As companhias aéreas Azul e Gol assinaram na última quarta-feira, 15, um memorando de entendimento para as negociações de uma fusão. A proposta visa a geração de uma novidade empresa, que teria mais de 60% de participação no mercado brasiliano de aviação.
Esse intensidade de concentração pode reduzir a concorrência no setor, uma vez que poucas empresas dominariam a maioria das rotas nos aeroportos principais. De conformidade com Fernando Canutto, profissional em Recta Empresarial e Societário, isso “pode dificultar a entrada de novos jogadores no mercado e limitar as opções para consumidores e empresas”.
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A fusão também pode gerar economias de graduação e aumentar a eficiência das duas companhias em expansão de rotas e redução de custos, completa o legista. Todavia, há ainda a verosimilhança de demissões e redução de postos de trabalho, principalmente nas áreas administrativas e operacionais nas quais há sobreposição de funções.
Canutto acrescenta que uma combinação de negócios bem-sucedida pode produzir uma companhia mais eficiente de modo universal. “Contudo, o impacto positivo dependeria da efetiva integração das operações e da capacidade de gerar sinergias.”
Segundo o profissional, o sucesso da operação poderia permitir à novidade companhia aérea investir mais em infraestrutura, tecnologia e atendimento ao cliente. “A empresa resultante poderia se beneficiar de uma maior capacidade de investimento para melhorar os serviços oferecidos aos passageiros, como novos aviões, melhorias na pontualidade e na experiência de bordo”, disse ele.
A fusão pode ainda terebrar portas para a ingresso de novos investidores estrangeiros, já que o mercado airado brasiliano tem limitações para o controle estrangeiro. A operação, diz Fernando Canutto, poderia resultar em uma renovação da participação acionária, facilitando a ingresso de novos investidores, o que, por sua vez, pode gerar mais capital para o setor.
Eventual monopólio de Gol e Azul pode encarecer passagens
Com a novidade empresa, resultante da fusão, pode surgir um monopólio em algumas rotas, principalmente em aeroportos de relevância vernáculo, porquê Congonhas (SP) e Santos Dumont (RJ). Segundo Canutto, “isso pode criar desafios para os aeroportos em termos de negociações de tarifas, afetando também o setor público, que tem uma relação direta com a infraestrutura aeroportuária”.
A Azul vai comprar a Gol com verba do BNDES???
Estamos de olho. pic.twitter.com/xwFxRZ1OmC— Fabio Wajngarten (@fabiowoficial) 29 de abril de 2024
Uma vez que a concorrência cairia drasticamente, a fusão pode gerar aumento dos preços de passagens aéreas para o consumidor final. Porquê explica o legista, a participação de mercado superior a 60% concederia a Azul e Gol um maior poder de fixação de preços.
Outra consequência da fusão para o consumidor final pode ser uma redução no número de rotas e frequências de voos, principalmente em cidades menores ou em rotas menos lucrativas. As duas empresas “podem decidir consolidar operações em algumas regiões para otimizar custos, resultando em menos opções para os passageiros”, diz Fernando Canutto.
Ó Recomendação Administrativo de Resguardo Econômica (Cade) ainda vai investigar a fusão para verificar se ela causaria danos à concorrência. Caso o órgão considere que a novidade estrutura reduz as opções para os consumidores ou prejudica o setor porquê um todo, explicou o legista, a operação pode ser barrada ou suportar ajustes.
No mais, a efetivação do negócio entre Gol e Azul depende ainda da desfecho bem-sucedida da renovação da Gol sob o processo de Chapter 11, que corre na Justiça norte-americana desde 2023. A companhia projeta concluir o procedimento em maio.
O Chapter 11 visa reequilibrar as finanças da companhia, permitindo que ela negocie com credores e reestruture suas dívidas sem a urgência de uma liquidação totalidade.