
O episódio final também aborda o pedido da Justiça italiana para que a pena fosse cumprida no Brasil, o que levou às prisões de Robinho e Falco em São Paulo, ocorridas em março e junho deste ano, respectivamente.
Entenda o caso que envolve Robinho
Robinho foi condenado a nove anos de prisão por estupro de uma mulher albanesa, em uma boate de Milão, na Itália, em janeiro de 2013. Na ocasião, o jogador e outros cinco brasileiros abusaram sexualmente de uma mulher albanesa na Sio Café, uma das boates mais conhecidas da cidade.
Na denúncia, a vítima alegou ter sido embriagada e abusada por seis homens enquanto estava inconsciente. A defesa dos brasileiros, por sua vez, garante que a relação foi consensual. Naquele dia, a mulher comemorava seu aniversário de 23 anos de idade. No fim desta semana, completará 32.
Em entrevista à Record TV, em março deste ano, Robinho afirmou que teve uma relação consensual e “superficial” com a jovem que o acusa de estupro. Ele disse que a mulher estava sóbria.
“Se ela estava inconsciente no momento que estava comigo, como ela se lembra quantas pessoas tinham?”, indagou o ex-jogador. “Impossível lembrar de tantas coisas como ela lembrou. Os exames provam que ela não estava bêbada.”
Ainda segundo Robinho, os áudios nos quais teria assumido as relações com a vítima foram tirados de contexto. “Em nenhum momento neguei”, afirmou. “Um teste de DNA provou que não estava lá e mesmo assim fui condenado.”
A sentença definitiva saiu em janeiro de 2022, pela mais alta instância da Justiça italiana. O pedido de homologação da sentença italiana ocorreu porque o Brasil não extradita seus cidadãos para cumprir penas no exterior.
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