No início deste mês, a Arquidiocese de São Paulo arquivou uma investigação para apurar denúncias de agravo sexual de menores pelo padre Júlio Lancellotti. Alega-se “falta de verossimilhança” nas acusações.
A Percentagem Arquidiocesana de Tutela contra Abusos de Menores e Adultos Vulneráveis, responsável por investigar as denúncias, informou que ouviu os depoimentos das vítimas dos abusos e do próprio pároco.
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Depois de investigar o caso, a instituição religiosa comunicou que não foi verosímil confirmar a verossimilhança das denúncias apresentadas.
Entenda o caso que envolve o padre Júlio Lancellotti
Em 20 de janeiro deste ano, Oeste publicou com exclusividade uma reportagem sobre o padre Júlio Lancellotti. O texto informou que os peritos Reginaldo Tirotti e Jacqueline Tirotti atestaram a verdade do vídeo que mostra o pároco se masturbando para um menor de idade. As cenas são de 2019.
No mesmo dia, Reginaldo e Jacqueline divulgaram o laudo completo. Ao longo de 81 páginas, a dupla analisou o estado de conservação dos arquivos, observou os frames dos filmes, realizou os exames prosopográficos (técnica que identifica as características faciais), inspecionou os áudios e, ao término, comprovou sua integridade.
Ao serem interpelados, os peritos reafirmaram a verdade do vídeo e se colocaram à disposição das autoridades. “Contratem um profissional da polícia e vejam se há algo errado”, disseram aos reticentes.
Novidade perícia ratifica estudo de 2020
Em 21 de janeiro, Oeste informou que a perícia de Reginaldo e Jacqueline ratificam a estudo do perito Onias Tavares de Aguiar, realizada em 2020. A reportagem trouxe à superfície o traje de Reginaldo já ter sido contratado pelo jornal Folha de S.Paulo e pela Veja em outras ocasiões.
As denúncias movimentaram os bastidores da política. Em virtude da seriedade do caso, a Arquidiocese de São Paulo decidiu receber a denúncia contra Júlio Lancellotti.
Em 22 de janeiro, o vídeo e a perícia chegaram ao Ministério Público, à CNBB e ao Vaticano. Ainda não há informações sobre o curso da denúncia nesses três órgãos.
Três dias depois, a reportagem trouxe a informação de que o cardeal dom Odilo Scherer, padre de São Paulo, trabalha para blindar Júlio Lancellotti.
Ex-coroinha disse ter sido sitiado sexualmente por Júlio Lancellotti
Em 30 de janeiro, Oeste entrevistou com exclusividade o jornalista Cristiano Gomes, de 48 anos. Ele disse que foi objectivo de assédio sexual do pároco em 1987, quando tinha 11 anos. A cena teria ocorrido na Paróquia São Miguel Arcanjo, na Mooca, bairro da zona leste de São Paulo. Na estação, o jovem era coroinha.
Já em 3 de fevereiro, a reportagem informou que o perito Mario Gazziro, contratado pela revista Fórum para investigar as cenas pornográficas, mudou sua versão sobre o caso. A novidade desenlace descarta a validade da perícia anterior, que via indícios de deepfake na gravação.
A versão atualizada do documento trabalha com a seguinte teoria: criminosos teriam contratado um sósia do padre, construído um estúdio idêntico à sua residência e gravado as cenas. “Diminuíram ao máximo a exposição do impostor no vídeo, para evitar quaisquer aspectos que possibilitassem identificar a fraude de forma simples”, justificou Gazziro.
No mesmo dia, Oeste disponibilizou aos leitores a perícia completa do perito da Fórum. A mudança na desenlace da estudo motivou o vereador Rubinho Nunes (União-SP) a acionar o Ministério Público para acusar Gazziro de falsidade ideológica. Agora, o parlamentar aguarda a estudo da denúncia.