O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitasanunciou, nesta quinta-feira, 24, a liberação de R$ 228 milhões aos municípios do Estado para a elaboração de ações contra as arboviroses neste ano, com foco na dengue. Em 2024, o repasse foi de R$ 200 milhões.
A gestão estadual aposta na vacina desenvolvida pelo Instituto Butantanque ainda aguarda aprovação da Filial Pátrio de Vigilância Sanitária (Anvisa)para o controle da doença a partir de 2026. Até lá, Tarcísio defende repetir as estratégias adotadas no ano pretérito, quando a dengue atingiu níveis recordes e causou superlotação em hospitais e postos de saúde.
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Durante o encontro com secretários municipais de Saúde, também foi anunciada a geração de um Núcleo de Operações de Emergência, com o objetivo de monitorar e sofrear a proliferação do mosquito Aedes aegypti.
O momento é de união para o combate ao mosquito da dengue! Estado, municípios e você, aí na sua morada. Cada um fazendo a sua segmento. Juntamos os secretários municipais de saúde aqui no Palácio dos Bandeirantes, liberamos R$ 228 milhões para concordar cada cidade do nosso estado,… pic.twitter.com/Xw3HPQQsNk
— Tarcísio Gomes de Freitas (@tarcisiogdf) 23 de janeiro de 2025
Atualmente, a única vacina contra a dengue disponível é a Qdenga, produzida pelo laboratório Takeda. Com produção limitada, a vacina é oferecida no Sistema Único de Saúde (SUS), somente para crianças e adolescentes de 10 a 14 anos, o grupo mais vulnerável a internações, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS).
Na rede privada, a Qdenga está disponível para pessoas de 4 a 60 anos, mas a oferta também é restrita.
O Instituto Butantan estima uma produção de um milhão de doses de sua vacina contra a dengue já em 2025, de harmonia com o diretor do instituto, Ésper Kallás. Os testes mostraram uma eficiência de 79,6% em casos sintomáticos e 89% em casos graves.
No entanto, é necessário esperar a aprovação da Anvisa para que a vacinação com o imunizante do Butantan comece em 2026.
O instituto também aguarda autorização da Anvisa para iniciar testes clínicos com a população supra de 60 anos, o que deve ocorrer nos próximos meses. A segurança do imunizante já foi atestada para pessoas de 2 a 59 anos.
Enquanto isso, o governador de São Paulo defende a intensificação do combate ao mosquito transmissor. “Nós temos que trabalhar no combate ao vetor”, diz Tarcísio. O projecto inclui o envio de repelentes e inseticidas aos municípios, além de campanhas de capacitação de agentes de saúde e conscientização sobre o descarte de chuva paragem.
Cobertura vacinal contra a dengue é baixa em São Paulo
De harmonia com o secretário estadual da Saúde, Eleuses Paiva, a Qdenga foi disponibilizada em somente 391 dos 645 municípios paulistas, devido ao recorte de tira etária, o que pode explicar a baixa cobertura vacinal. Até janeiro de 2025, somente 25% do público-alvo havia sido vacinado em São Paulo.
“Tem cidades vizinhas uma da outra, a 4 quilômetros de distância, em que uma tem vacina, e a outra não tem”, disse Paiva. “O aluno de uma rede foi vacinado, o coleguinha dele, em outra, não.” Essa contrainformação acabou por não beneficiar a vacinação, completou o secretário.
Desde o início de janeiro, 31 municípios paulistas decretaram emergência devido ao aumento dos casos de dengue, segundo a Secretaria da Saúde. Já são seis mortes confirmadas e mais de 20 milénio infecções. Em 2024, mais de dois milhões de pessoas foram diagnosticadas com dengue no Estado.
De harmonia com Tarcísio, a preocupação neste ano é com a circulação do sorotipo 3 do vírus, que está associado a casos mais graves da doença. “Muitas pessoas tiveram dengue no ano passado, e a repetição favorece o desenvolvimento de uma dengue grave”, alertou o governador.
Conforme informações da Filial Fapesp, um estudo galeno da vacina Butantan-DV comprovou a eficiência do imunizante contra os sorotipos 1 e 2 do vírus, e testes adicionais em laboratório indicam que ele também pode ser eficiente contra os tipos 3 e 4.