O ano de 2025 começou com o mês de janeiro apresentando temperaturas baixas para o hemisfério Norte, mostrando que o inverno chegou com bastante rigor, pelo menos no primeiro mês. Os EUA tiveram praticamente todo o seu território continental tomado por massas de ar extremamente frias que fizeram os valores das temperaturas caírem significativamente.
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Na Europa, centros de alta pressão atmosférica frios permaneceram por alguns dias, não só derrubando as temperaturas, mas também trazendo períodos de ausência de ventos que reduziram a geração de energia eólica. Os transtornos do frio e a elevação de preços da eletricidade apareceram novamente.
O frio já sinalizou que viria com intensidade ainda em dezembro do ano passado quando grandes massas polares árticas tomaram vastas áreas da América do Norte, chegando até as latitudes de 20oN. Em janeiro de 2025, os mesmos sistemas atmosféricos frios, sempre impulsionados por essas grandes Altas Polares Móveis (APMs) estabeleceram-se comumente em seus dois corredores de atuação. O primeiro deriva do oceano Pacífico Norte/Alasca e atinge os Estados da costa oeste, caminhando para dentro do continente em latitudes mais baixas, enquanto o segundo apresenta um movimento que toma do centro dos EUA e avança para a costa leste, ora mais ao Norte, ora mais ao Sul.
Esses sistemas de alta pressão do Ártico são os mais frios, sendo sempre os responsáveis pelos eventos de quedas mais abruptas de temperatura que ocorrem algumas vezes em cada inverno, incluindo os Estados bem ao Sul dos EUA. Embora ambos os corredores indiquem o sentido de deslocamento destes sistemas, o primeiro corredor apresenta massas de ar frias originarias da Sibéria, Rússia, concatenando ao Alasca que acabam tomando a costa oeste e centro dos EUA, derrubando as temperaturas drasticamente.
O segundo corredor continental, que pode atingir a Flórida, não é o mais poderoso e depende da extensão do sistema de alta pressão que se deslocar por ali, pois será a circulação de seus ventos periféricos que concatenarão o ar proveniente do Norte e Oeste do Canadá até a costa leste dos EUA
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Embora os ventos sejam fracos, a combinação do ar muito frio e as condições de pouca ou ausência total de nebulosidade impostas por um sistema de alta pressão frio, permitem que a radiação térmica terrestre escape da superfície à noite de forma muito eficiente (já que o CO2 tirou férias). Este longo resfriamento radiativo ocasionado pelas condições atmosféricas e por um período maior de noite, afinal é inverno, derrubam as temperaturas, inclusive com marcas abaixo de zero nos lugares mais quentes do país.
A Flórida é um Estado que está no caminho do segundo corredor, o qual, geralmente, traz mais surpresas durante o inverno. E foi bem isso que aconteceu. Em 22 de janeiro de 2025, a população de vários condados do Estado foi surpreendida com a chegada de um grande e intenso sistema frontal de inverno. As temperaturas caíram significativamente e houve muita precipitação de neve.
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Comparativamente, os valores observados foram suficientes para ultrapassarem as marcas registradas em partes do Alasca e de vários lugares do Canadá, tanto em precipitação, quanto em número de ocorrências, durante este primeiro mês do inverno de 2025 do hemisfério Norte.
Além disto, também quebrou a marca do recorde anterior de neve acumulada. A cidade de Milton, condado de Santa Rosa, Flórida, obteve o recorde de maior evento de neve em um único dia deste inverno, ultrapassando todas as grandes cidades canadenses, declarou Zach Covey, meteorologista e especialista em furacões da Notícias do espectro. De acordo com o Serviço Nacional de Meteorologia dos EUA, Milton, que fica a nordeste de Pensacola, acumulou a impressionante marca de 24,9cm de neve (9,8in – polegadas) em 24 horas, seguida por Century, com 22,8cm ( 9,0in) e Baker, com 21,6cm (8,5in). Até regiões mais costeiras, de fronte ao golfo do México, como Pensacola, Destin e Panama City registraram 19,3cm (7,6in), 7,1cm (2,8in) e 15,2cm (6,0in) respectivamente. Tallahassee, mais a Leste, chegou a registrar 4,8cm (1,9in) de neve acumulada.
Por questões óbvias, a Flórida é muito bem preparada para os problemas provenientes dos sistemas atmosféricos de verão, como os furacões, mas não está acostumada a esse tipo de ocorrências de inverno. Assim, quase toda a infraestrutura foi fechada durante as nevascas em todos os 16 condados do oeste do Estado (macrorregião de Panhandle), bem como ao Norte. Todos os aeroportos internacionais e regionais também foram fechados. Um trecho de cerca de 112km da rodovia interestadual 10 (I-10), uma das mais longas dos EUA, permaneceu fechado para remoção de neve.
