Presidente da Rússia, Vladimir Putin propôs a criação de uma nova “bolsa de valores” para negociações no comércio internacional de grãos. A apresentação da proposta ocorreu na quinta-feira 24, na cidade russa de Kazan, durante a reunião do Brics — que aprovou o plano do político russo.
Formado por países emergentes, trata-se um bloco de parceria econômica. Algumas das nações do grupo estão entre as grandes responsáveis tanto pelo abastecimento quanto pelo consumo da safra global.
Originalmente fundado por Brasil, Rússia, Índia e China em 2006, o Brics reúne nove nações. Na lista também estão África do Sul, no grupo desde 2011, e os países que entraram em 2023: Irã, Emirados Árabes Unidos, Etiópia e Egito.
Somando todos os membros, o bloco reúne 45% da população do planeta e responde por 27% da riqueza gerada do globo.
O peso de uma bolsa do Brics no mercado internacional de grãos
Os agricultores dos países membros cultivam 45% da colheita dos principais grãos do planeta, parcela similar ao consumo de suas populações dessas mesmas nações. A lista é formada pelos seguintes alimentos: milho, trigo, soja, arroz e cevada.
Todos são estratégicos para garantir a segurança alimentar da humanidade tanto pelo consumo in natura quanto pela fabricação de rações para a engorda de animais — ou seja: para a produção de carne. Além disso, são matérias-primas para a geração de energia renovável — uma demanda que tem ganhado cada vez mais importância no mercado mundial.
O milho, por exemplo, é uma das principais matérias-primas para a produção de etanol, e a soja é uma importante fonte para a fabricação de biodiesel. Desse modo, os dois em conjunto são uma alternativa para a ao uso de gasolina e diesel convencional, que tem origem no petróleo.