Um cachorro chamado de Branquelo pela vizinhança passou a relatar com assistência veterinária e principalmente muitos cuidados especiais. O bicho, sem raça definida, é uma das vítimas da queda de um avião no aeroporto de Ubatuba. O acidente aconteceu no dia 9 de janeiro. A avião não conseguiu pousar e acabou explodindo.
No choque, o piloto morreu. Quatro passageiros da mesma família seguem internados. Branquelo, por sua vez, está com os olhos queimados e o venta ainda em pele viva. O vira-lata se recupera do susto do incêndio que o avião provocou ao se incubar violentamente com a pista. Branquelo estava lá, no meio da tragédia.
“O chão tremeu em Ubatuba”
Depois de quase duas semanas, funcionários de um parque de diversão que funciona próximo ao aeroporto de Ubatuba se lembram de sentir primeiramente o pavimento tremer na hora da queda. “Parecia que alguns carros tinham batido”, lembra William Antonio, em entrevista ao jornal Folha de S.Paulo. Ele trabalha ao lado da pista do aeroporto sítio.
Além de pessoas que ajudaram a retirar a família que sobreviveu ao acidente, no sítio do sinistro estava o vira-lata, adotado pelos trabalhadores do parque que moram a três quadras dali. Em meio ao tumulto que envolveu várias pessoas em terreno, o cão voltou correndo detrás dos donos e se escondeu no terreno onde vive.
Foi só à noite que seus donos perceberam a seriedade dos ferimentos do cão, que ficou com os olhos e o venta queimados, em decorrência do queima que se espalhou na queda do avião de pequeno porte. “Ele vivia solto. A gente vinha trabalhar, ele nos seguia e nos esperava para voltar para casa. Na hora que o avião caiu, ele estava passeando”, lembra William Antonio.
Cachorro gemia de dor, conta morador
“Depois do acidente, ele veio correndo, passando pelo meio dos carros e correu para dentro. Achei que não tinha acontecido nada, que só tinha se assustado. Só voltei a vê-lo a noite”, descreve. Quando o encontrou, diz William, Branquelo estava gemendo de dor. Assim, notaram as condições sofríveis do bicho.
No dia seguinte, William Antonio levou Branquelo para o veterinário e, desse modo, o cachorro pôde ser submetido a vários exames. “Eu expliquei que não tinha condições de arcar com um tratamento, mas queria salvar principalmente a visão dele”, disse o rapaz.
Agora, Branquelo usa um cone para ajudar na recuperação. O cão ainda enxerga exclusivamente de forma parcial, por meio de um olho. “Sabemos que as chamas atingiram a córnea dele. Ele estava com úlcera de córnea nos dois olhos. O olho direito cicatrizou, o esquerdo segue em tratamento”, explicou a veterinária Alice Soares.
O tratamento, no entanto, teve um dispêndio cimeira. Assim, sem condições de remunerar, William passou a relatar com a ajuda de Alice, que criou uma vaquinha online. Em pouco dias a arrecadação chegou a R$ 6 milénio para ajudar nas despesas com remédios e, sobretudo, com exames. O valor, conta a veterinária, é mais do que o necessário. Desse modo, o quantia vai tapar as despesas de uma cachorrinha que vivia com ele.
“Ela também precisava de cuidados. Estava infestada de carrapato, precisava de consulta, exame de sangue, vacinas. Usamos parte deste dinheiro para ela também”, diz Alice, que presta contas do uso das doações em sua página no Instagram. Além do tratamento, Branquelo poderá ser castrado e, da mesma forma, receber as vacinas necessárias.
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