É claro que os alarmistas logo culparam as ocorrências de baixas temperaturas às “mudanças climáticas”, afinal, “aquecimento global” não é adequado para a ocasião. Contudo, tais eventos já ocorreram antes, inclusive alguns neste “século XXI exaurido pelo calor”. Quanto aos recordes, a Flórida, por exemplo, registrou temperaturas abaixo de zero, com a mesma Tallahassee alcançando –18,8oC durante o evento de frio mais intenso já observado nos EUA, em fevereiro de 1899, justamente quando o Sol estava a sair de seu período de menor atividade secular observado. O Estado de Montana é o que registrou o frio continental mais intenso da História dos EUA, marcando –56,6oC em Rogers Pass em 20 de janeiro de 1954, explanou Robb Ellis, meteorologista da Weather Channel, quando apresentou os dados da National Oceanic and Atmospheric Administration (Administração Nacional Oceânica e Atmosférica) no boletim informativo Resumo da manhãem dezembro do ano passado.
aqui, não queremos justificar nada, pois, da mesma forma que ondas de calor completamente naturais não são prova de “aquecimento global”, ondas de frio também não foram provas de “resfriamento global”, como quiseram alardear na ocasião do período frio dos anos de 1970‑1980. O caso é que a história desse frio é completamente díspar ao que a ONU e seu secretário-geral dizem a todo tempo, em especial, que a “Terra está a ferver”, que o “ar é irrespirável por causa do calor” e outras tolices dignas desta instituição.
Os fenômenos ocorrem em ciclos e conforme nossos registros aumentam, temos mais resolução em dados para entender como atuam e como se distribuem pelo espaço e tempo. Não é de se surpreender que muitas pessoas não se lembrem de terem presenciado um frio tão generalizado por todo o país como o verificado neste inverno. Sua ocorrência é notável e não seria possível em um ambiente de plena expansão do “aquecimento”. Em teoria, deveriam ser sempre mais amenos, mas a década de 2001-2010 e alguns anos da década seguinte apresentaram eventos análogos, os quais não deveriam existir mais, segundo a hipótese alarmista desqualificada do aquecimento. Vir com a conversa de que aumentarão os “eventos extremos” não tem nenhum embasamento científico e só serve para mascarar as falhas da hipótese anterior, como uma válvula de escape emergencial quando o embuste é confrontado.
Enquanto isto, os estragos da área política geraram seus desdobramentos nas áreas técnicas e operacionais. Vimos recentemente a pane de geração elétrica na Alemanha e como a ausência de ventos e de brilho solar criaram uma escassez energética que elevou absurdamente os preços da energia por boa parte da Europa. Pois bem, o mesmo ocorreu no Reino Unido, no recente mês de janeiro.
Os mesmos sistemas de alta pressão atmosférica em superfície que trazem frio, também apresentam extensos períodos de calmaria (ausência de ventos) na sua região central. No caso europeu, por vezes as baixas temperaturas ocasionam a condensação do vapor d’água presente no ar, o que permitiu formar uma vasta área coberta por nuvens do tipo Stratus que atenuam a incidência de radiação solar. Assim, no dia 22 de janeiro de 2025, o RU registrou um novo recorde em sua geração de “energia verde”. O vento produziu 0% e a energia solar apenas 1% de toda a eletricidade do país.
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Várias mensagens correram pela rede da internet questionando se o atual secretário de Estado para Segurança Energética e Balanço (de carbono) Zero, Ed Miliband, notório militante ambientalista (ex-líder do PT do RU) e o primeiro-ministro Keir Starmer estão tentando enviar o Reino Unido de volta à Idade das Trevas.
É assim que tais políticos que dão total precedência às agendas de destruição ambientalista trabalham. Nenhuma prioridade em atender às necessidades da população. Justamente durante o inverno, período em que as pessoas mais precisam de eletricidade para prover algum conforto contra o frio, elas simplesmente não a têm porque decisões estúpidas foram tomadas para se chegar ao caos que aflora nos tempos atuais. Miliband deveria ser secretário da Resiliência Zero, assim como a maior parte dos políticos espalhados pelo mundo que fazem da estupidez a sua doutrina. Lembra bem o que o deputado norte-americano Scott Perry disse ao então membro do governo Biden para as “mudanças climáticas”, John Kerry, em audiência na Câmara dos Deputados, em 13/7/2023: “Você quer gastar US$ 1,6 quatrilhão em um problema que não existe – Cientistas do clima estão trapaceando como você”. Até quando vamos suportar a farsa climática?
Apesar das supostas “elevações de emissões constantes” durante todos esses anos, os EUA tiveram o quinto mês de janeiro mais frio da Era dos Satélites. Esse mês foi mais frio que janeiro de 1981 em 1,0oC (1,8oF), janeiro de 1990 em 13,4oC (7,3oF) e janeiro de 2006 em 16,7oC (9,3oF). Os valores das anomalias de temperatura foram baseados na normal climatológica de 1991-2020.
Assim, os EUA fecharam 31 janeiro de 2025 com o terço Norte do país apresentando temperaturas abaixo de 2,0oC. Toda a parte central, de costa a costa, ao norte dos Estados que limitam o país na fronteira sul apresentaram temperaturas entre 2oC A 12oC.
Quase três quartos do país foram assolados pelos problemas inerentes ao frio, atingindo mais de 40 milhões de pessoas diretamente. Lamentável que ainda insistam em propagar bobagens sobre o clima em vez de incentivarem verdadeiras maneiras de se combater problemas reais como essa situação. De alento, as temperaturas só se tornaram agradáveis ao sul da Califórnia, ao sul do Arizona e no nordeste da Flórida. Já na área da península, o mês fechou dando praia novamente.
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Leia também: “O país da energia limpa”, reportagem publicada na Edição 254 da Revista Oeste
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