Segundo levantamento do Parecer dos Exportadores de Moca do Brasil (Cecafé) junto a 27 empresas associadas, que representam 75% das remessas totais ao exterior, os constantes atrasos e alterações de graduação de navios para exportação, além de frequentes rolagens de cargas, fizeram com que o país acumulasse 1,615 milhão de sacas de 60 kg – 4.895 contêineres – do resultado não embarcadas em 2024 até novembro.
Devido a esses entraves na logística nos portos brasileiros, os exportadores de moca tiveram um “prejuízo portuário” de R$ 11,930 milhões em novembro, que envolvem gastos extras com armazenagens adicionais, detentions, pré-stacking e antecipação de gates.
Com um preço médio Free on Board (FOB) de exportação de US$ 290,66 por saca (moca verdejante) e a média do dólar em R$ 5,8065 em novembro, o não embarque desse moca implica que o Brasil deixou de receber, nos 11 primeiros meses de 2024, US$ 469,53 milhões, ou R$ 2,726 bilhões, porquê receita cambial.
De convénio com Eduardo Heron, diretor técnico do Cecafé, os exportadores brasileiros de moca seguem enfrentando intensos gargalos logísticos em função do aumento das exportações de diversos produtos que utilizam contêineres para o acondicionamento de seus embarques e da falta de infraestrutura adequada para cargas conteinerizadas nos portos do Brasil.
“Os entraves na logística e os prejuízos acumulados por nossos exportadores externam que os principais portos brasileiros para exportação de café e demais cargas que demandam contêineres não acompanharam a evolução do agronegócio no país, sendo nítida a falta de infraestrutura portuária adequada. A demanda por capacidade de pátio e berço maiores, condições adequadas de rodovias, ferrovias e hidrovias para atender ao agronegócio brasileiro, assim como o aprofundamento de calado para o recebimento de maiores embarcações, são cada vez mais necessárias no país”, comenta.
Ele revela que o Cecafé vem mantendo diálogos com os diversos elos do negócio exterior, envolvendo autoridades públicas e o segmento privado, com o objetivo de buscar soluções que mitiguem riscos, minimizem os prejuízos aos exportadores e possibilitem a breve otimização da estrutura dos portos.
“A infraestrutura portuária brasileira vem apresentando sinais de esgotamento e é emergencial a ampliação de investimentos e adoção de medidas que visem atender à demanda crescente do agronegócio nacional, proporcionando mais eficiência e competitividade aos setores e possibilitando que um dos principais segmentos da economia do país permaneça gerando bilhões em divisas”, sinaliza.
Heron recorda, nesse sentido, que o Brasil é o país no mundo que mais repassa o preço FOB da exportação de moca a seus produtores. “Portanto, o não embarque do café brasileiro, por conta de limitações de infraestrutura portuárias, reduz os repasses aos cafeicultores”, completa.
Atrasos em novembro
Conforme o Boletim Detention Zero (DTZ), elaborado pela startup ElloX Do dedo, 66% dos navios, ou 200 de um totalidade de 304 porta-contêineres, tiveram atrasos ou diferença de escalas que impactaram no resultado das exportações de moca, nos principais portos do Brasil, em novembro do ano pretérito.
O tempo mais longo de espera no mês retrasado foi de 68 dias, registrado no maior porto do Hemisfério Sul, em Santos (SP). Outrossim, 46 navios sequer tiveram lhaneza de gate no cais santista.
Heron lembra que, apesar do crítico cenário logístico portuário vernáculo, o Brasil registra recordes sucessivos nas exportações do resultado graças ao interesse das equipes de logística dos exportadores associados, que saíram em procura de alternativas para realizar os embarques, e à tributo dos terminais portuários, que vêm empenhando esforços para atender às demandas do negócio exportador de moca.
Com 46,4 milhões de sacas exportadas no reunido de 2024 até novembro, o Brasil já bateu o recorde anual de embarque, que era de 44,7 milhões de sacas registrado nos 12 meses de 2020. Nos 11 primeiros meses de 2024, observou-se, ainda, um propagação de 24,6% nas exportações realizadas por Santos e de 53,2% pelo multíplice portuário do Rio Janeiro.
“Isso, contudo, deve-se ao incansável trabalho das equipes de logística de nossos associados, que vêm buscando outros caminhos para conseguir embarcar, como break bulk, quando o café é remetido em big bags nos porões de navios, e ao apoio dos terminais portuários santistas para a consolidação das cargas exportadas. Se o Brasil tivesse condições de infraestrutura portuária adequada, poderíamos ter exportado mais café, gerando mais divisas e renda ao país, além de evitar os prejuízos aos exportadores com o volume de 1,615 milhão de sacas que permanecem paradas nos portos”, analisa.
De convénio com os dados do Boletim DTZ, o Porto de Santos, que responde por com 67,6% dos embarques de moca no reunido dos 11 primeiros meses de 2024, registrou um índice de 78% de detido ou diferença de escalas de navios em novembro, o que envolveu 125 do totalidade de 160 embarcações.
Ainda no mês retrasado, somente 9% dos procedimentos de embarque tiveram prazo maior do que quatro dias de gate acessível por navios no embarcadouro santista. Outros 46% possuíram entre três e quatro dias e 44% tiveram menos de dois dias.
O multíplice portuário do Rio de Janeiro (RJ), o segundo maior exportador dos cafés do Brasil, com 28,2% de participação nos embarques no reunido de 2024, teve índice de atrasos de 61% em novembro, com o maior pausa sendo de 53 dias entre o primeiro e o último deadline. Esse percentual implica que 38 dos 62 navios destinados às remessas do resultado sofreram diferença de escalas.
Também no penúltimo mês do ano pretérito, 13% dos procedimentos de exportação tiveram prazo superior a quatro dias de gate acessível por porta-contêineres nos portos fluminenses; 24% registraram entre três e quatro dias; e 63% possuíram menos de dois dias.
O diretor técnico do Cecafé lembra que a entidade e outras instituições do agro têm se mobilizado, de maneira conjunta, para sensibilizar e cobrar das autoridades públicas medidas que ampliem os investimentos e venham a mitigar o cenário de gargalos logísticos, o qual interfere no desempenho do negócio exportador do Brasil.
“Ficamos satisfeitos com o anúncio do leilão do Tecon Santos 10 e dos investimentos que serão realizados no porto, anunciados pela Autoridade Portuária de Santos (APS), pois visam ampliar e aprimorar a capacidade e a infraestrutura portuária em seus diversos aspectos. No entanto, ciente dos diversos desafios técnicos e burocráticos, ainda há muito a fazer e precisamos seguir trabalhando, de forma conjunta e colaborativa, através de diálogo permanente com todos os elos do comércio exterior e autoridades públicas, para dar celeridade aos processos de planejamento e execução, preparando o porto para ser ainda mais competitivo, atendendo às demandas das cargas e dos transportadores marítimos”, conclui Heron.
Adesão ao boletim DTZ
Os exportadores interessados em acessar o Boletim Detention Zero podem se inscrever através do link https://app.pipefy.com/public/form/-SYfpMNK. Com o cadastro efetuado, a ElloX passará as orientações a saudação dos procedimentos para a obtenção das informações dos terminais aos contatos mencionados.