O primeiro-ministro do Canadá, Justin Trudeau, anunciou nesta segunda-feira (6) que irá deixar a liderança do Partido Liberal e renunciar ao incumbência de premiê logo que a legenda definir um novo líder.
A decisão de Trudeau ocorre em meio ao período mais conturbado de sua curso política. Posteriormente quase uma dez no poder, o líder progressista enfrenta um possante desgaste e uma queda acentuada de popularidade.
Atualmente, mais de 60% dos canadenses desaprovam sua gestão, de convénio com uma pesquisa da Ipsos. O insatisfação com suas atitudes, que antes era impulsionado pela oposição, passou a se espalhar também entre integrantes do próprio Partido Liberal – que no Canadá é vinculada à esquerda progressista -, onde cresceu nos últimos meses a pressão para que ele se afastasse da liderança da legenda, a término de evitar uma roteiro significativa nas eleições previstas para outubro de 2025, onde pesquisas apontam uma vitória por ampla margem do opositor Partido Conservador.
Apesar das críticas e da perda de suporte interno, Trudeau vinha resistindo à ideia de renunciar, insistindo que ainda lideraria o partido no próximo pleito, marcado para ocorrer até o dia 20 de outubro deste ano. Todavia, a crescente insatisfação e o temor de uma debacle eleitoral parecem ter vertiginoso sua decisão de deixar o comando da legenda e do país.
Ao anunciar sua decisão, Trudeau disse que o Canadá “merece uma escolha real na próxima eleição, e ficou claro para mim que se eu tiver que travar batalhas internas, posso não ser a melhor opção nessa eleição”.
Em outubro do ano pretérito, mais de 20 deputados do Partido Liberal já tinham manifestado francamente seu libido pela saída de Trudeau do comando da legenda. Durante uma reunião a portas fechadas em Ottawa, capital do país, o parlamentar Patrick Weiler, da base progressista, leu uma epístola apoiada por muro de 24 membros do Partido Liberal, pedindo que Trudeau renunciasse ao incumbência de líder ainda no ano pretérito. Naquele momento, fontes afirmaram à agências internacionais de notícias que o premiê teria falado sobre o “custo pessoal” da atual crise que envolve seu governo, mas rejeitou as críticas e, com lágrimas nos olhos, teria pedido “união entre os colegas”.
A situação política de Trudeau se deteriorou em meio à crescente insatisfação pública com questões econômicas e sociais. Uma pesquisa feita pela empresa Abacus Data mostrou que somente 20% dos eleitores canadenses desejavam que Trudeau disputasse a reeleição, enquanto mais de 60% da população preferia que o primeiro-ministro abandonasse o incumbência imediatamente, o que ocorreu nesta segunda. Os motivos apontados para essa escolha incluem o aumento do dispêndio de vida, a falta de moradias acessíveis e a deterioração dos serviços públicos do Canadá.
Além dos motivos citados supra, a política migratória de Trudeau, antes vista porquê uma resposta humanitária e econômica para o Canadá, também passou a ser duramente criticada. O país passou a concordar mais de 200 milénio imigrantes por ano, com a expectativa de que isso impulsionaria o propagação econômico. No entanto, a medida teve efeito contrário. Os altos níveis de imigração estão sendo associados neste momento ao aumento dos preços de moradia e à sobrecarga dos serviços sociais, o que afeta diretamente a qualidade de vida da população. Em resposta às críticas, Trudeau tinha anunciado no ano pretérito que seu governo iria reduzir o número de residentes permanentes aceitos no país nos próximos três anos, sendo uma redução de 21% já para leste ano.
A insatisfação com o primeiro-ministro também encontrou repercussão em problemas econômicos mais amplos. Nos últimos anos, o dispêndio de vida no Canadá aumentou drasticamente, afetando principalmente os cidadãos de baixa e média renda. Os preços elevados de moradia e bens de consumo também são algumas das queixas recorrentes, com muitos apontando que as políticas econômicas de Trudeau não têm sido eficazes para enfrentar esses problemas. Aliás, questões relacionadas ao sistema de saúde e à segurança pública também geraram críticas à gestão progressista.
