Cirurgia de Lula foi um sucesso. Um sucesso MESMO!

Porquê você provavelmente sabe (mas, se não sabe, não se assuste), Lula se submeteu a uma embolização de artéria meníngea média. O que quer que isso signifique. É a segunda cirurgia de Lula na semana. O que gera alguma preocupação, mas não deveria. Porque, de conformidade com a equipe médica cuida do lulíssimo paciente, ele saiu falando do núcleo cirúrgico. “O procedimento foi um sucesso”, chegou a falar um deles, porque dizem que a termo “cirurgia” dá contratempo. E, de conformidade com fontes ligadas ao hospital Sírio-Libanês, foi mesmo.

Na verdade, a cirurgia foi um sucesso tão grande que Lula está irreconhecível. “Ainda no corredor, recém-acordado da sedação, ele elogiou o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, e defendeu o corte de gastos. Até no Judiciário!”, me contou uma enfermeira que também é sindicalista e estava ali por perto. “A Janja, ao ouvir aquilo, quase caiu de costas. Ela achou que o Lula estava ficando demente. Eu tive que acalmá-la, dizer que era efeito da anestesia e que logo logo o presidente voltaria a ser o comunista que tanto amamos”, completou.

Mas, para o desespero da enfermeira, não foi isso o que aconteceu. Levado ao quarto, Lula continuou falando coisas estranhamente sensatas. “A Ucrânia foi invadida e tem o direito a se defender. O que o Hamas fez naquele 7 de outubro foi absurdo. Por falar em datas, o 8/1 não foi golpe. Anistia já!”, disse ele, para o estarrecimento universal da País. A essa profundeza, Janja já jazia desmaiada na poltrona do suntuoso quarto ocupado por Lula e sua entourage. Sorte a dela, que não teve que ouvir Lula fazer severas críticas aos próprios privilégios.

“Eu quero ir para o SUS! Eu quero ir para o SUS!”, teria esbravejado ele. Nisso chegou a equipe médica chefiada por Roberto Kalil Fruto. “O que está acontecendo?”, perguntou o doutor ao ver a face de preocupação das poucas pessoas que tinham chegada ao quarto. Sem esperar resposta, ele foi até o paciente, que lhe sussurrou no ouvido: “Doutor, a partir de agora a Janja vai ser só a primeira-dama e mais nada. E chega de viagem supérflua”. Ouvindo aquilo e vendo Janja desfalecida, o médico chegou à única epílogo verosímil: “É grave”.

Lula foi, logo, sedado. Antes de nanar no colinho de Morfeu (o fruto do seu Hipnos!), porém, o presidente disse um tanto que chocou a todos que testemunharam aquele momento histórico. Não, você não vai crer se eu te narrar. Vai expressar que é balela, que é coisa de historiógrafo que não tem o que fazer nem redigir, essas coisas. Tá, eu narrativa. Mas você juramento não velar sigilo? Logo tá. Vou responsabilizar, hein. Copia e cola e sai distribuindo por aí nos zaps da vida:

“Mensalão, Petrolão. Eu sabia de tudo. Aqueles dias de prisão em Curitiba foram poucos. Eu merecia mais, muito mais. E outra coisa: não sou o presidente legítimo do Brasil. Aliás, se não fosse a ajuda do TSE, eu jamais teria sido eleito. Por falar nisso, prometo que, assim que eu sair deste hospital, vou renunciar”, anunciou Lula, provando, mais uma vez, que a cirurgia foi um sucesso e eu quero ver você discordar. “Ah, e monstro é assassínio, sim”, disse, como se lembrasse que era importante se posicionar a respeito disso.

Como Lula estivesse demorando para embarcar no sono e continuasse a dizer sensatezes antes impensáveis, o dr. Kalil teve que aumentar a dose do Propofol. “Eu vou privatizar a Petrobrás”, disse Lula. E tome Diprivan! “O triplex e o sítio eram meus mesmo”, emendou. E dá-lhe C₁₂H₁₈O! “Chico, Buarque, chato, petista, desastre, hipocrisia, mentira”, tentou, as palavras já lhe faltando. Até que o anestésico fez efeito e agora só Deus sabe no que Lula está pensando.

De acordo com o boletim médico, essa é a situação do presidente no momento em que escrevo esta crônica. Nos círculos petistas, porém, já se teme que o quadro seja irreversível e que o presidente-adormecido desperte com um beijo da Janja e… continue sendo honesto e sensato e até um bocado admirável. Olha, vou te contar, se isso for verdade sou até capaz de votar nesse Lula aí.

“Só falta você dizer que o Lula elogiou o Milei e condenou a eleição do Maduro”, me disse um petista revoltadíssimo assim que li o rascunho desta reportagem investigativa para ele. Ao que respondi que não sei, foi o que me disseram, mas viu como valeu a pena rezar pela recuperação total e absoluta dele? Deu certo! O petista saiu batendo os pezinhos, provavelmente para reclamar de mim a algum ministro do STF.

À boca pequena, corre por aí que eu sei o zunzum de que, avisados da incrível recuperação de Lula, Randolfe Rodrigues e Gleisi Hoffmann correram para preparar um pedido de impeachment. Enquanto isso, militantes da CUT e do MST já organizam uma revelação e aproveitam uma verbinha da Rouanet para redigir cartazes nos quais se lê “Lula Ladrão”, “Fora, Lula!”, “Lula Genocida”, “Lula Fascista”, “Lula Transfóbico” e “Lula Golpista”.

Mais um sinal de que a cirurgia de Lula foi um sucesso. Foi um sucesso mesmo. Bota sucesso nisso!