Michael Arringtonfundador do TechCrunchacredita que o vazamento de dados da corretora Coinbase terá consequências muito piores que perda de dinheiro. O executivo aponta que pessoas podem morrer, se é que já não morreram.
Maior corretora dos EUA e listada na Nasdaq, a Coinbase revelou na semana passada que diversos dados de seus clientes foram vazados. Isso inclui nome, endereço, telefone, e-mail, bem como imagens de documentos de identidade.
A preocupação de Arrington é que criminosos usem essas informações para orquestrar sequestros, roubos à mão armada e outros crimes violentos contra esses investidores.
Fundador do TechCrunch diz que Coinbase está preferindo lucros do que segurança de seus clientes
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Em tuíte publicado nesta segunda-feira (19), seu fundador Michael Arrington criticou o modelo de operação da Coinbase após a corretora americana sofrer um grande vazamento de dados. Na sua visão, a corretora escolheu a solução mais barata possível.
A Coinbase aponta que o vazamento afetou menos de 1% de seus usuários mensais. No entanto, revelou um plano para ressarcir quaisquer clientes que tenham caído em golpes de phishing.
Para Arrington, o “custo humano, medido em sofrimento, é muito maior do que os cerca de 400 milhões de dólares que eles acham que custará para reembolsar os usuários”.
“Sou um investidor de longa data e defensor da @Coinbase. No entanto, algo precisa ser dito — esse vazamento — que inclui endereços residenciais e saldos de contas — vai levar pessoas à morte. Provavelmente, isso já aconteceu.”

A crítica acontece em um momento onde uma onda de ataques físicos contra investidores de criptomoedas se espalha pelo mundo. Apenas em 2025 foram 21 casos registradosficando acima dos registros dos anos anteriores no primeiro semestre.
“As consequências para empresas que não protegem adequadamente as informações de seus clientes devem incluir, entre outras coisas, prisão para os executivos”continuou Arrington, se mostrando muito chateado com a situação.
“Estou muito decepcionado com a Coinbase neste momento. Usar a opção mais barata para o atendimento ao cliente tem um preço. E os clientes da Coinbase é que vão arcar com esse custo.”
O fundador do TechCrunch também joga a culpa para os governos, apontando que os regulamentos de KYC (conheça seu cliente) devem ser repensados.
Na sua visão, governos falam em anti-lavagem de dinheiro, mas usam esse sistema apenas para “rastrear os “burros de carga” dos impostos e garantir a máxima arrecadação”.
“Combinar essas leis de KYC com a busca de lucro máximo pelas empresas e leis brandas em relação às penalidades por vazamentos como esse significa que esses problemas continuarão acontecendo. Tanto os governos quanto as empresas precisam agir para impedir isso. Como eu disse, o custo só pode ser medido em sofrimento humano.”
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Ex-diretor da Coinbase acredita que culpa é inteira do governo
Outro executivo que concorda com essa segunda parte da análise é Balaji Srinivasanex-diretor de tecnologia da própria Coinbase. Seu ponto de vista é que esse problema foi gerado unicamente pelo Estado.
“O Estado obriga as empresas a coletarem dados de KYC que elas não querem coletar. Essa questão é muito maior do que o mercado cripto, e a regulamentação é o verdadeiro alvo a ser combatido”argumento Balaji em resposta à Arrington.


Como solução, o executivo aponta para o uso de ZK-Proofs (Provas de Conhecimento Zero)o que permitiria que corretoras soubessem que você possui mais de 18 anos, por exemplo, mas sem revelar sua verdadeira idade. Isso vale para outros pontos, como nacionalidade.
Quem também defendeu o uso dessa ideia foi Vitalik Buterin. Antes mesmo desse vazamento de dados, o fundador do Ethereum apontou que “a privacidade não pode mais ser ignorada”.
Por fim, tal problema não é único da Coinbase, mas de todas as corretoras e investidores.
Como exemplo, a Bloomberg noticiou que Kraken e Binance também foram alvos desse mesmo ataque, mas que conseguiram se evitar vazamentos por terem sistemas mais robustos.
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