A agricultura regenerativa agrega valor essencial para o agronegócio contemporâneo, unindo produtividade e preservação ambiental em um mundo cada vez mais preocupado com a sustentabilidade. Esta abordagem visa não apenas a mitigar os impactos das atividades agrícolas, mas também reverter danos ambientais, regenerando solos, preservando a biodiversidade e contribuindo para o equilíbrio climático, tema imprescindível atualmente em qualquer projeto.
Já ouviu falar em Agricultura Regenerativa?
Confira:
O termo, amplamente discutido por especialistas como a Syngenta e a Embrapa, remete à prática agrícola que não apenas evita a degradação, mas busca restaurar áreas já comprometidas. Seus pilares incluem a rotação de culturas, o plantio direto, a redução do uso de fertilizantes químicos e o manejo eficiente da água. Estas práticas conservacionistas asseguram a saúde do solo, promovem a retenção de carbono e garantem a longevidade produtiva das terras.
Conforme destaca a Embrapa, a chave da agricultura regenerativa está na prevenção. Evitar a degradação elimina a necessidade de esforços posteriores de regeneração, reduzindo custos e maximizando a produtividade. Solos ricos em matéria orgânica, por exemplo, são capazes de enfrentar períodos de seca, comuns em muitas regiões brasileiras, mantendo sua capacidade produtiva.
Benefícios para o Estado do Rio de Janeiro
No Estado do Rio de Janeiro, onde predomina a agricultura familiar, a adoção de práticas regenerativas pode trazer avanços significativos. Este modelo produtivo, frequentemente conduzido em pequenas propriedades, ganha força com técnicas que melhoram a saúde do solo e aumentam a resiliência das culturas. Além disso, a integração de práticas regenerativas pode reduzir custos com insumos, aumentar a produtividade e fortalecer a renda de agricultores familiares. Essas iniciativas, devidamente adaptadas às características locais, contribuem para a preservação de biomas como a Mata Atlântica, reforçando o papel estratégico do estado na conservação ambiental e no desenvolvimento sustentável. Percebemos que as propriedades familiares possuem uma maior consciência de preservação ambiental e aplicação de técnicas sustentáveis, por auxílio da estrutura da Secretaria de Estado de Agricultura, Pecuária Pesca e Abastecimento, através da Emater, que está presente em 80 municípios do Estado, através dos escritórios locais, auxiliando os agricultores através dos seus técnicos de Ater, ou até mesmo de forma empírica, por acesso à novas tecnologias trazidas pela maior facilidade da informação.
Brasil e a Agricultura Regenerativa
O Brasil possui características únicas que o posicionam como líder potencial nesse modelo agrícola. Com vasta extensão de terras cultiváveis, clima favorável e a maior biodiversidade do planeta, o país já demonstra avanços significativos. De acordo com o relatório da Syngenta, 66,3% do território nacional é ocupado por vegetação nativa ou áreas preservadas, sendo 163 milhões de hectares em propriedades agrícolas.
Essa integração entre produção e conservação reflete a transição de um modelo de exploração intensiva, predominante até o século XX, para práticas que aliam crescimento econômico e sustentabilidade. Além disso, a agricultura regenerativa no Brasil também tem potencial transformador, impulsionando inovações tecnológicas, como o desenvolvimento de cultivares resistentes e sistemas avançados de logística e manejo.
Impactos e reflexão
Mais do que um compromisso ambiental, a agricultura regenerativa é uma resposta às demandas sociais e econômicas. Com o aumento previsto de 70% na demanda global por alimentos até 2050, o setor agropecuário precisa garantir segurança alimentar sem comprometer os recursos naturais. Além disso, práticas regenerativas fortalecem a economia agrícola, que responde por 27,4% do PIB nacional.
No intuito de deixar um ponto para reflexão, potencialmente, o agricultor é um grande aliado na proteção das áreas de conservação dentro das suas propriedades, e em áreas limítrofes, pois, somente dessa forma, conseguem obter benefícios dos recursos naturais de forma perene, contínua, e estão conscientizados disso.
Por fim, a agricultura regenerativa representa um marco para o futuro do agronegócio, desmistificando que crescimento e responsabilidade ambiental são opostos, mas aliados. Essa visão integradora posiciona o Brasil como protagonista em um novo paradigma agrícola, onde produção e preservação caminham lado a lado.
Por Felipe Masid, Especialista em Gestão e Estratégias em Agronegócios pela UFRRJ. Administrador de Empresas, Gestor Público e Mestrando em Controladoria e Gestão Pública.
Referências
- Syngenta. Agricultura regenerativa e a responsabilidade ambiental do agro. Disponível em: [https://www.syngenta.com.br/agricultura-positiva/agricultura-regenerativa-e-a-responsabilidade-ambiental-do-agro].
- Embrapa. Agricultura regenerativa – o que significa, o que regenerar? Disponível em: [https://www.embrapa.br/busca-de-noticias/-/noticia/90285437/artigo—agricultura-regenerativa–o-que-significa-o-que-regenerar].