Sob Trudeau, o Canadá até observou sua economia crescer, mas de forma muito lenta. Desde 2022, a economia do país cresceu a uma taxa muito subalterno à dos Estados Unidos, por exemplo. Segundo informações da revista britânica The Economist, historicamente, a economia canadense e a americana mostraram um propagação relativamente similar, principalmente entre 2009 e 2019, quando o Resultado Interno Bruto (PIB) dos Estados Unidos cresceu 27% e o do Canadá aumentou 25%. No entanto, desde a pandemia de Covid-19, as duas economias começaram a divergir. Enquanto a dos EUA acelerou depois a pandemia, a canadense ficou para trás. A queda no propagação econômico do país é atribuída ao esgotamento do setor de serviços e à desaceleração da indústria de petróleo e gás, muito porquê aos intensos lockdowns promovidos pelo governo de Trudeau durante a pandemia. Segundo o Banco Meão canadense, a pressão financeira sobre as famílias está em níveis recordes, com uma média de 15% da renda comprometida com dívidas.
Além dos desafios econômicos, Trudeau ainda teve que mourejar com o peso de escândalos que abalaram sua credibilidade. Em 2019, foi culpado de violar leis de conflito de interesse ao tentar influenciar a logo procuradora-geral do Canadá, Jody Wilson-Raybould, a paralisar um processo de devassidão contra a construtora SNC-Lavalin, que disputa contratos milionários no país. Ainda há os problemas envolvendo as acusações de interferência estrangeira – principalmente da China -, em prol dos progressistas em eleições recentes. Embora o Partido Liberal tenha conseguido vitórias eleitorais em 2019 e 2021, ambas foram com governos minoritários e menos suporte popular.
Outro fator que contribuiu para a crescente desaprovação e ulterior queda de Trudeau é a percepção de que premiê estava desconectado das preocupações reais dos canadenses. Seus críticos, principalmente os membros do Partido Conservador, afirmam que Trudeau estava mais preocupado em priorizar questões ideológicas e internacionais em detrimento das importantes demandas locais. Em um contexto de aumento da instabilidade e das dificuldades econômicas, essa postura foi vista por muitos canadenses porquê um descompasso com as necessidades da população. Esse isolamento de Trudeau das questões cotidianas foi explorado pela oposição, principalmente pelo Partido Conservador, que capitalizou em cima do desgaste do governo progressista e agora pode vencer com ampla margem a disputa que deverá ocorrer em outubro.
Pierre Poilievre, líder do Partido Conservador, emergiu porquê predilecto para substituir Trudeau no incumbência de primeiro-ministro. Segundo a pesquisa da Ipsos, realizada em setembro, 45% dos canadenses preferem que Poilievre seja o próximo premiê do país. Poilievre tem se realçado por críticas contundentes ao governo progressista, principalmente em relação ao aumento do dispêndio de vida. Em exposição na Câmara dos Comuns, o Parlamento canadense, Poilievre disse que, se chegar ao poder, vai “cortar a burocracia, o desperdício e os contratos de consultoria”, muito porquê “limitar os gastos do governo com uma lei que exige a economia de 1 dólar para cada novo dólar gasto”.
Em setembro, o Partido Conservador apresentou uma moção de exprobação contra Trudeau, para removê-lo incumbência, mas a medida foi rejeitada por 211 votos. No mesmo mês, a legenda Novo Partido Democrático, que tinha um convénio com o partido de Trudeau até o final de seu governo, deixou a base aliada, exacerbando ainda mais a crise onde estava imerso o premiê.
Em dezembro, Poilievre disse que o governo Trudeau estava imerso em um caos e pediu por eleições antecipadas no país. Naquele momento, o líder conservador citou a crise gerada no governo pela saída da logo vice-premiê Chrystia Freeland, que também era ministra das finanças. Ao deixar os dois cargos que exercia, Freeland citou diferenças entre ela e Trudeau no tratamento das ameaças feitas pelo presidente eleito dos EUA, Donald Trump, que incluem taxas de mais de 20% sobre produtos do Canadá. As ameaças feitas por Trump foram o mais recente problema enfrentado por Trudeau, que chegou a visitar pessoalmente o presidente eleito para conversar sobre o matéria.
Naquela reunião realizada em Ottawa, Trudeau até tentou minimizar as tensões dentro de seu partido, afirmando que “sempre tivemos discussões robustas sobre o melhor caminho a seguir”. No entanto, o desgaste da imagem de Trudeau e do Partido Liberal atualmente é irreversível. Lori Turnbull, professora de ciência política da Universidade de Dalhousie, acredita que o cansaço dos eleitores foi o principal repto enfrentado pelo primeiro-ministro.
“Quando a pessoa se torna desagradável, é isso. É muito difícil mudar de direção”, disse ela em entrevista ao jornal americano The Wall Street Journal.