A última vez que vi alguém tão empolgado com a Groenlândia foi em uma partida de War. Simples, no jogo de tabuleiro a maior ilhota do mundo é um território estratégico para as ambições dos jogadores, visto que ela fornece uma relação entre a América do Setentrião e a Europa. Fora do tabuleiro, a Groenlândia, um território autônomo da Dinamarca, parece menos glamorosa, sendo mais conhecida por sua vastidão gelada, uma população escassa (57 milénio habitantes) e uma modesta economia, ao ponto de depender de um subvenção anual dinamarquês de US$ 500 milhões que representa mais da metade do seu orçamento público. No entanto, Donald Trump, uma vez que um jogador que viu em seu objetivo “Conquiste a Groenlândia para Ganhar o Jogo”, lançou-se na campanha Make Greenland Great Again. Mas quais os principais motivos que levaram Trump a colocar o indiferente da Groenlândia no calor das disputas geopolíticas?
De maneira curiosa, a mudança climática está acelerando a competição geopolítica no Ártico, à medida que o derretimento de gelo torna mais fácil o chegada a recursos naturais antes inacessíveis, uma vez que petróleo e minerais estratégicos. Embora coberta de gelo, a Groenlândia abriga vastos recursos naturais inexplorados, incluindo mais de 43 dos 50 elementos raros essenciais para o progressão da tecnologia limpa.
Trump não é o primeiro presidente americano a almejar a obtenção da Groenlândia. Harry Truman, em 1945, também demonstrou interesse em comprar a ilhota em seguida a Segunda Guerra Mundial, uma vez que segmento de uma estratégia para moderar a expansão das forças soviéticas
Em 2023, o governo dinamarquês publicou um relatório destacando a ilhota da Groenlândia uma vez que um grande repositório de minerais estratégicos, revelando que a região possui reservas significativas de cobalto, grafite, lítio e níquel, fundamentais para indústrias em pleno incremento, uma vez que baterias e veículos elétricos. Aliás, em 2022, a CNN divulgou que um grupo de bilionários, incluindo nomes uma vez que Jeff Bezos, Michael Bloomberg e Bill Gates, estava investindo na Kobold Metals, uma empresa de exploração mineral com foco na Groenlândia. Kurt House, CEO da empresa declarou à CNN na era: “Estamos procurando um depósito que será o maior ou segundo maior depósito significativo de níquel e cobalto do mundo”. Outra evidência do potencial exploratório da região, é um estudo da Escritório Federalista de Informação Energética dos Estados Unidos, divulgado em 2012, que revelou que o Ártico contém muro de 13% das reservas de petróleo e 30% das reservas de gás proveniente ainda não descobertas.
O degelo no Ártico também tem impulsionado a preâmbulo de novas rotas de navegação marítima, atraindo o interesse de potências uma vez que China e Rússia que estão trabalhando em conjunto para desenvolver essas passagens estratégicas. Em novembro de 2024, o jornal South China Morning Post, divulgou que as duas nações chegaram a um consenso sobre a cooperação na Rota do Mar do Setentrião, que se estende desde a Escandinávia até o Estreito de Bering.
Outro oferecido relevante é o aumento de 37% na navegação no Ártico entre 2013 e 2023. Esse incremento reflete uma vez que a redução do gelo tem facilitado o chegada a regiões antes remotas, em um momento em que o mundo procura alternativas para encurtar rotas marítimas. Aliás, estima-se que a Rota do Mar do Setentrião reduza em até 40% a intervalo de navegação entre portos no noroeste europeu e o Extremo Oriente, quando comparada à tradicional rota pelo Ducto de Suez.
Trump não é o primeiro presidente americano a almejar a obtenção da Groenlândia. Harry Truman, em 1945, também demonstrou interesse em comprar a ilhota em seguida a Segunda Guerra Mundial, uma vez que segmento de uma estratégia para moderar a expansão das forças soviéticas. Oito décadas depois, Trump recorre à mesma lógica estratégica, observando a crescente presença da Rússia e da China no Ártico.
É relevante sobresair que a política externa dos Estados Unidos tem voltado sua atenção para a Groenlândia, um foco que se intensificou recentemente com Trump. Durante o seu primeiro procuração, Trump reabriu o consulado americano na região e comprometeu-se a destinar mais de 12 milhões de dólares em ajuda. Já sob a presidência de Biden, foi assinado um conciliação de 12 anos para a manutenção da Base Aérea de Thule, que vem se tornando cada vez mais importante para o governo dos Estados Unidos, consolidando a presença militar americana na ilhota com um investimento de 3,95 bilhões de dólares.
Ao trazer à tona o libido de “conquistar” a Groenlândia, Trump revive um sonho vetusto. A ilhota, assim uma vez que em um jogo de War, não é unicamente um pedaço de terreno, mas um ponto crucial em um jogo maior de poder, segurança e recursos. A questão vai além de uma simples disputa por território, ela é tão peculiar que faz Trump crer nas mudanças climáticas e recorrer para a questão de segurança vernáculo. A proteção do mundo livre, evocada por Trump é a representação do realismo nas relações internacionais que enfatiza a procura pelo poder, segurança e os interesses nacionais uma vez que motivadores centrais da política externa de um Estado.
Bruno Quintiliano é graduado em Relações Internacionais pela PUC-Rio e atua no setor de Relações Governamentais, com foco em estudo de políticas públicas, do escritório de advocacia Di Blasi, Parente & Associados.