A parceria de agências de checagem com a Meta está próxima de rematar, conforme anunciou o fundador da empresa, Mark Zuckerberg, na terça-feira (7). Com a decisão, os checadores de fatos perderão seu parceiro mais importante, detentor de três das redes com mais usuários no mundo: Facebook (mais de 3 bilhões de usuários), Instagram (mais de 2 bilhões) e WhatsApp (mais de 2 bilhões).
A Meta ainda não disse quando a decisão terá impacto no Brasil.
Por aqui, desde 2018, a empresa firmou parcerias com agências uma vez que Lupa, Aos Fatos, Projeto Comprova, Estadão Verifica e UOL Confere. As agências de checagem brasileiras que têm parceria com a Meta recebem entrada a uma plataforma desenvolvida pela empresa com links para notícias compartilhadas nas redes que podem ser falsas.
A seleção das notícias pode ser feita por três caminhos: denúncias da própria comunidade, por lucidez sintético e por sugestões vindas dos próprios verificadores.
Os checadores têm o poder de colocar etiquetas classificando os conteúdos, o que serve não só para alertar usuários, mas também para reduzir o alcance das postagens marcadas. Com isso, se o algoritmo do Instagram deixa de indicar claro teor para você, o culpado pode ser um jornalista verificador de fatos.
Além de promover uma parceria editorial com jornalistas, a Meta também ajuda a sustentar financeiramente algumas iniciativas de checagem de teor, uma vez que o Projeto Comprova.
O sistema de checagens promovido pela Meta com jornalistas brasileiros foi relevante para sustentar o magnificência de exprobação do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) nas eleições de 2022. Tanto a Meta uma vez que as agências fizeram secção do Programa Permanente de Enfrentamento à Desinformação do tribunal.
A decisão recente da empresa de Zuckerberg de dar termo a essas parcerias pode ser um dos golpes finais no mercado das agências de checagem, que teve seu vértice no final da dez de 2010 e primícias da dez de 2020, principalmente durante a pandemia da Covid-19, mas tem perdido relevância nos últimos anos.
No mundo, a vaga das agências de checagem ganhou força a partir de 2015, quando acadêmicos da superfície de informação uma vez que Claire Wardle receberam financiamento de instituições uma vez que Google, Twitter, Facebook e a Open Society Foundations (de George Soros) para fundar o First Draft News, um projeto contra a desinformação nas redes.
Em 2016, com a eleição de Donald Trump à presidência dos Estados Unidos, a preocupação da escol acadêmica e dos veículos de informação tradicionais com o controle do oração nas redes aumentou. Em todo o mundo, surgiram iniciativas parecidas com o First Draft, que também ganharam o financiamento de grandes empresas e fundações americanas.
Desde 2022, porém, a imagem das agências de checagem tem ficado comprometida, principalmente em seguida a compra do X por Elon Musk e a subsequente divulgação dos Twitter Files. O empresário revelou bastidores da promiscuidade das agências de checagem com as redes sociais e órgãos públicos.
Documentos mostraram, por exemplo, que executivos de sobranceiro nível das plataformas digitais, em parceria com as agências, participaram de simulações para gerenciar vazamentos hipotéticos de informações sensíveis, uma vez que o caso do laptop de Hunter Biden, com o objetivo de controlar narrativas nas redes sociais.
Isso gerou mais suspicácia pública e enfraqueceu o papel das agências uma vez que mediadoras confiáveis no combate à desinformação. Mas, antes mesmo de que os Twitter Files viessem à tona, sempre se pode intuir com facilidade o viés ideológico das checagens, revérbero do próprio perfil ideológico médio dos jornalistas, que são os profissionais responsáveis por esse trabalho. Com a crescente percepção de viés político, as agências de checagem têm perdido o ativo mais principal para sua função: a credibilidade.
Notas da comunidade devem ser novidade tendência para checagem de informações
Outro golpe recente contra as agências de checagem também veio de Elon Musk: as Notas da Comunidade, implementadas na plataforma X a partir de 2022, que permitiram aos próprios usuários aditar contexto e verificações a publicações, desmentindo informações falsas de forma rápida e colaborativa.
O padrão descentralizado e público, que valoriza a heterogeneidade de perspectivas, contrastou com a parcialidade e falta de transparência do trabalho das agências de checagem. O sistema usa um mecanismo de validação colaborativa, em que diferentes usuários avaliam a relevância e a imparcialidade das notas propostas, tornando mais provável que exclusivamente os comentários mais equilibrados e informativos sejam destacados.
É esse o padrão que Mark Zuckerberg pretende implementar nas redes sociais da Meta. Veículos de informação tradicionais, autoridades vinculadas à esquerda e as próprias agências de checagem manifestaram pânico, nos últimos dias, contra essa ideia.
“Acreditamos que a decisão de encerrar o programa de verificação de fatos da Meta é um retrocesso para aqueles que desejam ver uma internet que prioriza informações precisas e confiáveis”, disseram agências de checagem do mundo inteiro em uma missiva ensejo a Zuckerberg divulgada na sexta-feira (10).
Para o jurista técnico em liberdade de sentença André Marsiglia, a histerismo contra a Meta não se justifica. “Já temos o modelo implantado no X e funciona bem e dentro das exigências legais. Acredito existir por trás da histeria uma justificativa de ordem política. A liberdade tutelada por checadores e feita sem ser aos olhos dos usuários é confortável a quem intenciona controle de discurso nas redes, como políticos governistas, ministros do STF e parte da imprensa, que vê nas redes um rival a ser abatido”, diz.