Depois registrar a maior geração de virilidade nos últimos cinco anos em 2023, a Itaipu Binacional fechou o último ano com uma queda na produção de 20% no comparativo anual. A usina hidrelétrica é a maior responsável pelo fornecimento de virilidade elétrica para os consumidores no Brasil e no Paraguai.
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Segundo os dados divulgados pela empresa, a geração de 67 milhões de megawatts-hora (MWh) foi impactada pelas baixas afluências – quantidade de chuva que chega à usina – em decorrência da crise hidrológica, provocada pela estiagem que atingiu grande secção das bacias hidrográficas nos dois países. Em 2023, a Itaipu Binacional produziu 82 milhões de megawatts-hora, atendendo a mais de 80% do consumo paraguaio e 10% da demanda brasileira.
Apesar da estiagem, o Paraguai bateu recorde histórico no consumo da virilidade proveniente de Itaipu, que destinou mais de 20 milhões de MWh ao país vizinho no ano pretérito, patamar superado pela primeira vez desde a construção da usina binacional. O montante representa mais de 30% da produção anual, o que confirma a tendência de elevação do consumo paraguaio da virilidade gerada por Itaipu.
O tratado binacional, que possibilitou a construção da usina na dez de 1970, prevê a separação de 50% da produção hidrelétrica entre os dois países com a possibilidade de venda da secção não utilizada para o parceiro, que historicamente é repassada ao Brasil pelo governo paraguaio.
Os valores foram debatidos na discussão do novo entendimento binacional no ano pretérito, levado pelo governo Lula. O resultado da negociação do incluído C do Tratado de Itaipu foi objectivo de críticas do setor brasiliano, que tinha a expectativa de queda no dispêndio da cessão de virilidade em seguida a quitação do empréstimo bilionário que financiou as obras da usina há aproximadamente 50 anos. Por décadas, a redução no valor da virilidade com a quitação da dívida foi uma promessa renovada aos brasileiros.
Enquanto o Paraguai mantém a submissão da virilidade proveniente de Itaipu em mais de 80% do mercado elétrico do país, a demanda brasileira foi reduzida para 6% no ano pretérito. Apesar da queda, a empresa binacional ressalta que a produção de 46 milhões de MWh fornecidos ao Brasil está 60% supra do fornecimento da segunda usina que mais produz virilidade no país.
“Esses números são muito relevantes e representam uma grande contribuição de Itaipu aos sistemas elétricos brasileiro e paraguaio em um ano de escassez hídrica significativa”, defende o diretor-geral brasiliano, Enio Verri. Na confrontação com outras usinas, de entendimento com dados da empresa, a produção de Itaipu em 2024 foi 3,1 vezes a do multíplice Belo Monte; 2,3 vezes a da usina hidrelétrica de Tucuruí; 4,2 vezes Santo Antônio; 5,5 vezes Jirau; e seis vezes a hidrelétrica de Xingó.
“Fraqueza” do governo Lula está custando mais ao brasiliano
Mesmo com a relevância da usina de Itaipu para a virilidade elétrica pátrio, a fatia brasileira deve ser cada vez menor. Essa é a tendência para os próximos anos até 2033, quando as projeções apontam para a separação de 50% da produção da hidrelétrica entre os dois países.
Conforme o instituto Acende Brasil, desde 2012 o Paraguai passou a ter mais de 10% da virilidade suprida pela Itaipu Binacional e em menos de uma dez atingiu a demanda de 24%, em 2021 e 2022. No ano pretérito, ultrapassou a marca de 30% pela primeira vez na história.
“Embora a participação paraguaia no consumo da energia produzida pela Itaipu Binacional seja menor, ela vem crescendo rapidamente nos últimos anos e projeções da Ande [Administración Nacional de Electricidad] indicam que o Paraguai pode vir a consumir toda a produção de sua metade de Itaipu até 2033”, aponta um levantamento da entidade.
Historicamente, a economia paraguaia é beneficiada pelo entendimento binacional com o Brasil.
O presidente do Acende Brasil, Claudio Sales, afirma que não existe projeção de outras fontes de fornecimento de virilidade pelo governo paraguaio pelo menos até 2028, além de Itaipu e da hidrelétrica de Yacyretá, que é administrada em parceria entre o Paraguai e a Argentina.
“Com isso, o país vizinho terá o que precisa para suportar o crescimento da economia, mas sem dúvida nenhuma empurra o Paraguai para um problema fiscal porque essa receita é muito importante”, afirmou Sales, ao lembrar que a economia paraguaia é historicamente beneficiada pelo entendimento binacional.
“A energia de Itaipu devia ser muito mais barata [para o Brasil] do que é hoje, entre US$ 11 e US$ 12. Mas por conta da fraqueza diplomática do governo está custando para o consumidor brasileiro mais de US$ 19”, criticou o presidente do Acende Brasil em entrevista à Jornal do Povo.
Planejamento comprometido e déficit para cobertura do lado brasiliano
Se o país vizinho tem uma submissão econômica da hidrelétrica binacional, Sales avalia que o Brasil já mostrou que tem outras fontes alternativas para substituir a matriz de eletricidade no território pátrio, conforme apontam os próprios dados do fornecimento da produção de Itaipu no último ano.
No entanto, a fatia menor destinada ao Brasil pode ter consequência no planejamento do governo para o setor, principalmente com a tendência de consumo da virilidade de Itaipu supra do que estava previsto pelo país parceiro. “Essa indefinição do Paraguai de como irá tratar os próximos anos atrapalha a capacidade de planejamento no Brasil na expansão da oferta de energia. Não existe clareza, com mais segurança, sobre a projeção da demanda que o Paraguai tem para consumo da energia de Itaipu”, analisa.
A baixa produção de virilidade por culpa da crise hidrológica em 2024 está em discussão no governo Lula, que discute porquê evitar o aumento na conta de virilidade com impacto na inflação. A expectativa é que os anos anteriores de superávit em Itaipu sejam utilizados na cobertura do déficit na geração de virilidade, que não atingiu a meta esperada.
Em dezembro, a Escritório Pátrio de Vontade Elétrica (Aneel) deu 45 dias para que o Ministério de Minas e Vontade (MME) e a Empresa Brasileira de Participações em Vontade Nuclear e Binacional (ENBPar) apresentem “medidas adicionais necessárias” com o objetivo de manter “a tarifa de repasse no patamar vigente, sem ônus adicional ao consumidor brasileiro”.