Falar sobre tecnologia na sociedade atual e na ensino é, uma vez que diz o ditado, “chover no molhado”. É necessário ter desvelo para não ser redundante, mormente com a presença massiva dos softwares de lucidez sintético nas salas de lição e sua expansão para todos os setores da sociedade.
A tecnologia é a arte de saber e fazer, de entender do que as coisas são feitas e uma vez que são produzidas. Ela está focada na emprego criativa do conhecimento em tarefas organizadas, envolvendo pessoas e máquinas para perceber objetivos sustentáveis. O termo “tecnologia”, pouco utilizado antes do século XIX, apareceu pela primeira vez na 11ª edição da Enciclopédia Britânica, entre 1910 e 1911, e só se popularizou na segunda metade do século XX, depois a Segunda Guerra Mundial. Esse foi um período marcado pela corrida armamentista e pelo desenvolvimento de inovações uma vez que novos computadores e vacinas, destacando-se a vacina contra a poliomielite. No século XXI, tecnologia é uma das palavras do momento. Mas, ela sempre esteve presente na sociedade, desde a construção das primeiras ferramentas, mesmo que rudimentares, até o momento atual, onde existe a intenção de colonizar Marte e, para isso, busca-se novas tecnologias.
A ensino, em sua origem, é sobre conexões e relacionamentos humanos, e a tecnologia tem permitido o desenvolvimento de uma ensino voltada para a sociedade e suas necessidades
Na ensino, a tecnologia está presente há muito tempo, desde o que consideramos mais simples até o mais multíplice. Desde a produção dos primeiros livros, a popularização da caneta esferográfica e o uso de lápis com grafite de carbono, apontadores, canetas coloridas e marca-textos, até a evolução do quadro de giz para o quadro branco com canetas especiais, sem falar nos projetores e computadores, a tecnologia já faz secção do cotidiano educacional, contribuindo para direcionar e democratizar o processo de escolarização. Sim, direcionar! Pois a urgência de qualificação das pessoas fez com que as escolas entendessem a urgência de mudanças.
Quando se trata de tecnologia e ensino, os aspectos são geralmente positivos. O uso inadequado, entretanto, pode ter consequências negativas, e o celular talvez seja o maior repto em sala de lição. Não somente pelo entrada a redes sociais e jogos, mas também pelo receio dos professores de serem gravados, o que, a meu ver, não deveria ser um problema, pois somos educadores, e nosso exposição deve ser sempre focado na ensino, guiando os alunos em suas descobertas. Nesse sentido, é necessário que o professor seja assertivo na escolha das tecnologias, com intencionalidade pedagógica e objetivos claros, para que não se tornem um peso para o docente e motivo de desânimo para os alunos.
Todo professor pode usar a tecnologia a seu obséquio na ensino, aumentando a possibilidade de interdisciplinaridade e promovendo a autonomia dos alunos. É gratificante estar em sala e ver os alunos engajados, pesquisando e contribuindo para a construção da aprendizagem. Sem falar nos alunos ausentes, que rapidamente já tomam ciência do que aconteceu na lição. E quanto à lucidez sintético? Ela é uma maravilha que pode enriquecer as aulas – desde que utilizada com intencionalidade, pois pode ajudar no planejamento do professor, personalização do ensino, elaboração de questões, geração de slides, resumos, revisão ortográfica e de teor, além de permitirem julgar a relevância das aulas.
A ensino, em sua origem, é sobre conexões e relacionamentos humanos, e a tecnologia tem permitido o desenvolvimento de uma ensino voltada para a sociedade e suas necessidades. Seu uso permite maior engajamento dos alunos e o desenvolvimento de habilidades essenciais para o século XXI – informação, empatia, pensamento crítico e colaboração. Essas habilidades promovem maior envolvimento entre professores e alunos, além de estimular a informação entre os próprios estudantes, possibilitando maior engajamento e atingindo novos níveis de aprendizagem – o que é o libido de todo educador. Mas, é necessário que todos os envolvidos nesse processo estejam atentos para evitar a exclusão e prometer a inclusão de todos nesse processo. Retornando ao título deste item, a tecnologia é uma aliada para os professores.
Cleiton Silva Marques é assessor pedagógico e coordenador do ensino médio no Escola Presbiteriano Mackenzie Palmas.