Uma briga entre cerca de 150 torcedores do Palmeiras e do Cruzeiro deixou uma pessoa morta e outras 12 feridas na madrugada deste domingo, 27, em Mairiporã, região metropolitana de São Paulo.
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De acordo com a polícia, todas as vítimas eram integrantes da torcida organizada do Cruzeiro, a Máfia Azul. Pelo menos dois ônibus com apoiadores do time mineiro foram atacados; um deles foi incendiado, enquanto o outro teve as janelas destruídas.
As vítimas foram socorridas por ambulâncias e encaminhadas ao Pronto-Socorro Anjo Gabriel, em Mairiporã.
A Polícia Rodoviária Federal (PRF) informou que o confronto entre torcedores ocorreu por volta das 5h20, no km 65 da rodovia, sentido Belo Horizonte. Relatos iniciais indicam que os ônibus com torcedores de torcidas rivais se encontraram na via, pararam e deram início ao tumulto.
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A Polícia Militar foi acionada por testemunhas e deslocou-se para atender a briga, com o apoio do Corpo de Bombeiros, que controlou um incêndio provocado no ônibus. A única morte até o momento foi causada por carbonização, por causa do incêndio.
Os palmeirenses, da torcida organizada Mancha Verde, vinham de São Paulo, onde acompanharam o empate por 2 a 2 entre Palmeiras e Fortaleza. Os cruzeirenses, por sua vez, retornavam de Curitiba, depois da derrota do Cruzeiro por 3 a 0 para o Athletico Paranaense.
Segundo a concessionária Arteris, administradora da Fernão Dias, a rodovia ficou totalmente bloqueada, no sentido Belo Horizonte, para o atendimento das vítimas. Foi registrado 1 km de congestionamento.
Na manhã deste domingo, 27, a PRF trabalha para remover bombas caseiras e pregos colocados no chão para furar pneus de veículos.
⚠Atenção!
Acidente no km 65, em Mairiporã, sentido Belo Horizonte.
❌Pista interditada;
🚙Fila de 1 quilômetro.Equipes da concessionária, PRF e COBOM atuam no local. pic.twitter.com/E6S0NaWi7S
— Arteris Fernão Dias (@Arteris_AFD) October 27, 2024
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O incidente deve ser registrado em uma delegacia de Mairiporã, e a Polícia Civil iniciará uma investigação para identificar os responsáveis pelo confronto e determinar quem será responsabilizado pelas agressões e ferimentos dos envolvidos. Os palmeirenses conseguiram fugir do local antes da chegada da polícia.
A rixa entre membros da Máfia Azul e Mancha Verde é antiga, segundo a rádio Itatiaia. A emboscada de hoje seria uma resposta ao confronto ocorrido em setembro de 2022, na Fernão Dias, em Carmópolis de Minas, a 107 km de Belo Horizonte, quando vários palmeirenses ficaram feridos.
Briga entre torcedores havia sido abolida pelo PCC
O Primeiro Comando da Capital (PCC) determinou, em fevereiro de 2023, que as torcidas organizadas dos times paulistas parassem de brigar dentro e fora dos estádios. De acordo com a facção criminosa, o descumprimento da ordem resultaria em “graves consequências”.
Uma fonte do Ministério Público que acompanha as ações do PCC disse a Oeste que os “salves” da facção criminosa, como são conhecidas as advertências, se tornaram comuns. Isso ocorre principalmente na Baixada Santista, onde os torcedores preparam emboscadas para os rivais.
As principais torcidas organizadas da Sociedade Esportiva Palmeiras e do Santos Futebol Clube, por exemplo, emitiram uma nota nesta quarta-feira, 15, na qual informaram que não tolerarão nenhum tipo de briga no Estado.
“A diretoria da Torcida Jovem do Santos vem informar a todos os associados que, a partir de hoje, está proibido qualquer ato de violência contra qualquer torcida organizada no Estado de São Paulo”, comunicaram os santistas.
A Mancha Verde, do Palmeiras, seguiu na mesma linha. “Não aceitaremos o envolvimento de nossos associados em brigas ou quaisquer atos de violência”, comunicou. “A Mancha nasceu para restabelecer o respeito à torcida do Palmeiras. E esse objetivo alcançamos há muito tempo.”
Leia também: “As torcidas organizadas expulsaram a democracia das arquibancadas”, artigo de Augusto Nunes publicado na Edição 13 da Revista Oeste