A jornalista americana Maria Anastasia O’Grady escreveu um item no jornal O Wall Street Journal (WSJ) para primar a força política de María Corina Machado, a líder da oposição na Venezuela. A poste foi publicada no último domingo, 12.
“A senhora Corina se recusa a ceder ao medo que o regime trabalhou para incutir em todo o país”, escreveu O’Grady. “A perspectiva de que seu exemplo de coragem pudesse se espalhar é claramente perigosa demais para ser contemplada. Ela precisava ser maltratada.”
+ Leia mais notícias de Mundo em Oeste
A jornalista lembrou que María Corina Machado foi sequestrada pelo regime de Nicolás Maduro, ditador da Venezuela, na quinta-feira 10. O sequestro aconteceu depois da primeira aparição da líder da oposição desde as eleições venezuelanas, em julho de 2024. O’Grady conversou com Corina dias antes da ação.
“O regime me acusou de todos os crimes imagináveis”, disse Corina ao colunista do WSJ. “Maduro disse que estou foragida e que devo passar o resto da minha vida na prisão. Ele disse que sou uma terrorista, sou responsável pelo que dá errado no país e vou pagar por isso.”
Prisões políticas
María Corina disse que o ditador prendeu diversos membros de sua equipe que atuaram para prometer transparência a votação. Os que ainda estão livres foram exilados ou se esconderam do regime. O país tem tapume de 1,9 milénio presos políticos.
As eleições ocorreram em julho de 2024. Na era, o Parecer Vernáculo Eleitoral (CNE) declarou Maduro porquê o vencedor do pleito. A oposição, porém, contestou o resultado e divulgou atas eleitorais que provariam a vitória de Edmundo González, candidato da oposição, com mais de 60% dos votos, contra 30% do ditador.
Leia também: “A farsa da Venezuela”, reportagem de Cristyan Costa publicada na Edição 228 da Revista Oeste
As atas da oposição foram colhidas por membros da equipe de Corina e divulgadas na internet. Os documentos oficiais, todavia, não foram divulgados pelo CNE e o Supremo Tribunal de Justiça colocou os arquivos em sigilo. Ambos os órgãos possuem influência direta de Maduro.
Com a situação, González precisou fugir do país para evitar uma prisão. Ele foi indiciado pela ditadura de ser um traidor da pátria. O sequestro de Corina ocorreu um dia antes do ditador tomar posse de seu terceiro procuração.
“À medida que a notícia do sequestro se espalhava, seus apoiadores dentro e fora da Venezuela expressaram indignação e preocupação”, disse a jornalista do WSJ. “Logo se soube que ela havia sido libertada. Mais tarde, ela foi vista em um vídeo, sentada em um meio-fio com uma jaqueta preta com capuz e falando suavemente. Ela disse que estava bem e que a Venezuela seria livre.”
Por que Maduro tem pavor de María Corina?
A jornalista O’Grady acredita que Maduro libertou a líder da oposição porque ele “rapidamente percebeu que, ao segurá-la, ele apenas aumentaria seu poder de estrela”. Corina foi libertada ainda no mesmo dia.
“Em 2013, alguns chavistas quebraram seu nariz”, lembrou a jornalista. “Ela não se intimidou. Ela perdeu muitas eleições. Mas ao longo dos anos, como o chavismo decepcionou, ela ganhou seguidores. Ela agora é uma heroína nacional.”
Leia também: “Ecos da miséria”, reportagem de Thiago Vieira publicada na Edição 251 da Revista Oeste
A líder da oposição ainda foi acusada por um dos executores de Maduro de produzir uma narrativa falsa para germinar o mundo e inspirar seus apoiadores. O traje é, o regime não consegue controlar a popularidade de Corina.
“A senhora Corina é um problema para o regime de Maduro porque ela é a melhor política de varejo que a nação já viu na história moderna”, explicou O’Grady. “Por mais de duas décadas, ela tem se aventurado nos bairros mais pobres da Venezuela para construir confiança e espalhar o evangelho sobre a ligação entre liberdade, direitos de propriedade e prosperidade.”
Leia também: