Em 2022, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) decidiu intensificar suas ações contra o que considera notícias falsas e até criou a Assessoria Próprio de Enfrentamento à Desinformação. Atualmente sob o comando da ministra Cármen Lúcia, o órgão só não ampliou, todavia, a sua transparência. Não de forma proporcional.
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Em 2024, o TSE fundou o Meio Integrado de Enfrentamento à Desinformação e Resguardo da Democracia (Ciedde), unindo diversas instituições. No entanto, segundo reportagem da Folha de S.Pauloa triagem de denúncias pela plataforma on-lineque possibilita que cidadãos denunciem anonimamente publicações “suspeitas” na internet, enfrenta críticas por falta de supervisão externa.
Críticas à transparência do TSE em combate às suportas notícias falsas
De entendimento com o jornal, esse método de triagem, que analisa denúncias sobre “desinformação” contra “membros, servidores e colaboradores da Justiça Eleitoral” e candidatos, pode prejudicar a imagem de imparcialidade do TSE.
![Presidente do TSE, ministra Cármen Lúcia, em pronunciamento no CDE 2024, no 2º turno das eleições](https://noticiasnobr.com.br/wp-content/uploads/2025/01/TSE-combate-supostas-fake-news-mas-nao-amplia-transparencia.jpg)
Conforme com dados de dezembro de 2024, de 5.250 denúncias que chegaram ao TSE, 1.972 foram arquivadas por falta de dados mínimos ou por estarem fora do escopo.
Durante o processo eleitoral, o tribunal não divulgou, por exemplo, números gerais de alertas que arquivou ou enviou para as empresas de redes sociais. A Folha denuncia que, mesmo em no relatório final do TSE, constam somente dados genéricos, sem detalhamento por categoria ou explicações sobre as medidas que a Justiça decidiu adotar.
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Meta e TikTok publicaram relatórios finais em dezembro de 2024, mas Google e Kwai não responderam aos pedidos de informações. O TSE afirma que o relatório de resultados contém dados detalhados, apresentados primeiramente aos órgãos do Ciedde antes de serem divulgados publicamente.
Opiniões divergentes sobre o papel do tribunal
A advogada eleitoral Carla Nicolini observa que há um julgamento prévio dos conteúdos, o que pode afetar a imparcialidade do TSE, embora reconheça a falta de regulamentação pelo Congresso. Ivar Hartmann, professor de recta do Insper, também ressalta que a exiguidade de dados detalhados inviabiliza a transparência e a prestação de contas.
Já André Boselli, da ONG Item 19, defende que a triagem pelo TSE não deve ocorrer fora de uma atuação judicial. Ele acredita que, mesmo sem ser uma ordem judicial, as plataformas podem remover conteúdos para evitar complicações.
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Durante a gestão de Alexandre de Moraes, foi publicado um manual de triagem do Ciedde, implementado em março de 2024. O meio reúne órgãos uma vez que a Polícia Federalista e o Ministério da Justiça. Em junho de 2024, organizações da sociedade social solicitaram reunião com o TSE para discutir o manual, mas não obtiveram resposta.
Estratégias e respostas do TSE
O tribunal não se pronunciou sobre o motivo do projecto estratégico do programa de enfrentamento à desinformação para as eleições de 2024 não estar disponível. A publicação do documento só ocorreu em outubro, quando as medidas já estavam em curso.
Em resposta, o TSE afirmou em dezembro de 2024 que a publicação do projecto estratégico “apenas formalizou e ampliou a transparência” do que estava sendo feito entre junho e setembro. Disse também que “o que a cada plano é posto não desfaz nem se afasta do que antes foi preparado, salvo se houver mudança específica”.
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