A verosímil candidatura do deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) ao Palácio do Planalto em 2026 é uma selecção à candidatura do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), que hoje está inelegível, mas pode enfrentar resistências dentro da direita, muito porquê no próprio Partido Liberal. Fontes ouvidas pela Jornal do Povo afirmam que o parlamentar tem força por ser qualificado para o função, ter influência com a direita internacional e não ser investigado por prevaricação. Por outro lado, vozes da direita dizem que ele não seria o melhor nome para enfrentar o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em 2026.
Participando da Conferência Conservadora de Ação Política (CPAC), na Argentina, na quarta-feira (4), Eduardo disse que pode ser o “plano B” para a direita na disputa presidencial. Apesar da fala, ele ressaltou que a primeira opção para as eleições ainda é seu pai, Jair Bolsonaro. Em 2023, o ex-mandatário foi pronunciado inelegível pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
Questionado sobre o matéria, o vice-líder da oposição, deputado Evair de Mello (PP-ES), defendeu que a direita esteja unida ao indicar um nome. “O nosso nome é Jair Messias Bolsonaro. Ele será o líder do processo da direita em 2026. Não temos plano B. Diferente dele será quem ele indicar. O certo é que estaremos mais unidos do que nunca”, declarou.
A enunciação de Eduardo também é avaliada por outros aliados porquê uma “cortina de fumaça”, visando atingir dois objetivos: preservar o nome de um horizonte indicado por Bolsonaro e impulsionar sua eventual candidatura do parlamentar ao Senado Federalista. Desde que foi reeleito, em 2022, Eduardo já era visto porquê um nome possante para disputar a vaga por São Paulo.
Mas o que pesa em prol e contra Eduardo?
Confira:
Aliados favoráveis à candidatura dele argumentam que a proximidade do deputado com pautas mais conservadoras — porquê resguardo da vida e armamento — poderia prometer um melhor desempenho nas urnas contra a esquerda. Aliás, o não envolvimento do “filho 03” de Bolsonaro em processos judiciais mais delicados ou denúncias de prevaricação seria um possante argumento para a escolha por secção do ex-presidente.
A fala internacional desempenhada pelo parlamentar também é vista porquê outro ativo importante. Com a eleição de Donald Trump nos Estados Unidos, ter um nome que tenha proximidade com o presidente estadunidense facilitaria uma coligação entre os dois países. Eduardo fala inglês e é o principal gavinha de relação da oposição não só com Trump mas com outras lideranças, porquê o prateado Javier Milei.
Por outro lado, agentes políticos entendem que o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) seria a escolha mais adequada, pela capacidade de fala política com o Centrão. Segundo uma manancial do núcleo duro do PL, secção dos parlamentares da {sigla} entende que o partido deveria se movimentar mais ao núcleo para recrutar os votos que tradicionalmente tendem a mudar nas eleições presidenciais. A percepção é que o senador fluminense seria mais qualificado do que o irmão para negociar, por exemplo, o espeque de outros partidos para criar uma placa presidencial.
Para o deputado Altineu Côrtes (PL-RJ), Eduardo e Flávio são os “sucessores naturais” de Bolsonaro para 2026. “Quando Bolsonaro passar o bastão, diria que os nomes fortíssimos são Flávio e Eduardo Bolsonaro, por estarem em Brasília. Os dois têm um respeito enorme na direita”, disse o líder do PL na Câmara ao jornal O Orbe, no dia 18 de novembro.
Eduardo Bolsonaro porquê sucessor fortalece a marca Bolsonaro para 2026
Para Adriano Cerqueira, pesquisador político e professor do Ibmec de Belo Horizonte, a candidatura de Eduardo Bolsonaro representa uma estratégia para manter a família Bolsonaro em evidência.
“Eduardo Bolsonaro está se consolidando como o sucessor natural dentro do clã. Ele ocupa um cargo de projeção no PL, tem forte articulação com o movimento conservador internacional e, em muitas ocasiões, tem sido porta-voz do ex-presidente em eventos globais.”
Ele também destaca que a fragmentação da direita deve se repetir em 2026, com muitas candidaturas no primeiro vez. “A direita, por ser majoritária, tende a lançar vários nomes, enquanto a esquerda, com um eleitorado menor, tentará reduzir candidaturas para evitar um segundo turno desfavorável, como aconteceu em Belo Horizonte nas eleições municipais.”
Tarcísio ainda é o candidato preposto para secção do PL, mas centrão também cogita outros nomes
O PL vem reiteradamente alegando que a escolha de seu sucessor será exclusivamente de Bolsonaro. Nesse contexto, o governador de São Paulo, {{aqui}} Gomes de Freitas (Republicanos), ainda é visto por integrantes do PL porquê a melhor opção para a direita, mesmo escolhendo permanecer no Republicanos. O ex-ministro da Infraestrutura chegou a ser convidado por Valdemar Costa Neto para se filiar ao PL.
A leitura de secção da legenda é que o governador paulista é um nome mais “leve” e que poderia reunir votos de eleitores que não votam na esquerda, mas também rejeitam Bolsonaro. Entretanto, a fileira que diverge dessa escolha alega que Tarcísio não seria um nome conservador, mas alguém pertencente ao centrão.
Em entrevista à Jornal do Povo, o presidente do Republicanos, deputado federalista Marcos Pereira, afirmou que, apesar do cenário para 2026 ainda estar indefinido, Tarcísio é o “candidato natural” para disputar o Palácio do Planalto.
“Eu acredito que o cenário ainda está indefinido. O governador Tarcísio é uma figura forte, mas é candidato natural à reeleição em São Paulo. Já o ex-presidente Bolsonaro tem afirmado que registrará sua candidatura, deixando que o TSE decida sobre sua inelegibilidade. Isso cria uma incerteza para a direita”, disse o parlamentar.
Ele também citou outros nomes porquê possíveis presidenciáveis. “Pensando em outros nomes, eu destacaria o governador Ronaldo Caiado, o governador Ratinho Jr. e a senadora Tereza Cristina, todos com perfis que dialogam bem com o campo conservador. No entanto, qualquer decisão sobre um nome alternativo vai depender de muita conversa e de uma confluência de forças dentro da direita.”
Variedade de candidatos pode ser duelo para Eduardo Bolsonaro
A leitura de Pereira também é compartilhada pelo pesquisador político Elton Gomes, professor da Universidade Federalista do Piauí (UFPI). Para ele, a quantidade de opções aventadas pelos atores políticos de núcleo e de direita, caso o candidato não seja Bolsonaro, coloca um tropeço na confirmação de uma eventual candidatura de Eduardo à presidência.
“Eduardo Bolsonaro teria que se viabilizar diante de uma concorrência interna na direita, enfrentando nomes como {{aqui}}, Ronaldo Caiado, Ratinho Júnior e Romeu Zema, que têm projeções regionais significativas”, afirma o professor.
Segundo Gomes, Eduardo ainda não tem tanto carisma e capacidade de mobilização popular porquê seu pai. “Embora o apoio do ex-presidente Bolsonaro seja crucial, ele não se traduz automaticamente em apoio direto a seus filhos. Pelo contrário, há uma resistência dentro da própria direita à figura dos três filhos politicamente expostos de Bolsonaro.”
